terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Relembre outros casos de crise na indústria da aviação

O pedido de concordata da Japan Airlines é parte da segunda crise da indústria mundial da aviação nesta década. Com a crise econômica mundial iniciada em 2008, as companhias aéreas viram o tráfego de passageiros cair e suas receitas despencarem. Além disso, os preços de petróleo em alta já vinham afetando o resultado das companhias e as empresas tradicionais enfrentavam cada vez mais a concorrência das companhias de baixo custo.

O setor já tinha enfrentado momentos difíceis após os ataques terroristas de 2001, que abalaram a confiança dos consumidores na segurança do meio de transporte e reduziram o volume de passageiros.

Este cenário mudou a indústria da aviação e muitas companhias mudaram de mãos. Confira os principais casos no exterior e no Brasil:

Japan Airlines

Com dívidas de US$ 25,6 bilhões até setembro de 2009, a Japan Airlines, maior companhia aérea do Japão, pediu concordata no dia 19 de janeiro. O pedido faz parte de um plano de reestruturação elaborado por um fundo do governo do Japão, que inclui a eliminação de quase 16 mil postos de trabalho, a redução do número de rotas e o uso de aeronaves com maior eficiência no uso de combustíveis. Durante a reestruturação, dinheiro do governo vai ajudar a manter os aviões da Japan Airlines no ar.

British Airways e Iberia

A British Airways e a Iberia anunciaram em novembro de 2009 que chegaram a um acordo para a fusão das duas empresas , após uma negociação iniciada em 2008. BA já tinha tentado comprar a Iberia em 2007, mas o negócio fracassou.Será criada uma holding, a Topco. A companhia britânica terá participação de 55% na holding, enquanto a espanhola deterá participação de 45%. O acordo deve ser assinado no primeiro trimestre deste ano.

Alitalia

Fundada na década de 40, a italiana Alitalia pediu concordata em 2008 e, após uma disputa entre diferentes concorrentes, se uniu à companhia Air One e vendeu 25% de seu capital para a Air France-KLM. A nova Alitalia começou a operar em janeiro de 2009.

Air France/KLM

As companhias aéreas francesa Air France e holandesa KLM se uniram em 2003, criando a maior empresa da Europa. O governo francês, que até então era sócio majoritário, viu sua participação ser reduzida para menos de 20%.

Delta Airlines e Northwest Airlines

Como as demais companhias aéreas americanas, a Delta Airlines e a Northwest Airlines foram fortemente afetadas após os ataques terroristas de 2001. As empresas chegaram a operar sob concordata durante um período. Em abril de 2008, anunciaram um acordo de fusão, que foi concluído em outubro de 2008, criando a maior empresa aérea do mundo. A crise das duas companhias foi impulsionada pelos preços elevados do petróleo e agravada pelo início da turbulência financeira.

United Airlines

A United Airlines pediu concordata em dezembro de 2002 e promoveu uma ampla reestruturação das suas operações, incluindo redução do número de voos. A empresa conseguiu deixar a concordata pouco mais de três anos depois, em fevereiro de 2006.

Varig

Símbolo da indústria aérea brasileira, a Varig liderou o mercado brasileiro até meados de 2003, perdendo seu lugar no topo do pódio para a TAM. Os problemas financeiros começaram com a perda do monopólio das rotas internacionais durante o governo Collor, agravados por planos econômicos que congelaram tarifas aéreas, de 1985 a 1992, e pela desvalorização do real, em 1999. A situação se tornou ainda mais crítica com a entrada da Gol no mercado, em 2001. A empresa foi comprada pela rival Gol em março de 2007, pouco mais de um ano depois de ser vendida em leilão. A incorporação da Varig pela Gol foi aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em setembro de 2008.

Vasp

A Vasp teve a falência decretada em setembro de 2008, encerrando um processo de recuperação judicial iniciado em julho de 2005. A empresa parou de voar em janeiro daquele ano, quando o Departamento de Aviação Civil (DAC) cassou sua autorização de operação, e sobreviveu fazendo manutenção de aeronaves para outras companhias aéreas e com a locação de alguns imóveis não operacionais espalhados pelo Brasil.

Transbrasil

Com dificuldades financeiras, a empresa deixou de voar em 2001. A falência, no entanto, só foi decretada em 2008.

Fonte: O Globo - Fotos: AP / Divulgação / O Globo

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