sábado, 7 de janeiro de 2023

'Saga da mala': bagagem vai parar em McDonald's, viraliza e Apple se dá bem


Quem já teve sua bagagem atrasada ou perdida após um voo sabe bem a dor de cabeça que isso causa. Agora imagine você perder sua mala em uma viagem de avião, receber uma promessa de que a bagagem está "segura", e depois descobrir que a mala está em um local totalmente estranho e desconhecido?

Foi exatamente isso que aconteceu com Valerie Szybala, que relatou a "saga da mala" no Twitter em posts que acabaram viralizando. Em resumo, o que aconteceu foi o seguinte:
  • após voltar de férias, Szybala descobriu a perda da bagagem ao pousar em Washington (EUA);
  • em um primeiro momento, ela ficou tranquila, pois rastreava a mala por meio de uma AirTag;
  • a mala "passeou" bastante, indo até lugares como um complexo de apartamentos e um McDonald's;
  • a mala só foi recuperada três dias após seu desaparecimento, sendo que Szybala foi pessoalmente atrás dela;
  • o caso rendeu uma propaganda gratuita para a Apple, que viu as vendas das AirTag dispararem;
  • a United Airlines afirmou que irá investigar o caso.
Tudo começou na última semana de 2022, quando Szybala voltava de longas férias e pegou um avião saindo de Chicago com destino a Washington, nos Estados Unidos. Mas assim que pousou no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, descobriu pelo aplicativo da United Airlines que sua mala não chegou ao destino junto com ela.

A empresa se ofereceu para entregar a bagagem atrasada, porém, não imaginavam que Szybala tinha colocado na mala um AirTag, que é um dispositivo que pode ser colocado em itens pessoais, como carteira e chaves, para enviar sinais à rede Find My da Apple. O objetivo é conseguir rastrear esses objetos para o usuário não os perder acidentalmente.

O que veio depois disso ficou conhecido como a "saga da mala"' porque ninguém imaginaria que a bagagem passaria por tantos lugares inusitados até chegar ao destino.

Relatos no Twitter


Szybala inicialmente apenas reclamava do mau serviço da companhia aérea. Porém, a história ganhou uma dimensão muito maior na medida em que mais pessoas foram se interessando em saber o que acontecia com a tal mala.

A mala partiu do aeroporto no dia 29 de dezembro e parecia estar a caminho de ser entregue, porém não chegou. No dia seguinte, Szybala viu que a bagagem foi levada até um complexo de apartamentos residenciais — onde ficou por mais de um dia — e aí começou a ficar preocupada.


A bagagem não estava tão distante e, por isso, ela decidiu ir sozinha pegar no local indicado pelo Find My. Chegando lá, encontrou e fotografou várias malas vazias perto de uma lixeira, o que a fez ficar em pânico. "Quando pensei que havia alguém roubando, e talvez esvaziando-as, pensei: 'Preciso agir'", disse ela ao Mashable.

Por mensagens de texto, Szybala entrou em contato com a United e um representante apenas pediu calma porque "a bagagem está no serviço de entrega". Ela também foi orientada a rastrear a bolsa pelo wheresmysuitcase.com, mas o site nunca atualizou a localização dos pertences e ela não conseguia contato diretamente com o serviço de entrega.

Não satisfeita, Szybala insistiu em saber o motivo de sua mala estar em um complexo de apartamentos e não em um centro de distribuição. No entanto, a empresa simplesmente parou de responder.


Caso "viralizou"


A essa altura, seus tweets relatando a "saga da mala" já tinham milhões de curtidas e espectadores ávidos por atualizações. Szybala decidiu voltar mais vezes ao complexo e certa vez viu a mala viajar para um McDonald's.


Com tamanha repercussão, até mesmo a imprensa local passou a cobrar da United informações sobre o que estaria acontecendo de errado com a entrega da mala. A companhia aérea apenas disse que "estamos trabalhando com nosso fornecedor de entrega de bagagem para entender os detalhes dessa situação".

Somente na quarta vez em que viajou ao complexo de apartamentos, Szybala recebeu uma mensagem do serviço de entrega, que afirmava que a mala tinha sido entregue por engano para uma pessoa errada na Virgínia e que precisou recuperá-la. Szybala, porém, não acredita nesta versão, uma vez que ela é conflitante com as informações dadas pelo Airtag.

A mala, enfim, foi recuperada no dia 2 de janeiro, três dias após o desaparecimento. O que não se sabe até o momento é o que ela fazia em um conjunto de apartamentos.


A United, posteriormente, também emitiu uma nota dizendo que "o serviço prestado pelo fornecedor de entrega de bagagem não atende aos padrões" e prometeu investigar o que aconteceu.

Apple se deu bem na história


A "saga da mala" acabou rendendo uma boa — e gratuita — propaganda para a Apple, pois Szybala recomendou em suas publicações que os viajantes deveriam considerar o uso de um dispositivo de rastreamento em suas bagagens. Ela acredita que, sem o dispositivo e o viral no Twitter, ela não conseguiria recuperar sua mala.

Uma vez que a história viralizou, as AirTags da Apple (foto ao lado) se tornaram um dos itens mais vendidos na Amazon, segundo Scott Budman, repórter da NBC News.

Szybala também recomendou que os viajantes fotografassem ou fizessem o inventário de seus pertences antes de voar e que optassem por pegar as malas atrasadas ou perdidas no aeroporto, ao invés de entregá-las.


A experiência também serviu como um alerta sobre a forma como as companhias aéreas e as empresas terceirizadas tratam as bagagens atrasadas ou perdidas dos viajantes. "Obviamente, isso não vai mudar tudo o que o United faz, mas certamente receber toda essa atenção - e a repercussão negativa - é a única coisa que pode levá-los a avaliar algumas dessas práticas", disse.

Via BOL, Simple Flying e Gizmodo

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