quinta-feira, 29 de abril de 2010

Raio laser completa 50 anos

Em maio de 1960, o raio laser foi descoberto pelo físico americano Theodore Maiman (foto). Ele trabalhava numa empresa de aviação em Los Angeles, quando desenvolveu um aparelho com pedras de rubi capaz de suportar a alta energia do laser. O objeto é um cilindro de rubi com as extremidades polidas para funcionar como espelhos. A descoberta do laser não aconteceu da noite para o dia, já era teorizada desde o começo do século. A saga para o perfeito funcionamento da luz começou em 1917, com o físico Albert Einstein.

Ele descobriu a emissão estimulada – quando fótons incidem sobre átomos, gerando feixes de luz com alta quantidade de energia, propagada em apenas uma direção. “É a diferença entre a luz incoerente e luz coerente. No caso de uma lâmpada, a luz tem milhares de direções, o que chamamos de incoerente. Já a luz coerente é a do laser, uma luz comportada onde os fótons se movem igualmente”, explica o professor Júnio Márcio Rosa Cruz, do Instituto de Física da UnB.

Depois de Einstein, outros físicos seguiram em busca do raio laser. Na década de 1950, os físicos Charles Hard Townes, em Nova York, Aleksandro Prokhorov e Nicolai Basov, em Moscou, atuavam em pesquisas semelhantes e chegaram à mesma descoberta: a amplificação de microondas por emissão de radiação estimulada. Era uma forma de raio laser, porém mais fraco, invisível a olho nu. A dificuldade estava em achar um aparelho que fosse capaz de suportar muita energia. Foi então que Maiman desenvolveu o aparelho de rubi.

Aplicações

Uma das aplicações do raio laser mais revolucionárias dos últimos 50 anos é usada comumente nos supermercados. São os leitores de código de barra. O raio laser também é usado em cirurgias de alta precisão, em impressoras, leitores de CD e DVD, nas telecomunicações, em luminárias, e também na indústria, para soldar ou furar o aço.

O professor José Leonardo Ferreira, do Departamento de Física da UnB, conta que o laser transformou a física óptica. “Antigamente dependíamos do telex, rádio, fax e telefone. Hoje em dia a transmissão de informações é feita através de fibras ópticas.” Os cabos ópticos são responsáveis pela comunicação entre bancos, por exemplo. A luz do laser carrega as informações por entre os cabos.

Na medicina, a dermatologia foi uma das áreas que mais se beneficiou com o laser. Tanto para corrigir cicatrizes e remover tatuagens e pêlos, quanto para o tratamento de câncer de pele. “Inegavelmente, para terapia dermatológica, o laser trouxe muitos avanços. O principal é tratar sem causar lesões”, disse a professora Gladys Campbel, coordenadora do Ambulatório de Psoríase do Hospital Universitário de Brasília.

O que antes era resolvido com cera, lâmina descartável ou eletrólise, passou a ser substituído pelo laser. A remoção de pêlos é feita entre quatro e seis sessões. O preço de cada sessão chega a custar R$ 500. “Hoje em dia não dizemos que é uma depilação definitiva, mas que resolve bastante”, conta Gladys.

A terapia fotodinâmica é utilizada no tratamento de câncer de pele, lesões pré-cancerosas, acne inflamatória e rejuvenescimento. Essa terapia consiste em aplicar ácido aminolevulínico na pele para deixar o local fotossensível. A pele passa a captar o laser que destruirá o tecido doente da região. Em apenas uma aplicação resolve de 80 a 100% dos casos de ceratoses actínicas (pré-cancer). O laser melhora em até de 60% a acne inflamatória.

O professor Júnio Márcio conta que cientístas estão trabalhando para desenvolver aparelhos mais potentes e precisos. "Teremos outras aplicações para o laser que facilitarão mais a nossa vida." O professor cita aplicações principalmente para a realização de diagnósticos por imagens.

Fonte: UnB Agência via Planeta Universitário - Imagens: magnet.fsu.edu

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