Operação das aeronaves exigirá contingente extra de 250 militares, dos quais cerca de 100 serão das Forças Armadas alemãs. Alemanha garante que aviões de vigilância terão uso exclusivamente civil.
Após meses de debates, os ministros da Defesa da Otan decidiram nesta sexta-feira (12/06), ao final de uma reunião em Bruxelas, enviar pela primeira vez aviões de vigilância Awac para o Afeganistão. De acordo com o secretário-geral da aliança militar, Jaap de Hoop Scheffer, três ou quatro aeronaves serão utilizadas para apoiar as tropas da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança) no Hindukush.
Segundo Scheffer, no Afeganistão não há um controle completo do espaço aéreo por radar a partir do solo, e as aeronaves cumprirão essa tarefa a no ar. Os aviões Awac serão utilizados apenas para fins civis e não militares, afirmou o governo alemão.
A decisão foi tomada após a França, que era contra o envio, alegando altos custos, rever sua posição. A Otan calcula que os custos totais da operação ficarão entre 80 milhões e 100 milhões de euros por ano, sendo que a Alemanha assumirá 16% do valor.
Aprovação do Bundestag
A operação das aeronaves exigirá um contingente extra de 250 militares, dos quais cerca de 100 serão da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha). O envio dos aviões depende, portanto, da aprovação do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).
A aprovação parlamentar não deverá ser um problema, já que foi o próprio governo alemão quem exigiu que os aviões fossem enviados para elevar a segurança no Hindukush. Os deputados deverão votar o novo mandato para a Bundeswehr no Afeganistão ainda antes do início do recesso parlamentar, em julho.
Já há mais de 3,6 mil soldados alemães no Afeganistão. O número deverá ser elevado em 8 mil em agosto próximo, durante as eleições presidenciais. Ao todo, a Isaf mantém cerca de 60 mil militares no país.
Fins militares
O uso dos Awac é polêmico na Alemanha. Ao contrário dos aviões do tipo Tornado, os Awac podem tirar fotos digitais e enviá-las automaticamente a uma central, o que permite que sejam utilizados para auxiliar em combates.
A Bundeswehr nega que os aviões terão uso militar. De acordo com o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung, a Bundeswehr já monitora a metade do transporte de pessoal e de materiais no Afeganistão.
A aviação civil será expandida no país, afirmou Jung, e incluirá uma rota entre Frankfurt e Cabul, cujo início das operações está previsto para breve. Por isso, a utilização dos Awac é necessária, argumentou.
Os aviões Awac pertencem à Otan e estão estacionados em Geilenkirchen, na Alemanha. Awac é a sigla para Airborne Warning and Control System, ou Sistema Aéreo de Alerta e Controle.
Sobe número de ataques insurgentes
Também nesta sexta-feira, o general David Petraeus, que comanda as ações militares dos EUA no Oriente Médio, afirmou que os ataques insurgentes no Afeganistão atingiram na semana passada o nível mais elevado desde dezembro de 2001, data da queda do regime talibã.
De janeiro a maio, o número de ataques rebeldes aumentou 59% em comparação com os primeiros cinco meses de 2008, segundo um relatório da Otan.
Em maio de 2009, as ações rebeldes ultrapassaram a marca de 1,4 mil pela primeira vez desde agosto de 2008. Os dados incluem ataques contra forças da Isaf, contra alvos militares, policiais, governamentais afegãos e contra civis.
Em discurso em Washington, Petraeus disse que a situação no Afeganistão deteriorou. Ele espera "tempos difíceis" nos próximos meses.
Fontes: AS/AFP/AP/DPA/Reuters - Revisão: Augusto Valente - Foto: NATO E3A
Após meses de debates, os ministros da Defesa da Otan decidiram nesta sexta-feira (12/06), ao final de uma reunião em Bruxelas, enviar pela primeira vez aviões de vigilância Awac para o Afeganistão. De acordo com o secretário-geral da aliança militar, Jaap de Hoop Scheffer, três ou quatro aeronaves serão utilizadas para apoiar as tropas da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança) no Hindukush.
Segundo Scheffer, no Afeganistão não há um controle completo do espaço aéreo por radar a partir do solo, e as aeronaves cumprirão essa tarefa a no ar. Os aviões Awac serão utilizados apenas para fins civis e não militares, afirmou o governo alemão.
A decisão foi tomada após a França, que era contra o envio, alegando altos custos, rever sua posição. A Otan calcula que os custos totais da operação ficarão entre 80 milhões e 100 milhões de euros por ano, sendo que a Alemanha assumirá 16% do valor.
Aprovação do Bundestag
A operação das aeronaves exigirá um contingente extra de 250 militares, dos quais cerca de 100 serão da Bundeswehr (Forças Armadas da Alemanha). O envio dos aviões depende, portanto, da aprovação do Bundestag (câmara baixa do Parlamento alemão).
A aprovação parlamentar não deverá ser um problema, já que foi o próprio governo alemão quem exigiu que os aviões fossem enviados para elevar a segurança no Hindukush. Os deputados deverão votar o novo mandato para a Bundeswehr no Afeganistão ainda antes do início do recesso parlamentar, em julho.
Já há mais de 3,6 mil soldados alemães no Afeganistão. O número deverá ser elevado em 8 mil em agosto próximo, durante as eleições presidenciais. Ao todo, a Isaf mantém cerca de 60 mil militares no país.
Fins militares
O uso dos Awac é polêmico na Alemanha. Ao contrário dos aviões do tipo Tornado, os Awac podem tirar fotos digitais e enviá-las automaticamente a uma central, o que permite que sejam utilizados para auxiliar em combates.
A Bundeswehr nega que os aviões terão uso militar. De acordo com o ministro alemão da Defesa, Franz Josef Jung, a Bundeswehr já monitora a metade do transporte de pessoal e de materiais no Afeganistão.
A aviação civil será expandida no país, afirmou Jung, e incluirá uma rota entre Frankfurt e Cabul, cujo início das operações está previsto para breve. Por isso, a utilização dos Awac é necessária, argumentou.
Os aviões Awac pertencem à Otan e estão estacionados em Geilenkirchen, na Alemanha. Awac é a sigla para Airborne Warning and Control System, ou Sistema Aéreo de Alerta e Controle.
Sobe número de ataques insurgentes
Também nesta sexta-feira, o general David Petraeus, que comanda as ações militares dos EUA no Oriente Médio, afirmou que os ataques insurgentes no Afeganistão atingiram na semana passada o nível mais elevado desde dezembro de 2001, data da queda do regime talibã.
De janeiro a maio, o número de ataques rebeldes aumentou 59% em comparação com os primeiros cinco meses de 2008, segundo um relatório da Otan.
Em maio de 2009, as ações rebeldes ultrapassaram a marca de 1,4 mil pela primeira vez desde agosto de 2008. Os dados incluem ataques contra forças da Isaf, contra alvos militares, policiais, governamentais afegãos e contra civis.
Em discurso em Washington, Petraeus disse que a situação no Afeganistão deteriorou. Ele espera "tempos difíceis" nos próximos meses.
Fontes: AS/AFP/AP/DPA/Reuters - Revisão: Augusto Valente - Foto: NATO E3A
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