Os helicópteros têm, basicamente, dois sistemas de trem de pouso: esquis (também conhecido como patins) ou um mecanismo retrátil composto por rodas. A maioria dos helicópteros em circulação usa os esquis. Como é escolhido o tipo de trem de pouso? A escolha entre um ou outro depende, principalmente, de onde a aeronave irá pousar e do tipo de operação a ser feita.
Helicóptero Bell 505 dotado de esquis (Foto: Divulgação/Bell Helicopters) |
Esquis
Os esquis são mais simples e econômicos. Também são mais versáteis, pois permitem pousar em mais locais. Por isso, costumam ser usados em aeronaves da Polícia Militar de São Paulo.
"Esse tipo de sistema é melhor para realizar pousos em locais não preparados, pois a área de contato com o solo é maior, diminuindo a chance de ocorrer um afundamento no chão", disse Thales Pereira, presidente da Abraphe (Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros).
Como o esqui tem uma área de contato com o solo maior, o peso do helicóptero fica melhor distribuído, evitando que o trem de pouso afunde ao aterrissar em locais sem asfalto, como mato ou areia, disse o piloto.
Rodas
O trem de pouso composto por rodas permite que o helicóptero atinja uma velocidade maior quando está retraído, com um ganho de até 15 km/h.
Por outro lado, o helicóptero com rodas pode pousar em menos lugares. Como as rodas distribuem todo o peso da aeronave em apenas três pontos de apoio, cada um deles terá de comportar uma força maior sobre o chão, o que pode causar o afundamento do solo.
O uso de rodas leva vantagem quando a aeronave tem de taxiar entre o local de pouso ou decolagem e o local onde os passageiros embarcam ou desembarcam.
Como eles estão apoiados sobre as rodas, esses helicópteros podem taxiar em solo, deslocando menos ar e gerando menos ventania. Os modelos com esquis, por sua vez, só conseguem se locomover se estiverem suspensos.
Qual opção é mais barata?
O esqui é mais barato em relação ao trem de pouso com rodas, tanto no preço geral quanto no custo de manutenção e no consumo de combustível. Não é usual uma pessoa comprar o helicóptero e, depois, trocar o sistema de pouso.
Em geral, ele já vem de fábrica. Como opcional, um sistema de rodas retráteis pode custar mais de R$ 1 milhão sobre o preço de fabricação.
Também é preciso considerar o peso dos dois sistemas, pois isso influenciará no consumo de combustível. No helicóptero Bell 429, o trem de pouso retrátil soma cerca de 111 kg a mais no peso total da aeronave em comparação com a versão com esqui.
Por Alexandre Saconi (UOL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário