Segunda-feira, 14h. Binóculo em uma das mãos e radiocomunicador em outra, uma controladora de voo da torre de Congonhas tenta descobrir quem está interferindo na pista. Era um funcionário com uma máquina de aparar grama. Sim, gerenciar esse tipo de coisa também faz parte da rotina dos 45 controladores que trabalham na torre do aeroporto mais movimentado do Brasil, que chega a ter 550 pousos e decolagens por dia.
Dentro da torre de controle, a 37 metros de altura, ficam cerca de 9 controladores a cada turno. O silêncio, quase absoluto, só é interrompido pelos frequentes diálogos, em baixo volume, com os pilotos pedindo autorização para pouso ou decolagem. Tudo para manter a concentração. "Nos horários de pico, temos um pouso ou uma decolagem a cada 2 minutos", afirma o tenente Ubiraci Pereira (foto abaixo), especialista em tráfego aéreo - que trabalha na torre e foi controlador de voo de 1987 a 1999.
"O serviço é sempre visual", explica ele. "Os equipamentos servem apenas para auxiliar, mas a observação da pista é um pressuposto básico." Cada controlador tem, à disposição, um radar, um monitor com informações meteorológicas e outro que relata o status da pista - desde se tem ventos até se há alguma interferência como o tal cortador de grama. Ah, sim, e um relógio com o horário oficial de Greenwich, utilizado nos voos para evitar desencontros causados por fusos diferentes.
Para se tornar um controlador de voo existem dois caminhos: o civil e o militar. No primeiro caso, há um concurso público para a Escola de Especialistas de Aeronáutica, de Guaratinguetá, cujo curso de formação leva 2 anos. Após o processo, o profissional sai como terceiro sargento. O outro caminho é um curso de um ano no Instituto do Controle do Espaço Aéreo, de São José dos Campos.
"Aqui em Congonhas, 80% são militares da ativa, 10% da reserva, e apenas 10% são civis", conta o tenente. Mulheres começaram a ser admitidas em 2003 e hoje, dos 45 controladores do aeroporto, elas já são 21.
Na torre de controle, os profissionais se organizam em quatro funções - sendo que a última delas é uma peculiaridade paulistana. O primeiro posto, chamado de "autorização", cuida das aeronaves que ainda estão estacionadas. O controlador dá a permissão para a saída, checa o plano de voo e fornece o código transponder - quatro dígitos numéricos pelos quais o avião será reconhecido nos radares durante o percurso.
A segunda função é a de "solo", a quem compreende gerenciar a movimentação da aeronave em terra dentro do aeroporto - o trajeto até a pista, por exemplo. Em seguida, vem o posto de "torre", que coordena quem está pousando e quem vai entrar na pista para decolar, de modo que tudo saia em perfeita sincronia e não haja acidentes.
Por último, uma função que só existe em São Paulo. "Trata-se de uma particularidade, algo que tivemos de criar para resolver um fato social: o elevado número de helicópteros nas proximidades de Congonhas", conta o tenente. Assim, em 2001 iniciaram-se os estudos que resultaram na instalação, três anos depois, do monitoramento dos helicópteros que circulam em um quadrilátero imaginário que interfere na "rampa de aproximação do aeroporto" - que é a maneira como eles chamam o espaço que está na rota final dos aviões antes do pouso. Desde então eles ficam de olho nos helicópteros que trafegam pela região da Avenida Paulista, da Avenida 23 de Maio e da Marginal do Pinheiros, por exemplo.
Fonte: Por Edison Veiga (Blog da Metrópole - estadão.com.br) - Fotos: Paulo Liebert (Agência Estado)
Dentro da torre de controle, a 37 metros de altura, ficam cerca de 9 controladores a cada turno. O silêncio, quase absoluto, só é interrompido pelos frequentes diálogos, em baixo volume, com os pilotos pedindo autorização para pouso ou decolagem. Tudo para manter a concentração. "Nos horários de pico, temos um pouso ou uma decolagem a cada 2 minutos", afirma o tenente Ubiraci Pereira (foto abaixo), especialista em tráfego aéreo - que trabalha na torre e foi controlador de voo de 1987 a 1999.
"O serviço é sempre visual", explica ele. "Os equipamentos servem apenas para auxiliar, mas a observação da pista é um pressuposto básico." Cada controlador tem, à disposição, um radar, um monitor com informações meteorológicas e outro que relata o status da pista - desde se tem ventos até se há alguma interferência como o tal cortador de grama. Ah, sim, e um relógio com o horário oficial de Greenwich, utilizado nos voos para evitar desencontros causados por fusos diferentes.
Para se tornar um controlador de voo existem dois caminhos: o civil e o militar. No primeiro caso, há um concurso público para a Escola de Especialistas de Aeronáutica, de Guaratinguetá, cujo curso de formação leva 2 anos. Após o processo, o profissional sai como terceiro sargento. O outro caminho é um curso de um ano no Instituto do Controle do Espaço Aéreo, de São José dos Campos.
"Aqui em Congonhas, 80% são militares da ativa, 10% da reserva, e apenas 10% são civis", conta o tenente. Mulheres começaram a ser admitidas em 2003 e hoje, dos 45 controladores do aeroporto, elas já são 21.
Na torre de controle, os profissionais se organizam em quatro funções - sendo que a última delas é uma peculiaridade paulistana. O primeiro posto, chamado de "autorização", cuida das aeronaves que ainda estão estacionadas. O controlador dá a permissão para a saída, checa o plano de voo e fornece o código transponder - quatro dígitos numéricos pelos quais o avião será reconhecido nos radares durante o percurso.
A segunda função é a de "solo", a quem compreende gerenciar a movimentação da aeronave em terra dentro do aeroporto - o trajeto até a pista, por exemplo. Em seguida, vem o posto de "torre", que coordena quem está pousando e quem vai entrar na pista para decolar, de modo que tudo saia em perfeita sincronia e não haja acidentes.
Por último, uma função que só existe em São Paulo. "Trata-se de uma particularidade, algo que tivemos de criar para resolver um fato social: o elevado número de helicópteros nas proximidades de Congonhas", conta o tenente. Assim, em 2001 iniciaram-se os estudos que resultaram na instalação, três anos depois, do monitoramento dos helicópteros que circulam em um quadrilátero imaginário que interfere na "rampa de aproximação do aeroporto" - que é a maneira como eles chamam o espaço que está na rota final dos aviões antes do pouso. Desde então eles ficam de olho nos helicópteros que trafegam pela região da Avenida Paulista, da Avenida 23 de Maio e da Marginal do Pinheiros, por exemplo.
Fonte: Por Edison Veiga (Blog da Metrópole - estadão.com.br) - Fotos: Paulo Liebert (Agência Estado)
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