sábado, 30 de janeiro de 2010

Para Fifa, reformas nos aeroportos são fundamentais

Quando se encontrou com autoridades brasileiras em Brasília, na primeira semana de janeiro, após ter passado o réveillon em Angra dos Reis, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deixou claro que tão importante quanto o cumprimento das garantias assinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sediar a Copa de 2014 é a reforma dos aeroportos das 12 cidades sedes do evento.

Valcke voltou ao tema na última quarta-feira, em Johannesburgo, num encontro com O GLOBO. O número 2 na hierarquia da Fifa é o responsável pelas áreas financeira e administrativa da entidade. Está sob seu guarda chuva a organização de cada Mundial.

- O Brasil precisa melhorar seus aeroportos. Dar condições para que o torcedor, o turista e a população possam se deslocar durante o mês da Copa do Mundo-2014 sem sofrimentos - alertou o francês.

Valcke insistiu que a reforma dos aeroportos se torna ainda mais relevante pelo fato de o Brasil ter dimensões continentais - um 'subcontinente', como gosta de usar o presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter.

Preço das passagens preocupa organização do Mundial

Na opinião de Valcke, o calendário da Copa tem de ser muito bem planejado para evitar gastos ainda maiores, que inviabilizem os deslocamentos dos torcedores. Para o dirigente, será a Copa do avião, por causa das longas distâncias a serem percorridas. Assim, a questão dos aeroportos é um ponto nevrálgico no planejamento.

- Não é possível para o torcedor assistir ao primeiro jogo de sua seleção em Manaus, depois viajar a Porto Alegre para o segundo e encerrar a primeira fase em Salvador. Estamos estudando isso para minimizar custos.

O dirigente disse também que o Aeroporto Internacional Tom Jobim, além das reformas, precisa voltar a receber mais voos internacionais. Não apenas pelo fato de a cidade ser destino turístico, mas também porque o Maracanã vai sediar a final.

- É incrível que uma cidade como o Rio não tenha um voo para a Suíça (sede da Fifa). E só há um ou dois voos diários desde São Paulo. Para não falar de outros destinos europeus importantes. Isso, na Copa, seria um problema sério e que, logicamente, encareceria o preço das passagens.

O secretário-geral da Fifa lembrou que a África do Sul, país sede da Copa deste ano, tem enfrentado problemas com a venda de ingressos, principalmente para torcedores de outros países africanos e europeus, por causa do alto custo das passagens aéreas no período entre junho e julho próximos.

- A África do Sul não tem voos diretos para a maioria dos países da África central. Esses torcedores têm que ir para a Europa e voltar para a África do Sul. Não queremos que isso aconteça no Brasil em 2014, o que iria encarecer muito o preço dos bilhetes. Tal como agora, os europeus também podem enfrentar dificuldade em 2014 por causa da carência de voos.

Fonte: O Globo

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