sexta-feira, 27 de julho de 2012

Obras no Afonso Pena atrapalham movimentação de produtos

Os aviões de carga precisam respeitar as restrições de horário de uso de pistas, fechados entre as 24 e 6 horas da manhã.

Aeroporto Afonso Pena terá horário diferenciado até 2013

As obras de expansão que acontecem no Aeroporto Internacional Afonso Pena provocam transtornos nos transportes de cargas para importação e exportação das indústrias paranaenses. Isso porque os aviões de carga têm que respeitar as restrições de horários de uso das pistas, fechadas entre 24 e 6 horas da manhã. Além disso, o equipamento de apoio à navegação aérea, o ILS Categoria II foi desativado. A ausência de apoio do moderno sistema significa dias sem condições favoráveis de decolagem e aterrissagem no local por conta do forte nevoeiro que se forma na região nesta época do ano. 

Segundo Carlos César Pilarski, especialista em comércio exterior e técnico aduaneiro da Mundial Import &  Export Solutions, os problemas provocam o desvio dos aviões para aeroportos de outros estados, como o de Viracopos em Campinas. “Este processo além de atrasar a chegada das mercadorias em seus destinos, encarece todo o processo de importação. Isso porque, a carga que entra no país por outro estado perde o benefício de redução de valores do ICMS que no Paraná são fixados em 6% para produtos de revenda e 9% para industriais. Hoje, este benefício é utilizado por quase 90% dos setores produtivos do estado”, explica.

Soma-se a este cenário, a demora por conta da operação padrão realizada pelos servidores da Receita Federal e os custos de transporte rodoviário do aeroporto de recepção até o aeroporto de destino inicial. Este deslocamento depende da liberação do registro do Documento de Trânsito Aduaneiro – DTA – que autoriza o transporte de cargas importadas dentro do país. “O atraso gerado por esse processo varia de 2 a 3 dias, de acordo com o tipo de carga trabalhada. Isso tudo onera os trâmites de importação e exportação em aproximadamente 50% no valor de ICMS devido”, afirma Pilarski.

Hoje o prejuízo é absorvido pelo importador sem repasse aos demais setores da cadeia de distribuição. Segundo a administração do Aeroporto Afonso Pena, as obras devem ser concluídas para a Copa de 2014. Atualmente, o transporte aéreo é responsável por 10% do volume de cargas de comércio exterior no Paraná e cada avião comporta, em média, cinco contêineres ou 70 toneladas.

A vantagem deste tipo de transporte é o tempo de viagem das cargas que chegam a seus destinos de um dia para o outro contra, no mínimo, 20 dias do transporte marítimo. De acordo com o especialista, os setores mais afetados atualmente pelos transtornos das obras no Afonso Pena são as indústrias de peças eletrônicas e autopeças.

Fonte: Bem Paraná - Foto: Reprodução (RPC/TV)

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