Inaugurado em 28 de outubro de 1970, o Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul serve também pelo menos sete outras localidades, como as cidades acreanas de Marechal Thaumaturgo, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, além de Guajará, no Amazonas. Opera voos regionais e nacionais e tem capacidade para receber aviões de grande porte, como Boeings 737. Em breve, começam as operações internacionais com uma linha regular com cidades do Peru. Pucallpa, por exemplo, está a 35 minutos de Cruzeiro.
O que mais chama a atenção dos visitantes é o formato do terminal, cuja arquitetura é inspirada na cultura indígena. "Lembra uma cabana de índio", avalia o engenheiro de sistemas Roberto Dana, na primeira visita que fez a Cruzeiro do Sul. Dana trabalha para uma organização não-governamental e está no Acre realizando um trabalho ligado à cultura e ao meio ambiente entre os índios Ashaninka. No terminal, aguardava a hora de tomar o voo para Marechal Thaumaturgo, de onde se segue viagem para a reserva Ashaninka. "Me sinto bem aqui", resumiu o engenheiro acerca da percepção que o visitante tem do aeroporto, que deverá receber 300 mil passageiros por ano, cinco vezes mais do que a capacidade do antigo terminal.
O projeto paisagístico contempla plantas nativas da Amazônia e seu design é mais que um traço de arquitetura, mas a efetivação da identidade regional e a reafirmação de uma relação sustentável com o meio ambiente - e seis meses após o plantio, as flores mostram sua exuberância, embelezando ainda mais o local. "A beleza amazônica dessa obra também representa o compromisso socioambiental da sociedade e do Governo do Acre", disse o governador Binho Marques em seu discurso de inauguração do terminal.
A Empresa Brasileira de Infraestrutura de Aeroportos (Infraero) e o Governo do Estado do Acre investiram cerca de R$30 milhões na obra. Trata-se do aeroporto mais ocidental do Brasil. O terminal tem área construída de 4,5 mil metros quadrados, área de urbanização com calçada e asfaltamento de 28 mil metros quadrados, área de grama (paisagismo) de 20 mil m², de salão de eventos e exposições de 250 m² e estacionamento para 90 veículos.
A acessibilidade é dos pontos a serem considerados no projeto: não havia necessidade de elevador, mas o equipamento foi instalado para que pessoas portadoras de necessidades especiais e com dificuldade de locomoção possam passear pela parte superior do prédio, onde estão o mirante e as salas da administração.
"É agradável aos olhos"
Os sistemas eletrônicos apoiam a segurança em todos os espaços (há equipamentos de detecção e alarme contra incêndio; sonorização; informativos de voo; gerenciamento de energia; controle de acesso e sistema de câmeras de longo alcance), o que garante, além do conforto, tranqüilidade total para o frequentador. O terminal possui uma subestação de energia, com dois geradores, que seguem modelo europeu, com controle automatizado à distância. Ainda como item de segurança para os usuários, as bagagens são inspecionadas com aparelho de raio X.
Para a enfermeira Sâmia Rocha, que viajou de Marechal Thaumaturgo a Cruzeiro do Sul para fazer um curso em sua área, é isso mesmo: "Se adapta aos contornos da natureza, se encaixa e não invade. É agradável aos olhos", diz.
Para enfermeira Sâmia Rocha aeroporto se adapta aos contornos da natureza
Autenticidade, tradição e futurismo: mais valor a Cruzeiro do Sul
O estilo ao mesmo tempo une autenticidade, tradição e modernidade, o que confere ao aeroporto de Cruzeiro do Sul um ícone diferenciado em sua classificação: "As pessoas que chegam ficam deslumbradas com seu aspecto regional e futurista", relata o superintendente da Infraero no Vale do Juruá, Osvaldo Dilson Magalhães, artista plástico de origem que tem cabedal para falar de aeroporto sem a paixão que prevalece entre os cruzeirenses quando o assunto é a Terra dos Nauas.
Para o secretário de Esporte, Turismo e Lazer, Cassiano Marques, o aeroporto traz verdadeiramente maior valor ao Vale do Juruá como destino turístico porquanto é elemento de beleza e autenticidade. Os números mostram que não há exagero nas avaliações: com o novo terminal, a taxa de embarque e desembarque saltou de 90 mil passageiros registrados em 2008 para 100 mil passageiros já conferidos em 2009.
Novos investimentos, mais empregos
No antigo terminal eram umas poucas lojas num espaço pequeno e invariavelmente calorento, jardins precários e proposta que não favorecia a novos investimentos. Agora são pelo menos quatro estabelecimentos que buscam valorizar o produto regional, jardim que requer cuidados e grande potencial para novos empreendimentos. Esses fatores estão contribuindo para a oferta de novos postos de trabalho: as lojas tiveram de contratar ajudantes e a Infraero efetuou contrato de manutenção do verde, que gerou o ingresso de dez trabalhadores no aeroporto. O contrato de limpeza foi ampliado, elevando de quatro para onze o número de faxineiras e zeladores.
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Fonte: Edmilson Ferreira (Agência de Notícias do Acre) - Fotos: Sérgio Vale/Secom
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