Perito ouvido pelo Jornal da Globo acredita que houve problemas no motor direito.
Jato LearJet caiu sobre casas no domingo em SP, matando 8 pessoas.
Peritos que investigam o acidente do jatinho que caiu sobre casas logo após a decolagem no Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (4), matando 8 pessoas na zona Norte de São Paulo, acreditam na possibilidade de que uma pane no motor da aeronave nos primeiros segundos tenha provocado o acidente.
Jato LearJet caiu sobre casas no domingo em SP, matando 8 pessoas.
Peritos que investigam o acidente do jatinho que caiu sobre casas logo após a decolagem no Campo de Marte, em São Paulo, no domingo (4), matando 8 pessoas na zona Norte de São Paulo, acreditam na possibilidade de que uma pane no motor da aeronave nos primeiros segundos tenha provocado o acidente.
Nesta terça-feira (6), começa a perícia dos motores e da caixa de voz do LearJet.
Para especialistas ouvidos pelo Jornal da Globo, a posição das alavancas do avião da maneira que foram encontradas nos destroços sugere que o motor direito não funcionou corretamente, o que explicaria a trajetória do avião e a maneira como ele se chocou com a casa.
As imagens que mostram a posição das manetes de controle da aeronave chamou a atenção do especialista em segurança de vôo, Jorge Barros, que já participou da investigação de 18 acidentes aéreos. Ele acredita que o motor direito tenha parado logo após a decolagem.
"Esta alavanca estando recuada do jeito que se apresenta pode indicar que houve um problema no motor direito e que a tripulação tentou resolver este problema em princípio recuando a manete da direita para proceder a correção do problema do motor e que acabou não dando tempo e o avião se acidentou", analisa o especialista.
Para ele, uma aeronave LearJet 35-A, como a que se acidentou no domingo, pode voar apenas com um motor, mas a decolagem é um momento crítico.
"Se um dos motores deixa de funcionar neste momento crítico, ele (o avião) perde velocidade ou deixa de ganhar velocidade e não consegue subir, mas também não se consegue controlar o avião", afirma Barros.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave estava com a manutenção em dia e a Reali Táxi Aéreo, dona do jato, garante que respeita as normas técnicas.
Em Salvador, o ministro da Defesa Nelson Jobim disse que vai recomendar à Anac que seja determinado uma melhor avaliação das aeronaves de pequeno porte.
“O Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) fará a análise desse acidente que ocorreu e eu pretendo que a Anac, então, determine uma maior fiscalização no que diz respeito a essas aeronaves pequenas. Enfim, da aviação geral, que compreende táxi aéreo assim como os aviões particulares", disse Jobim.
Perícia começa nesta terça
Peritos iniciam nesta terça-feira a análise dos motores e da caixa de voz do LearJet que se acidentou no domingo. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ainda avalia se haverá necessidade de enviar para análise no exterior a caixa de voz.
De acordo com informação da assessoria da Aeronáutica repassada para o G1, aparentemente o item foi preservado integralmente. Nesta segunda-feira (5), a Polícia Civil ouviu depoimentos de testemunhas.
Os depoimentos vão formar o pano de fundo na investigação que apura responsabilidades sobre o acidente nos arredores do Campo de Marte.
“O que a gente pode adiantar é que tudo vai depender dos laudos técnicos periciais, como no caso da caixa que é uma gravação interna da cabine. Nós conversamos com o pessoal da Aeronáutica, então eles vão proceder esses laudos”, disse a delegada da 4ª Seccional Norte de São Paulo, Elisabete Sato, responsável pelo inquérito.
Decolagem
A única certeza até agora é que, na decolagem, o Learjet deveria ter feito a curva para a esquerda, mas, por algum motivo ainda desconhecido, tomou exatamente o sentido contrário. Segundo a Reali Táxi Aéreo, que se apresentou como a dona do avião, a manutenção estava em dia. Ainda segundo a empresa, o piloto Paulo Roberto Montezuma Firmino, contratado em janeiro, era experiente. E o co-piloto Alberto Soares Júnior, que trabalhava há quatro meses na Reali, tinha formação adequada.
De acordo com funcionários do aeroporto de Angra dos Reis, na quinta-feira (1º) à tarde, piloto e co-piloto saíram de São Paulo e pousaram na cidade com seis passageiros. Dois homens, duas mulheres e duas crianças, que ficaram na cidade. O avião pousou em uma pista de 980 metros - menor do que o exigido para esse tipo de aeronave, que é 1.200 metros.
No dia seguinte, sexta-feira (2), a tripulação voltou para São Paulo e trazia de carona um outro piloto, o comandante Wilson. No domingo, às 10h, a tripulação e o carona voltaram para Angra. O Learjet foi buscar os passageiros que havia deixado lá. E voltou ao meio-dia, com os seis passageiros que desembarcaram no Campo de Marte. Às 14h10, o avião decolou pela última vez.
Fonte: G1
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