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Mas não dava para dizer mesmo. Até a semana passada, essa profissão simplesmente não existia para mocinhas. Elas fazem parte da primeira turma de 11 pilotos mulheres da Força Aérea Brasileira.
Por isso, ninguém adivinha a profissão delas. E quando descobre, sabe qual é a reação?
“Tem gente que acha que a gente está mentindo. Tem uns que ficam até assim envergonhados, mas pedem até para ver a identidade militar da gente, ver se a gente é piloto realmente, que tem escrito lá”, conta Fabrícia Oliveira.
Mas será que elas acham que escolheram uma profissão “normal”?
“Já há muitas pilotos civis. A nossa diferença é que a gente é piloto de combate”, compara Fabrícia.
Piloto de combate? Então vamos à luta. Na base aérea de Natal, as pilotos estudaram durante quatro anos. O tipo de coisas que elas fazem no helicóptero, por exemplo, só um helicóptero militar pode fazer. Missão militar é assim. A Dayana dos Santos pilota um helicóptero tem que descer em uma espécie de clareira. É um lugar difícil, cheio de árvores e só tem esse ponto onde o helicóptero pode descer. Quer dizer, se ela fizer qualquer manobra errada, pode acontecer um acidente.
“O pouco de assalto é um pouso em que a gente tem que vir bem rápido e fazer o desembarque o mais rápido possível porque estamos correndo risco. Pode ser em terreno inimigo e aí a gente tem que fazer o desembarque ou embarque de uma tropa no menor tempo possível”, conta Dayana.
Missão no helicóptero encerrada - vamos à próxima. Um dia inteiro acompanhando a rotina das primeiras mulheres pilotos da Força Aérea Brasileira e chegou aquele momento ou o mais esperado ou o mais crítico. É o momento de voar em um caça, com direito a roupa especial.
“É o anti-G que é um equipamento que ele serve para proteger, ele segura a circulação para algumas manobras mais agressivas”, conta a piloto Carla Borges.
Manobras mais agressivas? E o colete parece que tem chumbo.
“Não, esse colete aqui, tem alguns equipamentos em caso de necessidade. Ele tem alguns equipamentos de sobrevivência, kit para costura, para uma sobrevivência na selva, para uma sutura. Água, nós temos água também”, explica um militar.
Tanto equipamento tem motivo: o avião de caça super tucano A-29 atinge 593 km/h. Usado principalmente para a vigilância aérea da Amazônia, ele pode interceptar e destruir pequenas aeronaves.