domingo, 20 de junho de 2021

Além da Embraer: Conheça outras fabricantes que produzem aviões e drones no país

Indústria brasileira possui uma variedade de fabricantes de aviões, helicópteros, drones e até dirigíveis.

Avião se prepara para pousar no aeroporto de São José dos Campos (SP)
(Foto: Claudio Capucho/Getty Images)
O Brasil é um país com solo fértil para a produção de aviões. A maior prova disso é o sucesso da Embraer no mercado internacional, com produtos alinhados ao que há de mais moderno na indústria aeronáutica e um volume de vendas que a coloca no posto de terceira maior fabricante de aeronaves comerciais do mundo, atrás apenas das gigantes Airbus e Boeing.

A Embraer, entretanto, não é a única empresa brasileira que produz aviões, embora sua fama acabe ofuscando os outros empreendimentos nacionais nesse setor. Nem todo mundo sabe, mas no Brasil também existem diversas fábricas menores que produzem diversos tipos de aeronaves, de monomotores para uso recreativo até helicópteros, dirigíveis e drones militares.

Conheça a seguir algumas das fabricantes brasileiras de aeronaves que dividem espaço com a Embraer.

Octans Aircraft


Localizada em São João da Boa Vista (SP), a Octans Aircraft foi fundada em 2002. A especialidade da empresa era a produção de aviões experimentais, ramo em que atuou até 2016. Enquanto esteve nessa categoria, a fabricante entregou 240 aeronaves.

Octans Cygnus (Foto: Divulgação/Octans Cygnus)
Em 2015, a fabricante decidiu suspender a produção das aviões experimentais e dirigiu todos os esforços ao desenvolvimento de seu novo produto, o monomotor Cygnus para até cinco ocupantes. O primeiro protótipo voou em janeiro de 2020, e a campanha de testes e certificação deve ser concluída até o fim deste ano, liberando a Octans para entregar os primeiros aparelhos aos clientes.

Scoda Aeronáutica


No interior de São Paulo, em Ipeúna, funciona a Scoda Aeronáutica, empresa fundada em 1997 pelo engenheiro aeronáutico e piloto Rodrigo Scoda. O principal produto da empresa é o avião anfíbio Super Petrel LS, capaz de pousar na água e na terra. A aeronave produzida pela Scoda é uma versão atualizada do Hydroplum II, desenvolvido originalmente na França.

Scoda SuperPetrel (Foto: Divulgação/Scoda SuperPetrel)
Além de atender o mercado brasileira, a Scoda já vendeu aviões para clientes nos Estados Unidos, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e diversos países da Europa. A empresa também atua nas áreas de manutenção aeronáutica e cursos de pilotagem.

Paradise Indústria Aeronáutica


Fabricante de aviões experimentais, a Paradise Indústria Aeronáutica, com sede em Feira de Santana (BA), surgiu em 2001 com “DNA” exportador. A empresa baiana tem uma relação muito próxima com o mercado de aviação privada dos EUA, onde até já recebeu o prêmio de melhor empresa do ano na área de aviação em 2010.

Paradise P2NG (Foto: Divulgação/Paradise P2NG)
O catálogo da Paradise conta com cinco tipos diferentes de aeronaves ultraleves (Eagle, P1, P1 NG, P2-S e P-4), com capacidades para dois e quatro ocupantes.

ACS Aviation


Conterrânea da Embraer, a ACS Aviation, com sede em São José dos Campos (SP), estreou no mercado em 2006 oferecendo aviões experimentais com performance acrobática. Atualmente, o principal produto da empresa é o monomotor Sora-100, para dois ocupantes. A ACS também presta serviços de engenharia e produz componentes para o setor aeroespacial.

ACS Sora (Foto: Divulgação/ACS Sora)
Em maio de 2015, a fabricante viveu seu momento de maior notoriedade ao realizar o voo inaugural do Sora-E, o primeiro avião com motor elétrico projetado no Brasil. A exemplo da “vizinha” Embraer, a ACS também está desenvolvendo um “carro voador”, o Z-300 EVTOL.

Helibras


Principal fornecedor de helicópteros para as forças armadas brasileiras, a Helibras, com sede em Itajubá (MG) desde 1980, é uma subsidiária da Airbus Helicopters, que faz parte do grupo Airbus. É considerada uma empresa estratégica de defesa para o Brasil, assim como a Embraer. A companhia também tem forte atuação no setor nacional de helicópteros de uso civil.

Helibras H225M (Foto: Divulgação/Helibras H225M)
Sua fundação se deu no antigo Centro Técnico Aeroespacial (CTA), em São José dos Campos (SP), em 1978, a partir de uma decisão do governo brasileiro de ter uma indústria de asas rotativas no país. A Helibras foi formada a partir de uma parceria da extinta fabricante francesa Aerospatiale com o Governo de Minas Gerais e a Aerofoto Cruzeiro.

Airship do Brasil


Fundada em 2005 na cidade de São Carlos (SP), a Airship do Brasil (ADB) colocou o Brasil no seleto grupo de países construtores de dirigíveis. Outras nações que detém o ciclo completo para construir esse tipo de aeronave são os EUA, França, Alemanha, Reino Unido e China.

Airship ADB3 (Foto: Divulgação/ Airship ADB3)
A Airship iniciou suas atividades com projetos de dirigíveis não tripulados radiocontrolados, os modelos ADB-1 e ABD-2, testados em 2009. A empresa também desenvolveu balões cativos de vigilância. Maior aeronave desenvolvida pela empresa, o ADB-3 voou em 2017.

Máquinas voadoras que remetem ao passado, os dirigíveis ainda são um meio de transporte eficiente e com diversas aplicações, como transporte de carga, patrulhamento de infraestruturas e publicidade.

StellaTecnologia


Nova candidata ao posto de empresa estratégica de defesa do Brasil, a Stella Tecnologia é focada na área de sistemas aéreos não tripulados, os famosos drones. A empresa baseada em Duque de Caxias (RJ) foi criada em 2015 e, no passado, apresentou seu primeiro produto, o drone militar Atobá.

StellaTecnologia Atoba (Foto: Divulgação/StellaTecnologia Atoba)
Maior veículo aéreo não tripulado desenvolvido no Hemisfério Sul, o Atobá tem 11 metros de envergadura e pesa 500 kg. O drone é projetado para realizar missões de vigilância, utilizando poderosas câmeras e sensores de busca capaz de acompanhar objetos ou até pessoas a vários quilômetros de distância. O modelo ainda pode permanecer voando por 28 horas ininterruptas.

Por Thiago Vinholes, colaboração para o CNN Brasil Business

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