Boeing 737 caiu logo após decolar do aeroporto de Teerã e ninguém sobreviveu. Aeronave levava 176 passageiros e 9 tripulantes de 7 nacionalidades e tinha Kiev como destino.
Autoridades trabalham em meio a destroços de avião que caiu em Shahedshahr, a sudoeste da capital Teerã, em 8 de janeiro de 2020 no Irã (Foto: Ebrahim Noroozi/AP) |
Dez oficiais foram indiciados no Irã pela queda de um avião de passageiros ucraniano que matou 185 pessoas em janeiro de 2020, anunciou o promotor militar de Teerã, Gholamabbas Torki, nesta terça-feira (6).
O anúncio ocorre após duras críticas internacionais ao relatório final da queda, que apontava erro humano, mas sem responsabilizar ninguém pelo incidente, e a negociações sobre o acordo nuclear (veja mais abaixo). Os nomes dos indiciados não foram divulgados.
Um avião Boeing 737 caiu logo após decolar do aeroporto de Teerã, capital do Irã, em 8 de janeiro do ano passado. A aeronave ucraniana transportava 176 passageiros e 9 tripulantes e ninguém sobreviveu.
Havia pessoas de 7 nacionalidades no voo: 82 do Irã, 63 do Canadá, 11 da Ucrânia (incluindo os 9 tripulantes), 10 da Suécia, 4 do Afeganistão, 3 do Reino Unido e 3 da Alemanha.
Investigador forense trabalha no local da queda de avião ucraniano no Irã em meio a corpos nesta quarta-feira (8) (Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi) |
O voo PS752 da Ukraine International Airlines partiu às 6h12 (horário local) do Aeroporto Imam Khomeini e tinha como destino o Aeroporto Internacional Boryspil, em Kiev, capital da Ucrânia.
Acordo nuclear
O anúncio é feito horas antes de o governo iraniano negociar com potências mundiais o acordo nuclear que foi assinado em 2015 e abandonado pelos Estados Unidos em 2018.
Autoridades do país vão participar de um encontro hoje em Viena, capital da Áustria, com representantes de China, Rússia, França, Alemanha e Reino Unido.
Nesta terça, o porta-voz do governo iraniano considerou "promissoras" as declarações de autoridades americanas sugerindo a suspensão das sanções impostas ao país quando os EUA deixaram o acordo nuclear.
"Consideramos esta posição realista e promissora", disse Ali Rabii, porta-voz do governo, em uma entrevista coletiva em Teerã. "Esta posição poderia ser o início da correção do mau processo que levou a diplomacia a um beco sem saída".
Reconhecimento de culpa
A tragédia em janeiro do ano passado ocorreu poucas horas após o Irã ter disparado mísseis contra duas bases aéreas que abrigam tropas dos Estados Unidos no Iraque, em resposta à morte do general Qassem Soleimani.
Após três dias de negação e em face de evidências crescentes, o Irã finalmente reconheceu que a Guarda Revolucionária havia derrubado o avião por engano com dois mísseis terra-ar. Relatórios culparam um operador de defesa aérea de confundir o Boeing com um míssil de cruzeiro americano.
Por G1
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