Mesmo que o país aprove a utilização do aparelho, a implementação da medida de segurança demoraria, no mínimo, um ano
Que o Brasil ainda não adotou scanners corporais em seus aeroportos, é fácil de constatar: basta entrar na fila do embarque. Nos bastidores do setor aéreo nacional, porém, o debate sobre o uso dessa tecnologia esquentou. Mesmo assim, é remota tal possibilidade a curto prazo – no mínimo, levará um ano.
O tema se perfila entre as prioridades atuais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero. Desde a última quarta-feira, está em “fase de consultas” para que se chegue a uma conclusão quanto a aspectos legais (a exposição obrigatória do corpo das pessoas seria um entrave) e a implicações que o procedimento poderá ter para a saúde dos usuários.
Na quarta-feira, uma reunião reservada envolvendo Anac, Infraero, Polícia Federal e empresas com voos para os Estados Unidos concluiu ser importante abrir as consultas, para que se evite uma decisão precipitada. Especialistas se mostraram refratários. O resultado dessas estudos, segundo fontes ligadas à Infraero, deve sair na próxima semana.
A Infraero, por ora, submete-se a uma orientação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Uma determinação, divulgada em janeiro de 2005, só autoriza o uso da tecnologia se for comprovado que produz mais benefícios que danos. De qualquer forma, não há equipamentos para scanner corporal no Brasil. Caso seja aprovado seu uso, teria de ser aberta licitação, e a expectativa é de que o processo levaria um ano. A não ser que haja algum tipo de empréstimo ou cessão por parte dos EUA, o que é considerado improvável.
Por enquanto, Itália, EUA, Holanda e Grã-Bretanha anunciaram a adoção dos scanners em alguns dos seus aeroportos, como reação ao atentado frustrado cometido pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab em voo de Amsterdã a Detroit. No âmbito da União Europeia, porém, o tema está longe de ser um consenso. Partem da UE cerca de 800 voos diários diretamente para os EUA.
Viajantes frequentes sofreriam com radiação
Duas polêmicas fazem o bloco europeu ter receio quanto ao uso da tecnologia: a saúde das pessoas e sua privacidade. Organizações de defesa da privacidade britânicas dizem que imagens de scanners corporais podem ser divulgadas, já que o aparelho reproduz o corpo em três dimensões, através das roupas. E a principal preocupação se refere à pornografia infantil.
Na questão da saúde, o radiologista Rogério Duarte, da clínica Sergil, dá razão a quem se preocupa com a emissão de radiação por parte dos equipamentos. E faz um alerta:
– Imagina uma pessoa que viaja frequentemente. É a mesma coisa que se submeter várias vezes a exames de raio X. Claro que é delicado.
Duarte ressalva que os scanners corporais são uma tecnologia nova. Por isso, é difícil avaliar os efeitos na saúde dos usuários. De qualquer forma, alerta para a necessidade de o governo saber a dose da radiação expelida e deixar a intensidade clara para as pessoas que se submetem a ela.
Passo a passo do polêmico exame
Clique sobre a imagem para ampliá-la (em .pdf)Que o Brasil ainda não adotou scanners corporais em seus aeroportos, é fácil de constatar: basta entrar na fila do embarque. Nos bastidores do setor aéreo nacional, porém, o debate sobre o uso dessa tecnologia esquentou. Mesmo assim, é remota tal possibilidade a curto prazo – no mínimo, levará um ano.
O tema se perfila entre as prioridades atuais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero. Desde a última quarta-feira, está em “fase de consultas” para que se chegue a uma conclusão quanto a aspectos legais (a exposição obrigatória do corpo das pessoas seria um entrave) e a implicações que o procedimento poderá ter para a saúde dos usuários.
Na quarta-feira, uma reunião reservada envolvendo Anac, Infraero, Polícia Federal e empresas com voos para os Estados Unidos concluiu ser importante abrir as consultas, para que se evite uma decisão precipitada. Especialistas se mostraram refratários. O resultado dessas estudos, segundo fontes ligadas à Infraero, deve sair na próxima semana.
A Infraero, por ora, submete-se a uma orientação da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN). Uma determinação, divulgada em janeiro de 2005, só autoriza o uso da tecnologia se for comprovado que produz mais benefícios que danos. De qualquer forma, não há equipamentos para scanner corporal no Brasil. Caso seja aprovado seu uso, teria de ser aberta licitação, e a expectativa é de que o processo levaria um ano. A não ser que haja algum tipo de empréstimo ou cessão por parte dos EUA, o que é considerado improvável.
Por enquanto, Itália, EUA, Holanda e Grã-Bretanha anunciaram a adoção dos scanners em alguns dos seus aeroportos, como reação ao atentado frustrado cometido pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab em voo de Amsterdã a Detroit. No âmbito da União Europeia, porém, o tema está longe de ser um consenso. Partem da UE cerca de 800 voos diários diretamente para os EUA.
Viajantes frequentes sofreriam com radiação
Duas polêmicas fazem o bloco europeu ter receio quanto ao uso da tecnologia: a saúde das pessoas e sua privacidade. Organizações de defesa da privacidade britânicas dizem que imagens de scanners corporais podem ser divulgadas, já que o aparelho reproduz o corpo em três dimensões, através das roupas. E a principal preocupação se refere à pornografia infantil.
Na questão da saúde, o radiologista Rogério Duarte, da clínica Sergil, dá razão a quem se preocupa com a emissão de radiação por parte dos equipamentos. E faz um alerta:
– Imagina uma pessoa que viaja frequentemente. É a mesma coisa que se submeter várias vezes a exames de raio X. Claro que é delicado.
Duarte ressalva que os scanners corporais são uma tecnologia nova. Por isso, é difícil avaliar os efeitos na saúde dos usuários. De qualquer forma, alerta para a necessidade de o governo saber a dose da radiação expelida e deixar a intensidade clara para as pessoas que se submetem a ela.
Passo a passo do polêmico exame
Fonte: Léo Gerchmann (Zero Hora)
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