Décadas após ser deixado para trás pelos concorrentes do ocidente, a Rússia está buscando encenar uma volta no mercado de aeronaves civis com um novo avião de passageiros.
Sukhoi, a companhia muito mais conhecida por seus aviões militares, introduziu seu primeiro jato regional, o Superjet 100, no Paris Air Show nesta semana, tirando a maior vantagem do fato de que nenhum dos fabricantes de aviões mais conceituados do mundo tinha um novo produto voando diante o público.
Se a Sukhoi ficou desapontada por que a festa de inauguração da Superjet foi prejudicada pela persistente crise econômica global, o chefe-executivo da companhia, Mikhail A. Pogosyan, não estava demonstrando.
Da mesma forma que um suave protótipo de avião de 100 assentos decola sobre os stands no aeroporto de Le Bourget, Pogosyan insistia que as nuvens que pairava sobre a indústria da aviação eram prateadas.
“Eu gosto de crise”, disse um sorridente Pogosyan aos jornalistas nesta semana. “Eu gosto de trabalhar em tempo de crise porque aqueles que são fortes ficam mais fortes e aqueles que são fracos ficam mais fracos”.
“Até o fim da crise, o Superjet 100 estará em operação e será um produto comprovado”, disse.
Sukhoi diz esperar entregar seus quatro primeiros Superjets a dois clientes, a Aeroflot e uma companhia aérea da Armênia, Armavia, neste ano. Esses aviões devem entrar em serviço comercial no primeiro trimestre de 2010.
Sukhoi tem ambições muito maiores do que uma pequena linha de produtos proporia. O Superjet é seu único produto comercial. A companhia pretende vender cerca de mil aviões, o que listam cerca de US$ 30 milhões, em 15 ou 20 anos. Além disso, ela espera vender 70% deles fora da Rússia.
“Essa é uma aeronave mundial”, disse Pogosyan. “Com o progresso do programa, podemos começar a visar o ocidente. O Superjet é um produto de cooperação global, por isso esperamos que tenha um bom potencial”.
Em 15 anos, disse ele, a Sukhoi espera ter 20% do mercado mundial de jatos na categoria de 100 assentos.
No momento, os pedidos internacionais por Superjets parecem decisivamente menores. De 122 empresas que pediram o avião, 85 são clientes russos, incluindo um pedido por 24 aviões nesta terça-feira, feito pela companhia de aluguel de jatos AviaLeasing.
Com o Superjet, a Sukhoi está tentando entrar no mercado que já é dominado pela Embraer do Brasil e Bombardier do Canadá. A Mitsubishi do Japão também está desenvolvendo um modelo de 100 assentos, como também está fazendo o fabricante de avião chinês, AVIC.
“Eu acho que eles estão sendo ambiciosos demais em esperar qualquer número de dois dígitos no sentido de participação de mercado”, disse Doug McVitie, diretor de controle da Arran Aerospace em Dinan, na França.
A Bombadier e a Embraer, de acordo com ele, já têm 60% do mercado. A Mitsubishi pode, eventualmente, obter 20%, enquanto “as chinesas e russas terão de brigar pelo restante”, disse McVitie.
Sukhoi também estará brigando por negócios em um mercado que está diminuindo.
Em sua previsão mais recente de longo prazo, a Boeing prevê que o mercado mundial para jatos regionais contrairia aos poucos nos próximos 20 anos, em parte porque as preocupações sobre a economia e ambiental estão forçando as companhias aéreas a comprar aviões maiores.
Em seu panorama anual, a Boeing também prevê que a participação de mercado de jatos regionais cairia para 6% em 2028, de 16% em 2008.
“Eles estão entrando no pior mercado de aviação”, disse Richard L. Aboulafia, analista de aeroespaço do Teal Group em Fairfax, na Virginia, referindo-se a Surkhoi. “Jatos regionais são o único segmento que não cresceu nos anos favoráveis de 2002 a 2008”, disse Aboulafia.
Para ganhar clientes no exterior, analistas dizem que a Sukhoi deve também superar seu problema de imagem que assola muitas companhias russas: de que eles frequentemente têm falta de suporte técnico disponível e rápido para seus produtos depois da venda.
“Eu acho que não há palavras em russo para ‘assistência técnica’”, disse McVitie.
Pogosyan reconheceu o caso.
“Esse é um problema que permanece”, disse. Mas ele apontou que a Alenia Aeronáutica, subsidiária da Finmeccanica da Itália, é uma parceira industrial no projeto do Superjet. A Alenia tem uma forte reputação internacional e um histórico de longa data.
Sukhoi disse que desenhou para a Superjet uma rede de suporte ao consumidor do zero, apoiada extensivamente em uma rede de manutenção de três partes e companhias de serviços para aeronaves. Ela também assinou acordos com centros de manutenção na Índia, Cingapura, Finlância, Hungria, Alemanha e Canadá.
A empresa também tem um acordo com a Logística Técnica da Lufthansa em Frankfurt, para controlar a distribuição global de peças sobressalentes.
“Eu acho que somos capazes de oferecer qualidade no suporte pós-venda”, disse Pogosyan.
Fonte: Nicola Clark (The New York Times) via Último Segundo - IG
Sukhoi, a companhia muito mais conhecida por seus aviões militares, introduziu seu primeiro jato regional, o Superjet 100, no Paris Air Show nesta semana, tirando a maior vantagem do fato de que nenhum dos fabricantes de aviões mais conceituados do mundo tinha um novo produto voando diante o público.
Se a Sukhoi ficou desapontada por que a festa de inauguração da Superjet foi prejudicada pela persistente crise econômica global, o chefe-executivo da companhia, Mikhail A. Pogosyan, não estava demonstrando.
Da mesma forma que um suave protótipo de avião de 100 assentos decola sobre os stands no aeroporto de Le Bourget, Pogosyan insistia que as nuvens que pairava sobre a indústria da aviação eram prateadas.
“Eu gosto de crise”, disse um sorridente Pogosyan aos jornalistas nesta semana. “Eu gosto de trabalhar em tempo de crise porque aqueles que são fortes ficam mais fortes e aqueles que são fracos ficam mais fracos”.
“Até o fim da crise, o Superjet 100 estará em operação e será um produto comprovado”, disse.
Sukhoi diz esperar entregar seus quatro primeiros Superjets a dois clientes, a Aeroflot e uma companhia aérea da Armênia, Armavia, neste ano. Esses aviões devem entrar em serviço comercial no primeiro trimestre de 2010.
Sukhoi tem ambições muito maiores do que uma pequena linha de produtos proporia. O Superjet é seu único produto comercial. A companhia pretende vender cerca de mil aviões, o que listam cerca de US$ 30 milhões, em 15 ou 20 anos. Além disso, ela espera vender 70% deles fora da Rússia.
“Essa é uma aeronave mundial”, disse Pogosyan. “Com o progresso do programa, podemos começar a visar o ocidente. O Superjet é um produto de cooperação global, por isso esperamos que tenha um bom potencial”.
Em 15 anos, disse ele, a Sukhoi espera ter 20% do mercado mundial de jatos na categoria de 100 assentos.
No momento, os pedidos internacionais por Superjets parecem decisivamente menores. De 122 empresas que pediram o avião, 85 são clientes russos, incluindo um pedido por 24 aviões nesta terça-feira, feito pela companhia de aluguel de jatos AviaLeasing.
Com o Superjet, a Sukhoi está tentando entrar no mercado que já é dominado pela Embraer do Brasil e Bombardier do Canadá. A Mitsubishi do Japão também está desenvolvendo um modelo de 100 assentos, como também está fazendo o fabricante de avião chinês, AVIC.
“Eu acho que eles estão sendo ambiciosos demais em esperar qualquer número de dois dígitos no sentido de participação de mercado”, disse Doug McVitie, diretor de controle da Arran Aerospace em Dinan, na França.
A Bombadier e a Embraer, de acordo com ele, já têm 60% do mercado. A Mitsubishi pode, eventualmente, obter 20%, enquanto “as chinesas e russas terão de brigar pelo restante”, disse McVitie.
Sukhoi também estará brigando por negócios em um mercado que está diminuindo.
Em sua previsão mais recente de longo prazo, a Boeing prevê que o mercado mundial para jatos regionais contrairia aos poucos nos próximos 20 anos, em parte porque as preocupações sobre a economia e ambiental estão forçando as companhias aéreas a comprar aviões maiores.
Em seu panorama anual, a Boeing também prevê que a participação de mercado de jatos regionais cairia para 6% em 2028, de 16% em 2008.
“Eles estão entrando no pior mercado de aviação”, disse Richard L. Aboulafia, analista de aeroespaço do Teal Group em Fairfax, na Virginia, referindo-se a Surkhoi. “Jatos regionais são o único segmento que não cresceu nos anos favoráveis de 2002 a 2008”, disse Aboulafia.
Para ganhar clientes no exterior, analistas dizem que a Sukhoi deve também superar seu problema de imagem que assola muitas companhias russas: de que eles frequentemente têm falta de suporte técnico disponível e rápido para seus produtos depois da venda.
“Eu acho que não há palavras em russo para ‘assistência técnica’”, disse McVitie.
Pogosyan reconheceu o caso.
“Esse é um problema que permanece”, disse. Mas ele apontou que a Alenia Aeronáutica, subsidiária da Finmeccanica da Itália, é uma parceira industrial no projeto do Superjet. A Alenia tem uma forte reputação internacional e um histórico de longa data.
Sukhoi disse que desenhou para a Superjet uma rede de suporte ao consumidor do zero, apoiada extensivamente em uma rede de manutenção de três partes e companhias de serviços para aeronaves. Ela também assinou acordos com centros de manutenção na Índia, Cingapura, Finlância, Hungria, Alemanha e Canadá.
A empresa também tem um acordo com a Logística Técnica da Lufthansa em Frankfurt, para controlar a distribuição global de peças sobressalentes.
“Eu acho que somos capazes de oferecer qualidade no suporte pós-venda”, disse Pogosyan.
Fonte: Nicola Clark (The New York Times) via Último Segundo - IG
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