Contra-ataque Há 50 anos, norte-americanos "voltaram ao jogo" da corrida espacial com o lançamento do satélite Explorer 1
De acordo com o engenheiro Ramon de Paula, executivo de missões da Nasa (agência espacial norte-americana) para Marte, o principal avanço gerado pelo Explorer 1 foi o início da exploração robótica do espaço. "O que aconteceu 50 anos atrás abriu espaço para o trabalho que eu faço hoje, com a exploração de Marte, outros planetas e fenômenos", afirma.
Enquanto isso, os EUA haviam visto sua tentativa de lançar o satélite Vanguard, em dezembro de 1957, fracassar em segundos, diante de jornalistas e autoridades.
O foguete que carregava o objeto subiu alguns metros por cerca de dois segundos, mas retrocedeu, caiu e acabou em chamas.
O Explorer 1 foi construído por uma equipe do Jet Propulsion Laboratory (JPL) em menos de 90 dias, dada a pressa dos norte-americanos em dar o troco nos adversários. A Nasa ainda não existia e foi criada apenas em outubro de 1958.
O satélite, que tinha 203 cm de comprimento, 15,9 cm de diâmetro e pesava 14 quilos, foi ao espaço com o uso do foguete Jupiter C, diretamente da base de Cabo Canaveral, na Flórida.
Ficou em órbita por mais de anos, até março de 1970, até entrar novamente na atmosfera e explodir. Entretanto, funcionou mesmo por poucos meses. Já em maio de 1958, as baterias pararam de funcionar e o objeto parou de enviar sinais à Terra.
Segundo de Paula, satélites de telecomunicações lançados atualmente são desenvolvidos para funcionarem de oito a dez anos, em média. Para fins científicos, esse tempo varia de três a cinco anos, dependendo do que se queira observar.
Força
Nesses meses em que enviou informações à Terra, além de inflar o ego dos norte-americanos, o satélite propiciou uma descoberta importante: a existência de regiões ao redor do nosso planeta com a presença de partículas altamente carregadas que estão "presas" no campo magnético da Terra.
Essas regiões ficaram conhecidas como cinturões de Van Allen, em homenagem a James Van Allen, um dos cientistas que desenvolveu o satélite e descobriu a existência desse fenômeno.
Essa descoberta foi possível graças a um de detector de raios cósmicos equipado no satélite, que media a radiação em volta do planeta.
Para o engenheiro da Nasa, o início da exploração espacial permitiu que o homem expandisse seu espírito aventureiro. "Queremos procurar nossas origens, de onde viemos. As lições de Marte podem nos ajudar a viver melhor, entender melhor os processos. É um aspecto do ser humano: somos grandes exploradores", afirma de Paula.
Os Estados Unidos ainda fizeram quatro lançamentos de satélites similares ao Explorer 1 em 1958. As versões Explorer 2 e Explorer 5 não tiveram lançamentos bem-sucedidos. Já o Explorer 3 e o Explorer 4 foram colocados em órbita e funcionaram durante alguns meses daquele ano.
Quase quatro meses. Esse foi o tempo que os Estados Unidos levaram para conseguir contra-atacar e enviar seu primeiro satélite ao espaço. Há exatos 50 anos, na noite do dia 31 de janeiro de 1958, uma sexta-feira, os norte-americanos conseguiram "voltar ao jogo" da corrida espacial com o lançamento do satélite Explorer 1 - até aquele momento, a União Soviética já havia colocado em órbita pelo menos dois satélites e enviado um ser vivo ao espaço.
De acordo com o engenheiro Ramon de Paula, executivo de missões da Nasa (agência espacial norte-americana) para Marte, o principal avanço gerado pelo Explorer 1 foi o início da exploração robótica do espaço. "O que aconteceu 50 anos atrás abriu espaço para o trabalho que eu faço hoje, com a exploração de Marte, outros planetas e fenômenos", afirma.
O lançamento bem-sucedido do Explorer 1 foi um alívio para os EUA, que viam seus maiores adversários, em meio à Guerra Fria, obtendo sucessivos êxitos na área espacial. Depois de, em 4 de outubro de 1957, lançarem o Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra, os soviéticos lançaram também o Sputnik 2, com a cadela Laika a bordo.
Explorer 1 foi construído em menos de 90 dias, em razão da pressa dos EUA para mostrar poder; satélite funcionou por poucos meses
Enquanto isso, os EUA haviam visto sua tentativa de lançar o satélite Vanguard, em dezembro de 1957, fracassar em segundos, diante de jornalistas e autoridades.
O foguete que carregava o objeto subiu alguns metros por cerca de dois segundos, mas retrocedeu, caiu e acabou em chamas.
O Explorer 1 foi construído por uma equipe do Jet Propulsion Laboratory (JPL) em menos de 90 dias, dada a pressa dos norte-americanos em dar o troco nos adversários. A Nasa ainda não existia e foi criada apenas em outubro de 1958.
O satélite, que tinha 203 cm de comprimento, 15,9 cm de diâmetro e pesava 14 quilos, foi ao espaço com o uso do foguete Jupiter C, diretamente da base de Cabo Canaveral, na Flórida.
Ficou em órbita por mais de anos, até março de 1970, até entrar novamente na atmosfera e explodir. Entretanto, funcionou mesmo por poucos meses. Já em maio de 1958, as baterias pararam de funcionar e o objeto parou de enviar sinais à Terra.
Segundo de Paula, satélites de telecomunicações lançados atualmente são desenvolvidos para funcionarem de oito a dez anos, em média. Para fins científicos, esse tempo varia de três a cinco anos, dependendo do que se queira observar.
Força
Nesses meses em que enviou informações à Terra, além de inflar o ego dos norte-americanos, o satélite propiciou uma descoberta importante: a existência de regiões ao redor do nosso planeta com a presença de partículas altamente carregadas que estão "presas" no campo magnético da Terra.
Essas regiões ficaram conhecidas como cinturões de Van Allen, em homenagem a James Van Allen, um dos cientistas que desenvolveu o satélite e descobriu a existência desse fenômeno.
Essa descoberta foi possível graças a um de detector de raios cósmicos equipado no satélite, que media a radiação em volta do planeta.
Para o engenheiro da Nasa, o início da exploração espacial permitiu que o homem expandisse seu espírito aventureiro. "Queremos procurar nossas origens, de onde viemos. As lições de Marte podem nos ajudar a viver melhor, entender melhor os processos. É um aspecto do ser humano: somos grandes exploradores", afirma de Paula.
Os Estados Unidos ainda fizeram quatro lançamentos de satélites similares ao Explorer 1 em 1958. As versões Explorer 2 e Explorer 5 não tiveram lançamentos bem-sucedidos. Já o Explorer 3 e o Explorer 4 foram colocados em órbita e funcionaram durante alguns meses daquele ano.
Fonte: Folha Online
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