Jatos executivos replicam o requinte e sofisticação de hotéis cinco-estrelas para proporcionar conforto a seus passageiros, seja em viagens a passeio, seja a negócios.
Imagine voar em uma suíte do luxuoso hotel parisiense George V. Isso mesmo. Foi em acomodações desse nível que a Embraer se baseou para entrar no disputado mercado de aviões executivos de longa distância e alto luxo. Seu jato Lineage 1000, com 37 metros de comprimento, é capaz de voar de São Paulo a Lisboa sem escalas, com até 19 passageiros, ao preço inicial de US$ 53 milhões. É a maior e mais cara aeronave produzida pela fabricante de aviões de São José dos Campos. O espaço interno, semelhante ao de um apartamento de 70 metros quadrados, comporta uma cama de casal e chuveiro.
Escritório para poucos: o Global 6000, da Bombardier, define os equipamentos e o
acabamento de acordo com a escolha do cliente - Crédito: Ricardo Beccari
A empresa oferece mais de cinco mil opções para decoração – há 60 modelos de tapetes, por exemplo. No Brasil, por enquanto, só existe um modelo em operação, que está a serviço da Presidência da República. Mas 18 unidades já foram entregues ao redor do mundo, especialmente no Oriente Médio, na China e no México. O principal concorrente do Lineage 10000 é o Global 6000, o avião mais sofisticado da arquirrival canadense Bombardier, para voos ultralongos e que custa US$ 60 milhões. É considerado o mais moderno do mundo e o que dispõe de maior autonomia de voo, com 11.112 quilômetros, o que daria para contornar quase meio planeta Terra.
Brasileiro top de linha: o Lineage 10000, da Embraer, usado como avião da Presidência,
é o mais sofisticado já feito pela empresa - Crédito: Dimitri Lee
O Global 6000 pode conectar Moscou a Los Angeles, sem escalas, com até oito passageiros e quatro tripulantes. Outra novidade desse modelo da Bombardier é a Global Shower, o primeiro chuveiro instalado em jato executivo. Pelo menos uma unidade já foi vendida no Brasil. “Nosso cliente brasileiro tem um gosto peculiar”, afirma Fabio Rebello, diretor-geral da Bombardier no País. “Para ele, assim como para outros clientes ao redor do mundo, o maior desejo é não só economizar tempo, como também ter o mais alto grau de conforto e conveniência.” Quando se trata de helicópteros a disputa pelo mais luxuoso do mercado também é grande.
O modelo mais caro da Helibras, no Brasil, é o EC 155, da família Dauphin, com capacidade para até 12 passageiros, ao preço de US$ 10 milhões. “Trata-se de um aparelho com tecnologia de ponta e uma enorme capacidade de operação”, conta François Arnaud, vice-presidente da Helibras. O EC 155 tem um bagageiro compatível com o número de passageiros e é muito silencioso graças a um item exclusivo, o Fenestron, peça que envolve o rotor da cauda, melhora a estabilidade e reduz os ruídos durante a operação. Recentemente, a empresa trouxe ao país o EC 145 Mercedes-Benz, com capacidade para dez passageiros e capaz de pousar até em algumas ruas e avenidas.
Conforto de hotel: os aviões mais requintados da Bombardier e da Embraer
oferecem requinte desde a cabine até o banheiro - Crédito: Paulo Fridman
“Tudo isso com o interior desenvolvido pelo estúdio de design da Mercedes-Benz”, afirma Arnaud. Preço: a partir de US$ 8 milhões. Outro modelo que caiu no gosto do empresário brasileiro é o Grand New, da AgustaWestland que também custa US$ 8 milhões. É um dos mais procurados pelos empresários do país. O helicóptero transporta sete pessoas, mais o piloto, e pode percorrer até 785 km sem escalas. Ele é fabricado em fibra de carbono e utiliza tecnologia similar à dos carros de Fórmula 1. O modelo possui também visão sintética, tecnologia que permite um acesso visual mais amplo ao exterior.
Fonte: Andrea Assef (IstoÉ Dinheiro)
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