sexta-feira, 19 de junho de 2009

Morte de pilotos em pleno voo é comum, afirma analista

Passageiros do voo da Continental 61 embarcam em ônibus no aeroporto de Newark, em Nova Jersey

Casos como o do piloto da Continental Airlines que morreu em pleno voo entre a Bélgica e os Estados Unidos na última quinta-feira são mais comuns do que se imagina, segundo o escritor e piloto Ivan Sant'Anna. "Pilotos vivem sob estresse e podem ter problemas cardíacos, que às vezes não são detectados com antecedência", disse em entrevista ao Terra.

Na própria Continental há relato de um incidente semelhante, registrado em janeiro de 2007, quando um piloto do voo 757 entre Houston e Puerto Vallarta, no México, morreu após a decolagem, com 210 passageiros a bordo. O avião aterrissou a salvo em um aeroporto do Texas.

Em fevereiro de 2008, um avião da British Airways que tinha saído de Manchester, no Reino Unido, e se dirigia a Paphos, no Chipre, foi desviado a Istambul quando um dos pilotos morreu. A aeronave aterrissou normalmente sem que nenhum dos 156 passageiros ficasse ferido.

Apesar dos instantes de preocupação pelos quais passaram os 247 passageiros a bordo do voo 61 da Continetal Airlines quando um integrante da tripulação questionou sobre a presença de um médico no avião, eles não correram nenhum risco após a morte do comandante de 60 anos que pilotava o Boeing 777. Conforme explicou Sant'Anna, "os copilotos têm formação suficiente para voar sozinhos".

Autoridades federais americanas foram notificadas sobre a emergência no voo por voltas das 10h30 (11h30 de Brasília). Segundo Sant'Anna, se houvesse qualquer risco, os copilotos poderiam ter retornado ao país de origem em vez de seguir viagem até o destino final. "Ninguém correu risco. O avião cumpriu seu plano de voo exatamente como deveria", disse.

A aeronave da Continental Airlines pousou no Aeroporto Internacional de Newark, um dos três que prestam serviço internacional a Nova York. Para Sant'Anna, o fato de o pouso ter ocorrido em um aeroporto movimentado prova que não houve qualquer risco.

Embora admita que a morte de um piloto durante o pouso ou a decolagem poderia ter resultados bem mais graves, Sant'Anna diz que nunca ouviu falar de um caso do tipo. Para o escritor, o tempo gasto em tais procedimentos é curto e seria bastante improvável que o comandante morresse justamente neste momento.

Além de contar com copilotos capacitados para conduzir as aeronaves em situações como a que ocorreu com o vôo 61 da Continental, em emergências, as companhias aéreas deslocam seus melhores profissionais para orientar a tripulação a bordo do avião. De acordo com Sant'Anna, assim que comunicam o incidente, os copilotos recebem as orientações adequadas para garantir a segurança dos passageiros no restante do voo.

Fonte: Ana Ávila (Terra) - Foto: AFP

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