quarta-feira, 12 de março de 2025

Piloto enviou última mensagem à mãe minutos antes de queda de avião no litoral de SP; veja print

Matheus Henrique Gomes de Toledo, de 25 anos, morreu no acidente aéreo em Peruíbe (SP). A mãe dele viu o jovem em outro avião e chegou a acenar horas antes.

Captura de tela mostra última conversa entre o piloto Matheus Henrique (à esquerda)
e a mãe Tais Elena (à direita) (Foto: Arquivo Pessoal)
Matheus Henrique Gomes de Toledo, o piloto de 25 anos que morreu em um acidente aéreo em uma aldeia indígena de Peruíbe, no litoral de São Paulo, falou com a mãe pela última vez momentos antes da queda do avião. Uma captura de tela, obtida pelo g1 nesta terça-feira (11), mostra a conversa entre eles.

Nas imagens, Tais Elena de Souza Gomes revela ter visto o filho pilotando uma aeronave na mesma data. Ela disse ter até acenado para ele (veja acima).

O avião de pequeno porte modelo Cessna 150J caiu por volta de 17h50 de domingo (9), na Terra Indígena Piaçaguera, em uma área que faz limite com Itanhaém, de onde a aeronave saiu. O voo era de instrução e o aluno que acompanhava Matheus sobreviveu. A causa do acidente será apurada pelas autoridades.


A advogada Tais Elena, mãe de Matheus, contou que mora em uma região de Itanhaém onde é possível ver os aviões do aeroclube. Por isso, tinha o costume de ir para o quintal da residência quando ouvia o barulho das aeronaves e acenar para os pilotos.

“Eu ficava igual uma boba. Todos os aviões que passavam, independentemente de quem fosse, eu imaginava que poderia ser meu menino dentro. Então eu saía da casa, subia em um deck que eu tenho aqui, uma piscina, e ficava acenando lá para cima, dando tchau para ver se ele me via”, afirmou.

No dia do acidente, ela acenou para um avião pilotado por Matheus e descobriu que ele viu o gesto, pois mandou uma mensagem para confirmar. A conversa foi registrada na captura de tela do WhatsApp de Taís.

Confira o diálogo entre mãe e filho:

👩🏼 Você está com o STS? [prefixo da aeronave]

👨🏻‍✈️ Sim, fui eu que passei aí. Duas vezes

👩🏼Você me viu? Eu dei com a mão. Eu vi tudo

👨🏻‍✈️Eu vi. Risos

A troca de mensagens ocorreu por volta de 13h30 e o último envio feito por Matheus aconteceu às 16h09, aproximadamente duas horas antes do acidente. No entanto, o avião que Tais viu mais cedo não era o mesmo que caiu momentos depois, já que a aeronave envolvida na ocorrência tinha o prefixo PT AKY.

Aeronave que caiu na aldeia indígena em Peruíbe (SP). Imagem registrada em 2023 (Foto: Defesa Civil de SP)

Acidente


A mãe de Matheus acredita que o piloto tenha colaborado para ajudar o aluno dele, que também estava na aeronave e sobreviveu. “Meu filho foi um herói. Ele salvou o aluno dele, que estava viajando e sobreviveu”, disse a mulher.

Matheus Henrique era muito amoroso com a família (Foto: Arquivo pessoal)
Segundo Tais, o piloto era ótimo em pousos. “Era quase perito, pousava o avião sem tranco”, afirmou. Por isso, a família acredita que o acidente foi resultado de alguma falha mecânica. “Espero sinceramente que a Anac [Agência Nacional de Aviação Civil] faça a investigação do que houve de fato. Posso quase apostar que não houve falha humana”, enfatizou.

Para ela, o sobrevivente poderá ser uma forte testemunha do talento de Matheus enquanto piloto. “Vai poder contar o que houve lá em cima, o que aconteceu para que chegasse ao ponto de ter um pouso forçado dessa natureza. Não é uma coisa normal, ninguém pousa forçado manualmente porque quer”, finalizou.

Em nota, a assessoria do Hospital Regional Jorge Rossmann informou que o paciente, de 24 anos, possui quadro de saúde estável e está recebendo o atendimento médico necessário.

Matheus Henrique Gomes de Toledo, de 25 anos, era instrutor de voo em Itanhaém (SP) — Foto: Arquivo Pessoal

Destroços


Bombeiros registraram destroços do avião que caiu em uma aldeia de Peruíbe (SP) (Foto: Corpo de Bombeiros SP)
Em vídeo feito pelo Corpo de Bombeiros, é possível ver a aeronave destruída após a queda. As imagens mostram parte do painel do avião, bem como pneu, poltronas e diversas partes da carcaça da aeronave espalhadas pela mata (assista abaixo).

O caso


A aeronave emitiu um alerta às 17h42 e, segundo o Corpo de Bombeiros, caiu por volta das 17h50, na divisa com Itanhaém (SP). O resgate do sobrevivente durou aproximadamente três horas.

O Corpo de Bombeiros informou ter deslocado 15 agentes em cinco viaturas para a ocorrência. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgente (Samu), o Departamento Municipal de Defesa Civil de Peruíbe e a PM também foram acionados.

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o avião atingiu a aldeia Awa Porangawa Dju, terra Indígena Piaçaguera. Nenhum indígena se feriu, mas as árvores que caíram com o acidente obstruíram a estrada de acesso às moradias.

Em nota, a Força Aérea Brasileira afirmou que investigadores do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), localizado em São Paulo (SP), foram acionados para a 'Ação Inicial' da ocorrência envolvendo a aeronave de matrícula PT-AKY.

Durante esta etapa, de acordo com a FAB, são aplicadas "técnicas específicas por profissionais qualificados e credenciados, responsáveis pela coleta e confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial dos danos causados à aeronave ou pela aeronave, e pelo levantamento de outras informações necessárias à investigação".

Via Ágata Luz (g1 Santos)

Queda de avião em Itanhaém: aeroclube foi alvo de denúncias por jornadas excessivas de pilotos e problemas em manutenção de aeronaves

Aeroclube firmou termo de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho em 2022, e Anac já chegou a interditar temporariamente duas aeronaves do local por manutenções fora das regras

Destroços de avião em Itanhaém, no litoral de São Paulo (Foto: Divulgação/Defesa Civil)
A aeronave que caiu na noite deste domingo (9) no litoral Sul de São Paulo saiu do Aeroclube de Itanhaém, local que já foi alvo de denúncias do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) por conta de jornadas excessivas de seus pilotos e por irregularidades na manutenção dos aviões. No acidente deste domingo, um homem morreu e outro ficou ferido.

Em 2022, o aeroclube firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP) se comprometendo a melhorar as condições de trabalho para seus funcionários. Em 2023, o inquérito civil do MPT foi arquivado porque o órgão verificou que a empresa estava cumprindo suas obrigações. A reportagem pediu um posicionamento para o aeroclube, mas não obteve resposta.

Segundo o GLOBO apurou, os relatos de irregularidades trabalhistas no local começaram a chegar ao sindicato entre 2019 e 2020, e a entidade acionou o MPT, relatando que o aeroclube estaria obrigando seus instrutores de voo a cumprir jornadas de trabalho de 12 ou 13 horas, e horas de voo que excedem o previsto na legislação.

Além disso, a empresa não estaria concedendo o mínimo de folgas mensais previsto em lei. Outra alegação é que as normas de manuseio de combustível estariam sendo desrespeitadas, gerando riscos aos aeronautas, e que as manutenções mecânicas estariam sendo feitas por profissional que não era credenciado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) — a agência também foi notificada pelo sindicato em 2021.

Após notificada, a Anac fez inspeções no aeroclube e verificou que as manutenções não estavam sendo devidamente registradas nas cadernetas de algumas aeronaves e que não havia “controle efetivo das peças de reposição e cuidados com materiais inflamáveis”. Por conta disso, a Anac chegou a interditar temporariamente duas aeronaves do local.

Em março, o relatório do fiscal destacou que na fiscalização feita em 29 de março de 2022 "ficou constatado diversas irregularidades nas aeronaves e instalações do Aeroclube" e que "entre as não conformidades chama a atenção a falta de registro de manutenção, o que pode caracterizar um erro sistemático na organização".

O avião que caiu neste domingo é do modelo Cessna 150J e tem como proprietário Jefferson dos Santos Morales, dono do Aeroclube Itanhaém, que é um Centro de Instrução de Aviação Civil (CIAC) reconhecido pela Anac. A aeronave saiu do aeroclube por volta das 17h16 para realizar um voo de instrução, mas às 17h42 foi emitido um alerta de segurança. A queda ocorreu na Rua Mogi das Cruzes, próximo à Praia de Gaivota, na Aldeia Indígena Awa Porungawa Dju, região localizada na divisa com Peruíbe. A ocorrência foi registrada às 17h55, segundo a Defesa Civil de São Paulo.

Via Hyndara Freitas (O Globo)

terça-feira, 11 de março de 2025

Avião espacial secreto dos EUA pousa após mais de um ano orbitando a Terra

A Força Espacial dos Estados Unidos confirmou que a missão do veículo espacial foi concluída com sucesso, mas não divulgou muitos detalhes.


A sétima missão oficial da nave espacial X-37B finalmente chegou ao fim. No total, foram impressionantes 434 dias orbitando o nosso planeta, até que, na última semana, o misterioso avião realizou o pouso na Terra.

A Força Espacial dos Estados Unidos confirmou que a missão do veículo espacial foi concluída. Apesar da manifestação oficial das autoridades norte-americanas, o propósito desta iniciativa continua sendo um grande mistério.

Operações do avião espacial foram um sucesso


(Imagem: Boeing/Reprodução)
No comunicado, a Força Espacial declarou que a “Missão 7 cumpriu uma série de objetivos de testes e experimentos destinados a demonstrar as capacidades robustas de manobras do X-37B enquanto ajudava a caracterizar o domínio espacial através do teste de experimentos de tecnologia de percepção”.

Segundo Blaine Stewart, diretor de programa do X-37B, a conclusão do voo representa um capítulo novo e empolgante no programa.

Para ele, isso marca um “avanço significativo no desenvolvimento da capacidade dinâmica de missões da Força Espacial dos Estados Unidos”.

No entanto, os detalhes das atividades do avião espacial não foram reveladas, permanecendo em absoluto sigilo.

Missão confidencial da Força Espacial dos EUA


Lançamento do X-37B (Imagem: divulgação/Força Espacial dos EUA)
O X-37B, também conhecido como United States Space Force-52 (USSF-52) foi lançado em 28 de dezembro de 2023. Desde então, a Força Espacial dos EUA, com apoio do Escritório de Capacidades Rápidas da Força Aérea, conduziu manobras e experimentos em órbita terrestre.

Entre elas, o avião especial realizou manobras de aerofrenagem (uma técnica para alterar sua órbita ao redor da Terra), descarte de segurança do módulo de serviço acoplado, medição dos efeitos de radiação no espaço e testes de tecnologias novas.


A Força Espacial norte-americana se limita a dizer que o avião faz parte de um projeto de “redução de risco, experimentação e desenvolvimento de conceito de operações para tecnologias de veículos espaciais reutilizáveis”.

Voo Air Canada 143 - A incrível história do 'Planador Gimli'


Já se passaram quase 38 anos desde o lendário evento do planador Gimli. Devido a uma combinação de problemas técnicos e erro humano, um Boeing 767 da Air Canada ficou sem combustível a 41.000 pés. Os pilotos conseguiram deslizar o avião até um aeródromo desativado transformado em pista de corrida de arrancada. Milagrosamente, eles pousaram sem nenhum ferimento grave aos passageiros ou tripulantes. Até a própria aeronave passou a servir mais 25 anos na companhia aérea.

Alarmes duplos a 41.000 pés


Em 23 de julho de 1983, o voo 143 da Air Canada decolou de Montreal, Québec, rumo a Edmonton, Alberta, via Ottawa. O voo foi operado por um Boeing 767-200 com cinco meses de idade e registro C-GAUN. A bordo estavam 61 passageiros e oito tripulantes.

O 'Planador Gimli' era um Boeing 767 daAir Canada (Foto: Aero Icarus via Wikimedia Commons)
Pouco depois das 20h, enquanto a aeronave estava navegando a 41.000 pés sobre Red Lake, Ontário, a tripulação da cabine recebeu um aviso de baixa pressão de combustível na bomba de combustível esquerda.

Os pilotos primeiro presumiram que a bomba de combustível havia falhado e desligaram o alarme, pois o Flight Management Computer (FMC) disse que deveria haver combustível suficiente. No entanto, em poucos instantes, o alarme da bomba de combustível certa também soou. A tripulação decidiu então desviar a aeronave para Winnipeg, a 120 milhas de distância.

Quando começaram a descida, o motor esquerdo falhou em questão de minutos. Assim que os planos para um pouso com um motor foram feitos, um estrondo pôde ser ouvido e o alarme da cabine começou a soar com "todos os motores desligados". O avião perdeu toda a potência.

Instrumentos perdidos


Como se voar sem motores não fosse ruim o suficiente, o Boeing 767 foi um dos primeiros jatos com um sistema de instrumento eletrônico de voo movido por seus motores. Isso significava que, quando os motores pararam de funcionar, todos os instrumentos apagaram.

O sistema eletrônico de instrumentos de voo escureceu quando os motores
perderam a potência (Foto: Stirling Day via Wikimedia Commons)
Felizmente, a turbina de ar ram (RAT) foi suficiente para alimentar os instrumentos de vôo de emergência suficientes para pousar a aeronave. Também fornecia algum suporte hidráulico para que a tripulação pudesse manobrar o avião, o que não era possível apenas pela força muscular.

No entanto, isso não incluía um indicador de velocidade vertical que pudesse dar uma ideia de quão longe o avião poderia planar. Gimli, uma antiga Base da Força Aérea, estava a 20 milhas mais perto da localização da aeronave do que Winnipeg.

Piloto de planador experiente na cabine


O capitão era Robin 'Bob' Pearson, 48 anos, com 15.000 horas de voo. Com ele na cabine estava o primeiro oficial Maurice Quintal, de 36 anos, com 7.000 horas de voo. Por um golpe de sorte, o capitão Pearson também era um piloto de planador estabelecido, e o primeiro oficial Quintal havia treinado em Gimli enquanto servia no exército.

Abriram caminho para a pista


Embora a base desativada não tivesse serviços de emergência, foi considerada a opção mais segura. No entanto, nenhum dos pilotos sabia que a base havia sido transformada em uma pista de corrida de arrancada - com uma grande corrida marcada para aquele mesmo dia.

Os pilotos não sabiam que Gimli era agora uma pista de corrida de arrancada
(Foto: Vince Pakahala via Wikimedia Commons)
Os dois pesados ​​trens de pouso foram deixados cair e travados no lugar usando a gravidade, mas o trem de pouso mais leve só foi estendido para baixo. Simultaneamente, a tripulação percebeu que estava chegando muito rápido e muito alto em direção à 'pista'. 

Eles optaram por escorregar para reduzir a altitude e a velocidade, conforme descrito no relatório do Conselho Canadense de Investigação: “Ao se aproximarem de Gimli, o capitão Pearson e o primeiro oficial Quintal discutiram a possibilidade de executar uma derrapagem para perder altura e velocidade e pousar próximo ao início da pista. Isso o capitão fez na aproximação final e pousou a 800 pés da soleira.”

A engrenagem do nariz cedeu imediatamente quando o avião pousou. Todos a bordo sobreviveram. No entanto, dez pessoas sofreram ferimentos leves durante a evacuação. Mais tarde, os investigadores descobriram que havia apenas 64 litros de combustível nos tanques - mas nenhum vazamento.

Então, como isso pode ter acontecido? Uma combinação de questões técnicas, desafios organizacionais, erro humano - e o sistema métrico. Em primeiro lugar, houve problemas com o Sistema de Indicação de Quantidade de Combustível (FQIS) do avião. O Boeing 767-200 tinha um canal de processamento duplo, o que significava que o outro poderia operar por conta própria se um falhasse. No entanto, isso exigia que a quantidade fosse verificada no solo por uma boa e velha medição com flutuador.

Fios cruzados


Após um voo no dia anterior ao incidente, um engenheiro em Edmonton fez uma verificação de serviço no FQIS da C-GAUN, de acordo com um boletim emitido pela Boeing. O sistema falhou, o que fez com que os medidores de combustível ficassem em branco. Com base na experiência de um incidente semelhante com a mesma aeronave um mês antes, o engenheiro, em vez de peças de reposição, corrigiu o problema desativando o segundo canal e marcando o disjuntor.

O 767 chegou com a frota da Air Canada no momento em que a aviação do país estava
passando do sistema imperial para o métrico (Foto: Getty Images)
Ele informou ao piloto que voava de Edmonton no dia seguinte que o combustível precisaria ser medido com um flutuador. No entanto, houve um mal-entendido e as informações chegaram a Montreal e a mudança de tripulação em um estado altamente confuso.

Sistema ligado novamente


Para complicar ainda mais, enquanto o avião estava no solo em Montreal, um técnico entrou na cabine e reativou o segundo canal do FQIS. Enquanto isso, ele se distraiu com o tanque de combustível do lado de fora e nunca removeu a etiqueta do disjuntor. Isso faz com que os medidores de combustível permaneçam completamente em branco.

Isso não foi tudo o que conspirou para causar o incidente do Planador Gimli. Qualquer pessoa que trabalhe internacionalmente às vezes se depara com o aborrecimento de converter entre medidas imperiais e métricas. Embora, muito raramente, tenha significado pôr em perigo cerca de cem vidas.

O C-GAUN teve uma longa carreira na Air Canada e se aposentou em 2008
(Foto: Altair78 via Wikimedia Commons)

Transição de medição


O avião acabara de ser entregue à Air Canada das instalações da Boeing em Everett, quatro meses antes. Enquanto isso, o tipo em si só havia entrado em serviço dez meses antes, e o C-GAUN foi o 47º exemplar a sair da linha de montagem final.

Foi a primeira aeronave da frota da Air Canada a usar quilogramas nos medidores de combustível, e as medidas precisaram ser inseridas em kg/L. No entanto, o abastecedor que verificou a alavanca do flutuador relatou a densidade em libras/L, pois esse ainda era o procedimento para outras aeronaves da Air Canada.

A tripulação da cabine então inseriu o valor no FMC sem recalculá-lo para os valores métricos. Portanto, em vez de abastecer os 20.088 litros de combustível necessários para o voo de volta a Edmonton, o avião partiu com pouco menos de 5.000 litros - cerca de metade do necessário para chegar ao destino. O capitão repetiu os mesmos problemas de conversão depois de outro teste com flutuador durante uma escala em Ottawa.

Pilotos premiados


Dois anos após o incidente, os pilotos receberam o primeiro Diploma da Fédération Aéronautique Internationale de Excelência em Aeronaves.

O "Planador Gimli" foi retirado para o deserto de Mojave em 2008 (Foto: Ian Abbott via Flickr)
O C-GAUN foi remendado em dois dias e depois voou para Winnipeg para reparos completos. Ele voltou ao serviço com a companhia aérea e continuou operando até 2008, quando foi retirado de serviço e posteriormente armazenado e parcialmente sucateado no espaçoporto de Mojave.

Edição de texto e imagens por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos)

Passageiro chega atrasado, força entrada em avião, quebra objetos e é preso no Aeroporto de Vitória (ES)

Homem agrediu funcionários verbal e fisicamente após perder o horário de embarque. A Azul citou "cliente indisciplinado" que danificou portão de acesso à aeronave, que já estava com as portas fechadas.

Homem é preso no Aeroporto de Vitória ao tentar forçar entrada no avião e agredir funcionários
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)
Um homem foi preso pela Polícia Federal no Aeroporto de Vitória por forçar a entrada em uma aeronave, agredir funcionários e quebrar objetos na manhã desta segunda-feira (10). A confusão ocorreu por volta de 5h30, após o passageiro não conseguir embarcar ao chegar atrasado para um voo com destino a Belo Horizonte, em Minas Gerais.

A aeronave já se preparava para iniciar o procedimento de decolagem rumo à capital mineira quando o passageiro forçou a entrada. O suspeito usou um equipamento de segurança (uma espécie de organizador/separador de fila) para depredar o local.


Segundo a PF, as agressões aos trabalhadores do aeroporto foram físicas e verbais. O homem também conseguiu entrar em uma área restrita onde são realizados os embarques.

Em um vídeo feito depois da ação violenta é possível ver que o portão que leva ao avião ficou trincada. A bancada de atendimento também foi depredada. A mesa ficou arranhada e parte dela foi arrancada.

“A ação violenta afetou diretamente os procedimentos de segurança aeroportuária e o fechamento das portas da aeronave, resultando em atraso na decolagem”, disse a PF.

O homem, que não teve a identidade revelada, foi detido por policiais federais e autuado pelos crimes de ameaça, dano qualificado com violência e atentado contra a segurança de transporte aéreo. Somadas, as penas podem ultrapassar oito anos de reclusão.

Após a lavratura do auto de prisão em flagrante, a Polícia Federal encaminhou o suspeito ao Sistema Penitenciário do Espírito Santo, permanecendo à disposição da Justiça Federal.

Cliente indisciplinado


Aeroporto de Vitória (Foto: Divulgação/Zurich Airport)
Em nota, a assessoria da Zurich Airport Brasil, que administra o aeroporto, afirmou que a Polícia Federal foi acionada e solicitou a presença da Polícia Militar no local. "Ninguém ficou ferido", disse a concessionária.

Em nota, a Azul Linhas Aéreas informou que, um "cliente indisciplinado", do voo AD4413 (Vitória-Confins), se apresentou para embarcar após o horário previsto, danificando o portão de acesso à aeronave, que já estava com as portas fechadas.

Na sequência, a Polícia Federal foi acionada e o conduziu para a delegacia do aeroporto.

A empresa disse ainda que repudia qualquer manifestação de cunho violento ou comportamento inadequado que cause constrangimento aos clientes e tripulantes, bem como afete a segurança das operações.

Via Mikaella Mozer (g1 ES)

Anac suspende operação aérea da Voepass a partir desta terça por falta de segurança

Segundo agência, suspensão é provisória até que a companhia comprove 'capacidade de garantir o nível de segurança'. Em nota, a Voepass disse estar apta a realizar voos com segurança e que demonstrará isso.


A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu os voos da companhia aérea Voepass a partir desta terça-feira (11) por falta de segurança nas operações. A agência divulgou a decisão no início da madrugada desta terça.

Desde o acidente com um avião da companhia que caiu no ano passado em Vinhedo (SP), matando 62 pessoas, foi implantada uma operação para fiscalizar as instalações da empresa. E, segundo a Anac, a Voepass não conseguiu "solucionar irregularidades identificadas".

Suspensão de voos da Voepass: o que acontece com quem já comprou passagem?


Além disso, não foram atendidas exigências como a redução da malha aérea e aumento do tempo das aeronaves no solo para manutenção. A agência afirmou ainda que irregularidades que já haviam sido consideradas sanadas voltaram a ocorrer.

➡️ A companhia possui seis aeronaves. A operação inclui 16 localidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento, segundo a Anac. Os voos ligam, por exemplo, a capital paulista a cidades do interior do estado, como Ribeirão Preto e Presidente Prudente.

A empresa tinha 34 voos previstos para esta terça, que foram cancelados, o que afetou 1.908 passageiros.

"A Anac determinou a suspensão das operações da empresa até que seja evidenciada a retomada de sua capacidade de garantir o nível de segurança previsto nos regulamentos vigentes", disse em nota.

Segundo a agência, a suspensão é em caráter cautelar (provisório) e vai vigorar até que a companhia "comprove a correção de não conformidades relacionadas ao sistema de gestão previstas em regulamentos".

Balcão de atendimento da Voepass vazio no Aeroporto de Congonhas nesta terça (11)
(Foto: Joabe Marques e Felipe Pereira/TV Globo)
Em nota, a Voepass, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas, informou que a "sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança".

Disse ainda que "iniciou as tratativas internas para demonstrar, conforme solicitado, sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora". (Leia a íntegra da nota ao final desta reportagem.)

👉 A orientação da Anac aos passageiros afetados pelo cancelamento de voos da Voepass é procurar a empresa ou agência de viagem responsável pela venda da passagem para conseguir o reembolso ou reacomodação em outras companhias.

Medidas exigidas pela Anac


Desde o acidente em Vinhedo em agosto do ano passado, servidores da agência estiveram nas bases de operação e manutenção da Voepass para verificar as condições das operações.

A Anac explicou que decidiu suspender os voos em razão da "incapacidade da Voepass em solucionar irregularidades identificadas no curso da supervisão realizada pela agência, bem como da violação das condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos".

A agência informou que, em outubro, exigiu "medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves com vistas à manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para as correções das irregularidades".

Operação da Voepass inclui 15 localidades com voos comerciais (Foto: TV Integração/Reprodução)
No entanto, segundo a agência, no fim do mês passado, uma nova rodada de auditorias identificou a "degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela agência".

A Anac afirmou ainda que "foi constatada a reincidência de irregularidades apontadas e consideradas sanadas pela agência nas ações de vigilância e fiscalização anteriores e a falta de efetividade do plano de ações corretivas".

Em nota, a agência disse que houve "uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de dar respostas à identificação e correção de riscos da operação aérea".

Acidente em Vinhedo


O relatório preliminar do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), divulgado no dia 6 de setembro, trouxe informações relevantes sobre o acidente em Vinhendo.

Imagem do Globocop mostra local da queda de avião em Vinhedo (SP) (Foto: Reprodução/TV Globo)
Uma dessas informações foi de que a tripulação relatou uma falha no sistema antigelo. O relatório, contudo, não conseguiu confirmar, com base nos dados da caixa-preta, se isso de fato aconteceu e impactou o desempenho da aeronave.

Pilotos ligados à companhia também relataram viagens exaustivas, condições precárias e ligações da empresa durante folga. Após o acidente, passageiros também compartilharam nas redes sociais experiências ruins envolvendo a companhia.

O que diz a Voepass


Abaixo, leia a íntegra da nota da Voepass:

A VOEPASS Linhas Aéreas informa que recebeu a notificação da ANAC de suspensão de sua operação e iniciou as tratativas internas para demonstrar, conforme solicitado, sua capacidade de garantir os níveis de segurança exigidos pela agência reguladora.

A companhia reitera que sua frota em operação é aeronavegável e apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança.

Essa decisão tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias e contam com seu serviço, por isso, colocará todos seus esforços para retomar a operação o mais breve possível.

Todos os passageiros que forem impactados neste momento serão atendidos nos termos do previsto pela ANAC, na Resolução 400 - que dispõe sobre as Condições Gerais de Transporte aplicáveis aos atrasos e cancelamentos de voos.

Via g1 e CNN

Piloto morre em queda de avião agrícola em Nova Andradina (MS)

Acidente ocorreu na manhã desta terça-feira (11), na cidade de Nova Andradina.

Acidente ocorreu uma plantação de cana-de-açúcar de Nova Andradina (Foto: Divulgação)
Um piloto, identificado como Paulo Roberto Crispim, de 40 anos, morreu na manhã desta terça-feira (11) após o avião agrícola Embraer EMB-203 Ipanema, prefixo PS-ZZA, da JM Aviação Agrícola Ltda., cair em Nova Andradina (MS) – a 298 quilômetros de Campo Grande. A aeronave caiu por volta das 9h, em uma plantação de cana-de-açúcar.

(Foto: José Portela/Nova News/Divulgação/CBM)

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o acidente aconteceu em uma estrada rural que dá acesso a uma usina, próxima ao aterro sanitário do município.

Até 12h30 desta terça, equipes de militares estavam no local do acidente. Paulo Roberto foi encontrado morto dentro da aeronave pelas equipes.

O piloto Paulo Roberto Crispim morreu no acidente (Reprodução/Instagram/Contigo)
Segundo a delegada titular do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), Claudia Medina, uma equipe está em deslocamento para o local para apurar as causas do acidente.

(Foto: José Portela/Nova News/Divulgação/CBM)
A reportagem apurou que a aeronave é de pequeno porte, com capacidade para uma pessoa e usada na pulverização agrícola. O avião pertence a uma empresa particular, que ainda não teve o nome revelado.


Com informações do g1, Terra, Nova News, ASN e ANAC 

Vídeo: Ada Rogato, a aviadora do Brasil por Lucita Briza


Via Canal Porta de Hangar de Ricardo Beccari

Aconteceu em 11 de março de 2024: Voo Latam 800 Movimento do assento do piloto causa queda repentina


Em 11 de março de 2024, o Boeing 787-9 Dreamliner, prefixo CC-BGG, da LATAM Airlines (foto abaixo), operando como voo 800 da LATAM Airlines, realizando um voo internacional regular de passageiros de Sydney, na Austrália para Santiago, no Chile, com escala em Auckland, na Nova Zelândia, sofreu um incidente durante o voo de cerca de duas horas após o início do primeiro trecho do voo. Das 272 pessoas a bordo, 50 ficaram feridas, com 12 levadas ao hospital após o pouso em Auckland.

(Foto: Mike Garcia Roman (MAS Aviation Press)/JetPhotos)
A aeronave era o Boeing 787-9 Dreamliner, MSN 38461, registrado como CC-BGG, que foi fabricado pela Boeing Commercial Airplanes em 2015. Ele voou pela primeira vez por volta de dezembro de 2015 e estava equipado com dois motores Rolls-Royce Trent 1000.

A aeronave havia operado o voo de ida, LA801, de Santiago para Sydney via Auckland. Após o incidente, o trecho de ida para Santiago foi cancelado. A aeronave permaneceu em Auckland até 14 de março, quando retornou a Santiago.

O incidente


O voo 800 da LATAM Airlines partiu do Aeroporto de Sydney às 11h44 AEDT ( 00h44 UTC), subindo para cruzeiro no nível de voo 410 (equivalente a 41.000 pés ou 12.497 m).

Imagem do site Flightradar24 mostra trajeto do voo LA800, da Latam, entre Sydney e Auckland; o destaque em vermelho mostra o momento em que houve indicação de uma perda brusa de altitude (Imagem: Reprodução/Flightradar24)
Enquanto o voo estava sobre o Mar da Tasmânia, cerca de duas horas de voo e uma hora de distância de Auckland, a aeronave caiu repentinamente. Em poucos segundos, o avião perdeu mais de 300 pés (90 m) de altitude. 


Pessoas e objetos que não estavam presos foram lançados para cima, com cerca de 30 a 40 pessoas atingindo o teto da cabine, danificando vários painéis do teto. Um passageiro disse que parecia "um terremoto", e outro se lembrou de ter sido jogado para trás quatro a cinco fileiras de assentos.

Ambulâncias respondem a um incidente no Aeroporto Internacional de Auckland (Dean Purcell/AP)
A aeronave continuou para Auckland conforme programado, pousando às 16h26 NZDT (03h26 UTC). A equipe médica embarcou no avião no Aeroporto de Auckland e tratou dos feridos, atendendo 50 pessoas, com relatos de cortes e hematomas, ferimentos na cabeça e pescoço e ossos quebrados. Doze pessoas foram transportadas para o hospital, incluindo uma pessoa em estado grave. Quatro pessoas ainda estavam hospitalizadas em 14 de março de 2024.


Investigação


Como o incidente ocorreu em uma aeronave registrada no Chile sobre águas internacionais, a Direção Geral de Aviação Civil do Chile (DGAC) é responsável por investigar o incidente e iniciou um inquérito em 12 de março de 2024. A Comissão de Investigação de Acidentes de Transporte da Nova Zelândia (TAIC) está auxiliando no inquérito. O gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine da aeronave foram recuperados pela TAIC, mas seus conteúdos ainda não foram divulgados.

Um passageiro relatou que um piloto disse a eles após o pouso que os instrumentos na cabine ficaram em branco quando o avião caiu, e voltaram a funcionar alguns segundos depois. 


Também foi relatado que o movimento inadvertido do assento de um piloto possivelmente causou o incidente. Um comissário de bordo poderia de alguma forma ter ativado um interruptor basculante coberto na parte de trás do assento do piloto. Se a tampa estivesse solta, pressioná-la seria o suficiente para ativar o interruptor embaixo, quando normalmente não o faria. A ativação deste interruptor teria movido lentamente o assento para a frente no manche de controle, resultando na atitude de nariz para baixo, desativando o piloto automático, de acordo com autoridades da indústria dos EUA.

Assento do 787 que sofreu incidente em março na rota entre Chile e Austrália: Proteção do interruptor do lado do comandante não está fechado (fotos da parte de cima), enquanto o do copiloto está (fotos de baixo) (Imagem: Relatório do DGAC)
Em 2017, a Boeing enviou uma mensagem aos operadores de todas as variantes do 787, destacando um problema com a tampa do interruptor do assento do piloto na cabine e pedindo às companhias aéreas que aplicassem adesivo a ela. No mês passado, a fabricante de aviões divulgou outra mensagem, referenciando seu aviso anterior.

Ela declarou: “A Boeing e o fornecedor de assentos do Flight Deck, Ipeco, informam a frota do 787 sobre uma condição conhecida relacionada a uma tampa do interruptor de balancim solta/solta no interruptor de balancim auxiliar dianteiro/traseiro. Este interruptor de balancim está localizado no encosto do assento dos assentos do Capitão e do Primeiro Oficial. Fechar a proteção do interruptor de encosto do assento com mola em uma tampa do interruptor de balancim solta/solta pode potencialmente travar o interruptor de balancim, resultando em movimento não intencional do assento.”

Relatório preliminar


Em 19 de abril de 2024, a DGAC divulgou seu relatório preliminar sobre o acidente. Essa investigação alegou que o assento do capitão havia se movido involuntariamente para a frente e que o clima não foi um fator.

Reações


A Boeing respondeu ao incidente afirmando "Estamos trabalhando para reunir mais informações sobre o voo e forneceremos qualquer suporte necessário aos nossos clientes". O acidente ocorreu após o aumento das críticas à Boeing por vários problemas de voo em suas aeronaves.

A LATAM Airlines pediu desculpas pelo incidente, afirmando: “Lamentamos os transtornos e prejuízos que esta situação possa ter causado aos seus passageiros e reitera seu compromisso com a segurança como prioridade no âmbito de seus padrões operacionais”.


A Administração Federal de Aviação (FAA) respondeu ao incidente em uma mensagem não divulgada e, em troca, a Boeing divulgou uma declaração sobre o voo, citando "Com base na auditoria da FAA, em nossas reduções de qualidade e no recente relatório do painel de especialistas, continuamos a implementar mudanças imediatas e a desenvolver um plano de ação abrangente para fortalecer a segurança e a qualidade e construir a confiança de nossos clientes e seus passageiros".

Em resposta ao relato de um problema com um interruptor de assento sendo a provável causa do acidente, a Boeing emitiu um memorando lembrando as companhias aéreas das instruções emitidas em 2017 para inspecionar as cadeiras da cabine da aeronave 787 em busca de interruptores soltos. A Boeing alertou que fechar a tampa do interruptor do encosto do assento sobre um interruptor basculante solto poderia "potencialmente travar o interruptor basculante, resultando em movimento não intencional do assento".

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com Wikipédia e ASN

Aconteceu em 11 de março de 2018: Acidente com jato particular no Irã - Morte na despedida de solteira


Em 11 de março de 2018, o jato particular Canadair CL-600-2B16 Challenger 604, prefixo TC-TRB, de propriedade do grupo turco Başaran Holding e operado pela MC Aviation (foto abaixo), partiu do Aeroporto Internacional de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos, por volta das 17h11, hora local (13h11 UTC), com destino ao Aeroporto Atatürk, em Istambul, na Turquia.

O avião envolvido no acidente
A tripulação de voo consistia em dois pilotos e um comissário de bordo. O capitão, Beril Gebeş, de 36 anos, havia voado para a Turkish Airlines no passado, enquanto a primeira oficial, Melike Kuvvet, de 40 anos, tinha experiência em aviação militar e foi uma das primeiras pilotos do sexo feminino no forças armadas turcas.

O jato transportava um grupo de oito amigos que voltavam de uma despedida de solteira em Dubai . Entre eles estava Mina Başaran, filha do chefe da Başaran Holding, Hüseyin Başaran, e membro do conselho de administração da empresa. 

Mina Başaran e suas amigas posaram para esta foto antes de decolarem do Aeroporto Atatürk de Istambul
A aeronave atingiu uma altitude de cruzeiro de pouco mais de 35.000 pés (11.000 m). Por volta das 18h01, hora local IRST (14h31 UTC), pouco antes do contato ser perdido, a tripulação relatou problemas técnicos e solicitou autorização do controle de tráfego aéreo para descer para uma altitude mais baixa.

O jato começou a subir antes de perder altitude abruptamente, e às 18h09, atingiu as montanhas Zagros, perto de Shahre Kord, cerca de 370 km (230 milhas) ao sul de Teerã, no Irã.

Todos os onze ocupantes morreram. A agência de aviação disse que seis dos oito passageiros eram cidadãos turcos e os outros dois espanhóis.


Uma testemunha teria visto a aeronave em chamas antes do acidente. Os moradores locais viram uma nuvem de fumaça subindo dos destroços e foram os primeiros a chegar ao local. Equipes iranianas de busca e resgate chegaram depois e encontraram os corpos queimados de dez vítimas. 


As más condições climáticas no local do acidente dificultaram a operação. Uma vítima demorou para ser localizada. Os corpos recuperados foram transportados para Teerã de helicóptero. 


A Turquia então enviou pessoal de emergência por meio de um jato militar para obter assistência. A identificação dos corpos exigiu testes de DNA.


Após a identificação pelas autoridades iranianas, os corpos de dez vítimas foram levados para Istambul pelos militares turcos e depois entregues às famílias das vítimas. A Organização de Medicina Legal Iraniana afirmou que os restos mortais do capitão não estavam entre os corpos recuperados nos onze sacos para cadáveres dos destroços.

A mídia turca informou que Mina Basaran, a filha de 28 anos do magnata Huseyin Basaran, passou vários dias nos Emirados Árabes Unidos com amigos comemorando a despedida de solteira, já que seu casamento aconteceria no mês seguinte. A festa também foi destinada a três das outras mulheres, que se casariam naquele verão. 

Várias das mulheres, como Mina, tiveram carreiras de sucesso na indústria da moda. A mídia turca informou que pelo menos uma das vítimas estava grávida. Fotografias reimpressas da mídia social mostraram as mulheres descansando em um resort nos Emirados Árabes Unidos.

Os dois gravadores de voo da aeronave (o gravador de dados de voo e o gravador de voz da cabine) foram recuperados para análise.


Em setembro de 2018, o Conselho de Investigação de Acidentes Aeronáuticos da autoridade de aviação civil iraniana publicou um relatório preliminar indicando que, pouco antes de atingir a altitude de cruzeiro, uma discrepância entre as indicações de velocidade mostradas aos dois pilotos tornou-se aparente, com uma delas indicando uma condição de excesso de velocidade. A potência do motor foi reduzida e logo após o stick-shaker foi ativado. 


A aeronave subsequentemente estolou e entrou em uma descida íngreme durante a qual ambos os motores falharam . O controle não foi recuperado e a aeronave acabou atingindo a encosta de uma montanha. 


Em março de 2020, a AAIB emitiu seu relatório final, concluindo que o acidente foi causado por treinamento insuficiente para falha na indicação de velocidade e gerenciamento inadequado dos recursos da tripulação.

Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN, baaa-acro e Wikipedia

Aconteceu em 11 de março de 1983: O trágico acidente com o voo Avensa 007 na Venezuela

Um DC-9 da Avensa, semelhante à aeronave envolvida no acidente
Em 11 de março de 1983, o avião McDonnell Douglas DC-9-32, prefixo YV-C-AVD, da Viasa, operado pela Avensa, realizava o voo 007, um voo doméstico do aeroporto de Caracas para o aeroporto de Barquisimeto, ambos na Venezuela.

Com 45 passageiros e cinco tripulantes, o avião fez uma aproximação ILS em meio a forte neblina no Aeroporto de Barquisimeto, na Venezuela. A tripulação era composta pelo capitão José Manuel Albornoz, o primeiro oficial Vicente Russo e as comissárias de bordo Isaura Arias, Lobalice Durán e Zulenia Flores.

O DC-9 pousou com força 1.015 metros além da cabeceira da pista, causando o colapso do trem de pouso. A aeronave posteriormente deslizou para fora da pista e explodiu. 


Como resultado do acidente, um tripulante e 22 passageiros morreram. Dez passageiros ficaram gravemente feridos. Na tragédia, entre os que perderam a vida estava o locutor esportivo da Venezolana de Televisión, Luis Enrique Arias, que alguns anos antes havia trabalhado como comentarista do circuito de rádio Cardenales de Lara. 


Entre os sobreviventes estavam três deputados do parlamento nacional: Germán Lairet, MAS; Juan Medina Lugo, AD e Luis Delgado, Copei.


Em pouco tempo, em menos de quinze minutos, uma conhecida estação de rádio deu a notícia fatal de um acidente aéreo pertencente ao voo 007, conhecido como o voo da madrugada que fazia a rota Caracas-Barquisimeto, sem dar maiores detalhes.


De acordo com o relatório do National Transportation Safety Board (NTSB) que investigou o evento no Aeroporto Internacional Jacinto Lara de Barquisimeto, o DC-9 pousou forte no nevoeiro 1.015 metros além da cabeceira da pista após uma abordagem ILS em sua sigla em inglês Instrument Landing System (sistema de pouso por instrumentos).


O trem de pouso do nariz imediatamente colapsou, soltando-se, fazendo com que a aeronave derrapasse para fora da pista e se partisse. Com o impacto, a parte frontal da fuselagem foi totalmente queimada e a porta frontal desabou para dentro da cabine da aeronave, impedindo a evacuação da aeronave destruída. A parte traseira da fuselagem foi completamente destruída.


Por Jorge Tadeu (Site Desastres Aéreos) com ASN, Wikipedia e Correo de Lara