quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Força aérea dos EUA faz inteligência artificial decolar com novo drone autônomo avançado

A aeronave experimental XQ-58A Valkyrie marca uma revolução no uso da inteligência artificial em combate aéreo, trazendo novas dinâmicas e dilemas à indústria militar.

XQ-58A Valkyrie: avião experimental da Força Aérea dos EUA (XQ-58A Valkyrie/Reprodução)
O XQ-58A Valkyrie, avião experimental da Força Aérea dos EUA, é um novo destaque nos céus por levar a outro nível a inteligência artificial (IA) da operações militares americanas.

Com uma capacidade capaz de cruzar o Brasil sem abastecimento, essa aeronave não tripulada é visualizada como uma extensão dos caças tradicionais, possibilitando que pilotos humanos sejam auxiliados por uma frota de “companheiros robôs” em situações de combate.

O projeto parte da Base da Força Aérea de Eglin, no estado americano da Flórida. O projeto Valkyrie não só ilustra como as tecnologias emergentes estão remodelando a indústria armamentista dos EUA, mas também evidencia a busca do Pentágono por inovação. A ascensão da IA motiva uma nova geração de fornecedores do Pentágono, que buscam revolucionar o domínio tradicional de grandes fornecedoras de equipamentos militares.

Com a possibilidade de construir armamentos inteligentes e relativamente acessíveis em grandes quantidades, novas táticas de combate são consideradas, levantando também questões sobre o papel humano em conflitos mediados por softwares projetados para eliminar alvos.

Em paralelo, há uma corrida tecnológica com a China pelo domínio no quesito modernidade e confiabilidade dos equipamentos bélicos.

Nesse cenário, a nova geração de drones colaborativos, classificados como aeronaves de combate colaborativas (C.C.A.), desempenha um papel vital.

A ideia é ter uma variedade de tipos especializados e similares ao XQ-58A Valkyrie. Alguns se concentrarão em missões de vigilância ou reabastecimento, outros voarão em enxames de ataque e outros ainda servirão como “ala leal” de um piloto humano.

Os drones, por exemplo, poderiam voar na frente de aeronaves de combate pilotadas, realizando vigilância. Poderiam também desempenhar um papel importante na desativação das defesas aéreas inimigas, assumindo o riscos de destruir alvos de mísseis baseados em terra que seriam considerados perigosos para um avião pilotado por humanos.

Afinal, estima-se que o custo dos mais avançados desses drones robôs possa alcançar US$ 25 milhões, um valor que fica abaixo do valor de um caça tripulado, como o caça a jato F-35, que custa US$ 80 milhões por unidade.

Contudo, como relata o jornal NY Times, os oficiais da Força Aérea estão cientes dos desafios e responsabilidades associados à implementação da IA em operações militares. Questões éticas e de segurança são centrais no desenvolvimento desses sistemas.

Mudanças também são esperadas na estrutura tradicional de aquisições do Pentágono. Ao invés de adquirir hardware e software como um pacote único, a ideia é separar essas compras, abrindo espaço para empresas focadas em software.

Há desafios significativos pela frente. A confiabilidade do software, a construção de confiança com os pilotos e a proteção contra possíveis ataques cibernéticos são áreas-chave de foco. Apesar disso, os testes iniciais têm mostrado resultados promissores.

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