Aeronave da companhia brasileira se arrastou por 723 metros na pista, deixando um buraco de até seis centímetros.
Avião da Latam arrastou a cauda por 723 metros (Imagem: Reprodução) |
O documento, divulgado em 23 de agosto, aponta que para calcular a velocidade de decolagem correta, os pilotos devem inserir vários parâmetros no computador de gerenciamento de voo, como peso da aeronave, condições climáticas, peso do combustível carregado.
No entanto, neste voo da Latam, foi inserido o peso máximo da aeronave sem combustível, ao invés do peso real do combustível abastecido, fazendo com que o computador calculasse uma velocidade de decolagem muito abaixo da necessária.
Com base na programação do computador, eles receberam uma V1 (velocidade de decisão) de 145 nós, uma VR (velocidade de rotação) de 149 nós e uma V2 (velocidade de segurança de decolagem) de 156 nós. Com base nos cálculos corretos que foram realizados durante a investigação, eles deveriam ter um V1 de 173 nós, um VR de 181 nós e um V2 de 186 nós.
Na prática, os pilotos começaram a rotacionar a aeronave a 153 nós, e quando a aeronave acelerou para 166 nós já iniciou o contato da cauda com a pista do aeroporto. Vale notar que, no momento da decolagem, três pilotos estavam na cabine do voo da Latam: um capitão instrutor sentado no assento direito (que estava voando neste segmento), um capitão em treinamento sentado no assento esquerdo e um capitão substituto sentado no assento de salto.
O tail strike ocorre quando a fuselagem do avião bate na pista. O evento pode causar danos estruturais à aeronave e, a depender da gravidade, levar à perda do controle —mas com baixo risco de fatalidades.
O caso aconteceu em 9 de julho deste ano, com 398 passageiros a bordo que iam em direção a São Paulo. As câmeras de segurança do aeroporto registraram o momento em que a parte traseira da fuselagem toca na pista e se arrasta.
Após a decolagem, os pilotos precisaram despejar combustível para retornar a Milão e verificar os danos na estrutura da aeronave.
O Boeing 777 da LATAM de matrícula PT-MUG, a mesma envolvida num apagão e subsequente pouso de emergência em Confins em 2018, foi reparada, com uma proteção de cauda reinstalada e seguiu em 14 de julho, para São Paulo.
Via Filipe Vidon (O Globo) e Aeroin
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