segunda-feira, 15 de junho de 2009

Víscera de animal foi computada como corpo

MATHEUS MAGENTA
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A equipe de peritos responsável pela pré-identificação das vítimas do voo 447 da Air France descobriu que um fragmento contabilizado pela Marinha brasileira como corpo era, na verdade, víscera de um "animal marinho de grande porte".

Com isso, o número de vítimas resgatadas por militares brasileiros diminuiu de 44 para 43. Outras seis que estavam em um navio francês foram transferidos ontem para a fragata brasileira Bosísio. Agora, o total de corpos recolhidos é de 49.

Em nota, a Polícia Federal e a Secretaria Estadual da Defesa Social atribuíram o equívoco à "impossibilidade de se verificar, por simples contato visual, ser o fragmento de tecido orgânico humano ou não".

Com o engano, as equipes de buscas passaram a utilizar o termo "despojo mortal", e não mais "corpo", para o que foi encontrado no oceano.

Os corpos que passam por identificação em Recife estão em avançado estado de decomposição. Apresentam múltiplas fraturas, inchaço e não há sinais de queimaduras.
O tecido não humano (que pode ter sido descartado no mar por um navio pesqueiro) tinha sido enviado a Fernando de Noronha (PE) com dois corpos dentro do mesmo saco.

É a segunda vez que os militares tiveram que rever o número de corpos resgatados. No dia 7, reduziram de 17 para 16 o total de vítimas recolhidas, atribuindo o erro aos franceses.

Ontem, uma fragata brasileira atracou em Recife com pertences de passageiros do voo 447 e os maiores destroços do Airbus resgatados até agora.

Entre eles estava o estabilizador vertical da cauda, com 14 metros de extensão e quatro metros de largura na base. Assim como as 37 primeiras peças apresentadas pela Aeronáutica, ele não apresentava sinais de deformação por fogo.

Fonte: jornal Folha de S.Paulo

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