quarta-feira, 16 de maio de 2012

Governo contrata empresa que 'faz chover' para aplacar seca na Bahia

Avião transporta água potável e joga sobre as nuvens tornando-as mais densas, o que facilita a precipitação; investimento é de R$ 12 mil para 12 horas de voo


Em época de seca prolongada na Bahia, com 236 em situação de emergência, o sertanejo precisa fazer chover. Mesmo que artificialmente.

Por intermédio das secretarias de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) e do Meio Ambiente, o Estado decidiu, na última segunda-feira, contratar a firma paulista ModClima para produzir chuvas artificiais no entorno dos municípios de Lençóis, na Chapada Diamantina, e de Vitória da Conquista, no sudoeste. Em linhas gerais, um avião da empresa transporta água potável e joga sobre as nuvens tornando-as mais densas, o que facilita a precipitação. As chuvas não serão fortes, mas serve para amenizar o calor e molhar o solo, afirma o governo.

As cidades da "experiência piloto", como o assunto é tratado na Seagri, foram escolhidas pelos seguintes motivos: ambas possuem aeroportos; na Chapada se situa a bacia do rio Paraguaçu, que abastece Salvador; e Vitória da Conquista, que é um dos locais castigados pela seca _ sua população é de 350 mil pessoas.

O investimento inicial é de R$ 200 mil, para 12 horas de voo. Titular da Seagri, Eduardo Salles afirmou não querer cultivar ilusões com os resultados. "As perspectivas não são as melhores, pois o período ideal para as chuvas é outubro. Nesse mês, o avião estará prestando serviço no Paraná, e o nosso compromisso com a empresa vai até setembro. Mas vamos estudar a ideia de mantê-lo também na Bahia nessa época", afirmou o secretário, que não descarta a possibilidade de outras regiões do semiárido receberem o avião. De acordo com Salles a eficácia da fórmula é de 40%.

O secretário ainda disse ter apresentado ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, três pedidos para o Estado: construção de barragens; criação de biofábrica para produzir mudas de plantas resistentes à seca, como sisal e palma; e instalação de diques de irrigação. Segundo ele, haverá uma reunião posterior com o órgão para tratar de valores desses pedidos.

A reportagem não conseguiu localizar representantes da ModClima para comentar o assunto.

Fonte: João Paulo Gondim (iG) - Foto: Divulgação/ Prefeitura de Feira de Santana

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