terça-feira, 20 de abril de 2010

Monumento aos aviadores em Lisboa

Hoje, o cidadão comum embarca em um avião no Brasil, desliga o celular e acorda em Lisboa, depois de uma viagem de cerca de 10 horas. Há 88 anos, o aparelho de telefonia móvel era ficção científica, e o avião, uma criança de colo. Na época dos primórdios da aviação, dois portugueses resolveram percorrer os céus – de Lisboa ao Rio de Janeiro – e empreender a travessia do Atlântico Sul, façanha até então inédita.

Para tanto, usaram o hidroavião Lusitânia, que saiu da capital portuguesa em 30 de março e chegou à então capital brasileira em 17 de junho de 1922, depois de vários sufocos e muitas escalas. Os militares Artur Freire Sacadura Cabral (1881-1924) e Carlos Viegas Gago Coutinho (1865-1959) foram os heróis da travessia, coisa de louco para os padrões da época.

Apesar de o avião ter saído das pranchetas alguns anos antes, pelas mãos e pelo cérebro do brasileiro Santos Dumont, a navegação aérea ainda era um problema, principalmente para longas distâncias. Contudo, a persistência e os conhecimentos científicos de Gago Coutinho deram o pontapé inicial para a solução.

É claro que toda a empreitada não ocorreu em céu de brigadeiro e que eles tiveram muitos problemas mecânicos. Mais importante é que os dois gajos realizaram a primeira travessia do Atlântico Sul e legaram ao mundo importante contribuição científica e tecnológica: o aparelho de navegação aérea capaz de demonstrar uma precisão até então desconhecida.

Em novembro de 1924, Sacadura Cabral desapareceu no Mar do Norte quando voava para Lisboa em missão militar. Seu corpo nunca foi encontrado, somente poucos destroços do avião.

Fonte: Zero Hora - Foto: Divulgação/Visit Lisboa

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