Sete suspeitos respondem amanhã em tribunal por tráfico entre Brasil e Portugal. Um esquema que envolveu funcionários da aviação comercial
Sete arguidos e 30 quilos de cocaína. A singularidade do caso que amanhã vai a julgamento recai no facto de estarem acusados de tráfico de estupefacientes três elementos ligados à aviação civil: Nuno T., de 33 anos, comissário de bordo, detido em sua casa com pulseira electrónica, Jorge C., 43 anos, piloto e instrutor de voo, em prisão preventiva, e Patrícia S., 31 anos, assistente de bordo, também em prisão preventiva. Além dos três suspeitos, estão igualmente acusados de tráfico os empresários Ricardo A. e José H. e ainda Vasco M. e Tatiana A. ambos sem profissão conhecida.
Segundo a acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, os investigadores da Polícia Judiciária (PJ), também de Lisboa, chegaram à conclusão que, em Dezembro de 2008, Ricardo, Vasco, Patrícia e Tatiana se organizaram para irem buscar cocaína ao Brasil e a venderem em Portugal.
Numa primeira fase, diz a acusação, Ricardo - que esteve inúmeras vezes no Brasil - era ajudado por Patrícia e Tatiana para comprarem a droga naquele país e a fazerem chegar a Portugal. A Judiciária descreve, sem grandes pormenores, que Patrícia S. comprou a uma traficante brasileira 3 kg de cocaína por 12 mil euros e, já no nosso país, a ideia seria vendê-la ao empresário José H. que tinha sido contactado por Vasco M.. Refere o DIAP que a droga era de fraca qualidade pelo que acabaram por a vender a um traficante identificado por Dolce por 21 mil euros. Mais tarde Vasco M. e Patrícia S. voltam a entregar 1 kg de cocaína a José que continuou a não a aceitar, ao que tudo indica pela fraca qualidade da droga.
Já em Janeiro de 2009, Vasco e Ricardo entregam 4,5 kg por 31 500 euros ao empresário José H. que se disponibilizou a pagar 117 500 euros pelo total. Segundo o despacho de acusação a cocaína fora transportada por Tatiana A. e a entrega feita por Vasco M. e Ricardo A. Os investigadores referem que, posteriormente, José H. entregava a droga na Amadora, sem todavia identificarem o traficante ou os meandros da transacção. José recebia o dinheiro e entregava-o a Vasco M.
Em Fevereiro de 2009, Ricardo e Patrícia compram mais 4,5 kg de cocaína no Brasil, mas desta vez não queriam arriscar o transporte. A investigação explica que Patrícia S. entrou em contacto com o piloto Jorge C. para tentarem encontrar um correio que fizesse o transporte para Portugal. O piloto-instrutor receberia 10 mil euros pelo contacto e o correio cerca de 15 mil. A acusação refere que, neste período, Jorge C. contactou telefonicamente Patrícia S. cerca de 80 vezes.
Contratação É aqui que surge a ideia de contratar o comissário de bordo Nuno T. que teria aceite as condições propostas pelos suspeitos. Jorge C. e Tatiana A. encontraram-se em casa de Nuno para combinarem os pormenores das viagens. Entregam-lhe 350 euros para as despesas pessoais. A viagem e estadia também seriam suportados pelos suspeitos.
Em Fevereiro de 2009, os arguidos combinam que Nuno T. seguiria para o Brasil acompanhado de Tatiana. No dia 18 do mesmo mês, os dois viajaram para São Paulo onde os esperava a assistente de bordo Patrícia S. que regressou a Portugal. Nuno e Tatiana seguem viagem de avião para Florianópolis, onde Ricardo A. os espera para os transportar para o complexo turístico de Jurerê Internacional.
Nesse local os três suspeitos empacotam, diz a acusação, os 4,5 quilos de cocaína em nove embalagens de plástico, selando-as com cera depilatória e envolvendo-as com uma película aderente em café e pó de talco para disfarçar o cheiro. No final, os dois suspeitos, Nuno e Tatiana, apanham um autocarro para São Paulo, um avião para São Salvador da Baía e daí regressam a Portugal. A mala com a cocaína vinha em nome de Tatiana A.
À chegada, Nuno e Tatiana separam- -se e Nuno dirige-se ao corredor próprio para a tripulação com cartão de tripulante ao peito. Foi preso por agentes da PJ com 4,5kg no dia 24 Fevereiro de 2009.
Já com Nuno detido, os dias que se seguiram foram preenchidos por contactos entre os suspeitos para apurar o sucedido e delinear novas estratégias. Num destes dias, dois brasileiros não identificados chegaram a ligar para a namorada de Ricardo A. para lhe dizer que se não pagassem, vinham cá para cobrar.
Novo transporte Meses depois, em Julho de 2009, os suspeitos combinam outra transacção com um desconhecido, que não está identificado na acusação, para receberem novo carregamento de cocaína. Neste alegado acordo, Ricardo A. e Vasco M. combinam que entregariam uma elevada quantidade de cocaína a Jorge H. para ele revender a outros traficantes. Assim, a 21 de Julho 2009, Ricardo A. e Vasco M. vão ao aeroporto buscar a droga e são detidos no parque de estacionamento da Portela com 14,811 kg de cocaína.
A PJ refere duas buscas às residências dos acusados, tendo encontrado em casa de Ricardo A. 84 gramas de haxixe e na residência de Tatiana A. diversa documentação.
O julgamento começa amanhã na 5ª Vara Criminal de Lisboa e em causa vão estar as acusações de tráfico de estupefacientes a Nuno T. e Jorge C. com uma moldura penal de quatro a 12 anos de prisão, e tráfico de estupefacientes agravado para os restantes cinco arguidos, com penas de cadeia que vão dos cinco aos 15 anos de prisão.
Fonte: i-online (Portugal)
Sete arguidos e 30 quilos de cocaína. A singularidade do caso que amanhã vai a julgamento recai no facto de estarem acusados de tráfico de estupefacientes três elementos ligados à aviação civil: Nuno T., de 33 anos, comissário de bordo, detido em sua casa com pulseira electrónica, Jorge C., 43 anos, piloto e instrutor de voo, em prisão preventiva, e Patrícia S., 31 anos, assistente de bordo, também em prisão preventiva. Além dos três suspeitos, estão igualmente acusados de tráfico os empresários Ricardo A. e José H. e ainda Vasco M. e Tatiana A. ambos sem profissão conhecida.
Segundo a acusação do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa, os investigadores da Polícia Judiciária (PJ), também de Lisboa, chegaram à conclusão que, em Dezembro de 2008, Ricardo, Vasco, Patrícia e Tatiana se organizaram para irem buscar cocaína ao Brasil e a venderem em Portugal.
Numa primeira fase, diz a acusação, Ricardo - que esteve inúmeras vezes no Brasil - era ajudado por Patrícia e Tatiana para comprarem a droga naquele país e a fazerem chegar a Portugal. A Judiciária descreve, sem grandes pormenores, que Patrícia S. comprou a uma traficante brasileira 3 kg de cocaína por 12 mil euros e, já no nosso país, a ideia seria vendê-la ao empresário José H. que tinha sido contactado por Vasco M.. Refere o DIAP que a droga era de fraca qualidade pelo que acabaram por a vender a um traficante identificado por Dolce por 21 mil euros. Mais tarde Vasco M. e Patrícia S. voltam a entregar 1 kg de cocaína a José que continuou a não a aceitar, ao que tudo indica pela fraca qualidade da droga.
Já em Janeiro de 2009, Vasco e Ricardo entregam 4,5 kg por 31 500 euros ao empresário José H. que se disponibilizou a pagar 117 500 euros pelo total. Segundo o despacho de acusação a cocaína fora transportada por Tatiana A. e a entrega feita por Vasco M. e Ricardo A. Os investigadores referem que, posteriormente, José H. entregava a droga na Amadora, sem todavia identificarem o traficante ou os meandros da transacção. José recebia o dinheiro e entregava-o a Vasco M.
Em Fevereiro de 2009, Ricardo e Patrícia compram mais 4,5 kg de cocaína no Brasil, mas desta vez não queriam arriscar o transporte. A investigação explica que Patrícia S. entrou em contacto com o piloto Jorge C. para tentarem encontrar um correio que fizesse o transporte para Portugal. O piloto-instrutor receberia 10 mil euros pelo contacto e o correio cerca de 15 mil. A acusação refere que, neste período, Jorge C. contactou telefonicamente Patrícia S. cerca de 80 vezes.
Contratação É aqui que surge a ideia de contratar o comissário de bordo Nuno T. que teria aceite as condições propostas pelos suspeitos. Jorge C. e Tatiana A. encontraram-se em casa de Nuno para combinarem os pormenores das viagens. Entregam-lhe 350 euros para as despesas pessoais. A viagem e estadia também seriam suportados pelos suspeitos.
Em Fevereiro de 2009, os arguidos combinam que Nuno T. seguiria para o Brasil acompanhado de Tatiana. No dia 18 do mesmo mês, os dois viajaram para São Paulo onde os esperava a assistente de bordo Patrícia S. que regressou a Portugal. Nuno e Tatiana seguem viagem de avião para Florianópolis, onde Ricardo A. os espera para os transportar para o complexo turístico de Jurerê Internacional.
Nesse local os três suspeitos empacotam, diz a acusação, os 4,5 quilos de cocaína em nove embalagens de plástico, selando-as com cera depilatória e envolvendo-as com uma película aderente em café e pó de talco para disfarçar o cheiro. No final, os dois suspeitos, Nuno e Tatiana, apanham um autocarro para São Paulo, um avião para São Salvador da Baía e daí regressam a Portugal. A mala com a cocaína vinha em nome de Tatiana A.
À chegada, Nuno e Tatiana separam- -se e Nuno dirige-se ao corredor próprio para a tripulação com cartão de tripulante ao peito. Foi preso por agentes da PJ com 4,5kg no dia 24 Fevereiro de 2009.
Já com Nuno detido, os dias que se seguiram foram preenchidos por contactos entre os suspeitos para apurar o sucedido e delinear novas estratégias. Num destes dias, dois brasileiros não identificados chegaram a ligar para a namorada de Ricardo A. para lhe dizer que se não pagassem, vinham cá para cobrar.
Novo transporte Meses depois, em Julho de 2009, os suspeitos combinam outra transacção com um desconhecido, que não está identificado na acusação, para receberem novo carregamento de cocaína. Neste alegado acordo, Ricardo A. e Vasco M. combinam que entregariam uma elevada quantidade de cocaína a Jorge H. para ele revender a outros traficantes. Assim, a 21 de Julho 2009, Ricardo A. e Vasco M. vão ao aeroporto buscar a droga e são detidos no parque de estacionamento da Portela com 14,811 kg de cocaína.
A PJ refere duas buscas às residências dos acusados, tendo encontrado em casa de Ricardo A. 84 gramas de haxixe e na residência de Tatiana A. diversa documentação.
O julgamento começa amanhã na 5ª Vara Criminal de Lisboa e em causa vão estar as acusações de tráfico de estupefacientes a Nuno T. e Jorge C. com uma moldura penal de quatro a 12 anos de prisão, e tráfico de estupefacientes agravado para os restantes cinco arguidos, com penas de cadeia que vão dos cinco aos 15 anos de prisão.
Fonte: i-online (Portugal)
Nenhum comentário:
Postar um comentário