terça-feira, 12 de junho de 2012

Aeroporto de Londrina é campeão em reclamações de laser apontados contra aviões

O número de raios laser apontados contra a cabine dos pilotos de aviões nas aterrissagens está aumentando a cada dia e as ocorrências em Londrina lideram o registro feito junto ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) neste ano. Dos 670 casos registrados até o dia 4 de junho, 55 foram registrados no Aeroporto Governador José Richa, em Londrina. 

Esse levantamento foi produzido pelo Cenipa que disponibilizou um formulário online, este ano, para o registro de ocorrências. E os dados são assustadores, pois os relatos dobraram nos cinco primeiros meses deste ano em relação a 2011, quando no mesmo período foram apenas 250 reclamações formalizadas. 

Após o aeroporto de Londrina, vem o de Vitória (44 casos), Brasília (42) e Campinas (41). No entanto, o Cenipa afirma que os casos ocorrem em todas as regiões. O único Estado brasileiro sem casos registrados é Sergipe. 

Quem for flagrado interferindo nos serviços de pouso e decolagens, mais do que uma "brincadeira" perigosa, estão sujeitos a responder criminalmente pelo ato - Foto: Divulgação

A reclamação constante é que as canetas laser estão sendo vendidas em grande escala e muitas pessoas estão utilizando com a finalidade de uma "brincadeira", procurando ofuscar a visão de outras pessoas e, no caso dos aviões em aproximação da pista do aeroporto, os pilotos. "O que se vê hoje é a facilidade de aquisição deste artefato. Por isso, no Brasil, nos últimos três anos, houve aumento do número de relatos", afirmou o major-aviador Márcio Vieira de Mattos, da Divisão de Aviação Civil do Cenipa. 

Major Mattos alerta que as consequências da utilização do raio laser podem ser danosas. "A probabilidade de se derrubar um avião com equipamento de emissão de laser é baixa, mas não pode ser descartada, uma vez que nós temos na frota nacional aeronaves que voam com apenas um piloto. Quando atingido diretamente nos olhos, o comandante do avião pode ter dificuldade de interpretar os instrumentos, cegueira momentânea e a formação de imagens falsas, que numa situação de decolagem ou pouso pode ser crítica. Nós temos que trabalhar em termos de prevenção", explicou. 

Mesmo com o grande número de ocorrências este ano, os relatos do uso de laser contra aeronaves não são recentes e tampouco exclusividade nos céus brasileiros. Há relatos de casos no Canadá, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos, por exemplo. O primeiro caso reportado ocorreu em 1993 em Los Angeles, quando o comandante de um Boeing 737 foi atingido e obrigado a passar o controle dos comandos da aeronave para o co-piloto. De acordo com os registros oficiais, este piloto ficou cerca de quatro minutos sem conseguir interpretar os instrumentos.

O que pode parecer apenas uma "brincadeira" inocente, além de ser perigoso, apontar laser para aviões e helicópteros também é crime, previsto no artigo 261 do Código Penal Brasileiro. As sanções são para quem expor a perigo ou praticar qualquer ato que possa impedir ou dificultar navegação aérea. Também está em tramitação um projeto de lei para punir quem usar de forma indevida as canetas de raio laser.

Fonte: odiario.com

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