Após Estados Unidos e Japão, Chile, Índia e Polônia interrompem voos com o modelo por conta de uma série de incidentes recentes
Após a suspensão das operações nos EUA, um avião Boeing 787 permanece
estacionado em um aeroporto de Seattle - Foto: AP Photo/Elaine Thompson
A companhia indiana Air India cumpriu uma solicitação do órgão regulador de aviação do país e suspendeu temporariamente os voos com seis jatos 787 Dreamliner, da Boeing, tornando-se a mais recente empresa aérea a interromper as operações com o modelo depois de uma série de incidentes que incluíram pequenos incêndios e vazamento de combustível.
Mais cedo, a chilena LAN, que é parte do grupo Latam junto com a brasileira TAM, também anunciou a suspensão dos voos com o 787. Na Europa, a Agência de Segurança de Aviação Europeia (EASA, na sigla em inglês) anunciou que todos os jatos 787 devem ser mantidos em solo. A decisão da EASA afeta duas aeronaves operadas pela LOT Polish Airlines, da Polônia. "Não haverá Boeing 787 voando para qualquer lugar do mundo no momento", disse a EASA.
Na noite desta quarta-feira (16), a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos ordenou a suspensão de todos os voos do Boeing 787 Dreamliner. A ordem da FAA se aplica apenas a empresas registradas nos EUA que operam Dreamliners, portanto afetará os seis jatos da United Airlines.
O governo do Japão também interveio no caso e nesta quinta-feira ordenou a suspensão dos voos de todas as 22 aeronaves Boeing 787 utilizadas pela duas principais companhias do país, a All Nippon Airways (ANA) e a Japan Airlines (JAL), que já haviam decidido, no dia anterior, manter os jatos em solo.
Histórico de danos
Em dez dias, foram registrados seis danos envolvendo aviões 787. Em 7 de janeiro, uma bateria de lítio de um avião deste modelo pertencente à JAL, que se encontrava parado no aeroporto de Boston, nos Estados Unidos, sem ninguém a bordo, se incendiou. Os bombeiros levaram 40 minutos para apagar o fogo.
No dia seguinte, outro voo foi atrasado devido a um vazamento de combustível. Já em 9 de janeiro, a ANA cancelou um voo doméstico para Tóquio, depois que um computador erroneamente indicou um problema com os freios do avião. Dois dias depois, uma aeronave da JAL registrou rachaduras em uma janela da cabine de comando. Outro avião, no mesmo dia, sofreu mais um vazamento de combustível, mas de menores proporções.
O estopim ocorreu nesta quarta-feira (16), quando um desses aviões teve de fazer uma aterrissagem de emergência no Japão. O voo 692 da ANA saiu da cidade de Yamaguchi em direção à capital Tóquio na manhã da quarta (noite de terça em Brasília). Aos 35 minutos de voo, um forte cheiro de queimado se alastrou na cabine de comando, e uma mensagem nos indicadores detectou um superaquecimento da bateria principal do avião, forçando pouso no aeroporto da cidade de Takamatsu.
Fonte: Revista Época (com Estadão Conteúdo)