terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Foguete sul-coreano deve ser lançado da base de Alcântara até quarta (21)

Lançamento de foguete sul-coreano no CLA, previsto para hoje, foi adiado para novo 'check-up' no equipamento.

O foguete sul-coreano HANBIT-TLV no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão
(Foto: Innospace/Divulgação)
Na manhã desta terça-feira (20) havia a expectativa para o lançamento do foguete sul-coreano HANBIT-TL no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, mas a operação precisou ser adiada pela segunda vez. Na segunda-feira (19), as condições meteorológicas atrasaram o evento, segundo a Innospace.

Segundo a Innospace, empresa privada que está realizando o lançamento, em parceria com a Agência Espacial Brasileira, o adiamento aconteceu porque sentiram a necessidade de realizar um novo exame na válvula do foguete.

Ainda segundo a empresa, as equipes do CLA vão tratar dessa questão e definir uma nova data para o lançamento, que ainda será divulgada. No entanto, caso as equipes queiram o lançamento ainda em 2022, o prazo final é somente até esta quarta-feira (21), que é quando ainda existe a chamada 'janela' de lançamentos, em que a Terra está numa posição considerada ideal.

O lançamento de um foguete do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão, será o primeiro resultado da parceria estabelecida no início do ano entre a Força Aérea Brasileira (FAB), através do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), e a empresa sul-coreana Innospace. O voo está previsto para acontecer até quarta-feira (21).

O HANBIT-TL é um lançador de satélites e a operação realizada nos últimos dias deve confirmar a capacidade de enviar, futuramente, um nanosatélite para o espaço a partir do CLA . O projeto se chama 'SISNAV' e está inserido dentro do Sistema de Navegação e Controle (SISNAC), previsto para o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM) da Força Aérea Brasileira (FAB), focado em órbitas baixas. Ele mede 16,5 metros e pesa 8,4 toneladas.

O foguete sul-coreano possui 16,5 metros de comprimento e pesa 8,4 toneladas
(Foto: Divulgação/FAB)
O lançamento, batizado de Operação Astrolábio, marca o primeiro teste do equipamento sul-coreano e não deve ultrapassar os 100 quilômetros de altitude. O foguete utiliza um sistema patenteado de alimentação por bomba elétrica com propulsores à base de oxigênio líquido e uma mistura de parafinas, o que torna a fabricação mais rápida e de menor custo.

O veículo estará equipado com a carga útil denominada Sistema de Navegação Inercial (Sisnav), desenvolvida por militares e profissionais civis brasileiros do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE). O sistema é um experimento tecnológico essencial para a navegação autônoma e um grande passo em direção à independência no desenvolvimento de veículos para lançamentos de satélites de todos os tipos.

“A Innospace está muito orgulhosa de todo o trabalho realizado até aqui, pois foram muitos meses de estudo, planejamento e preparo das equipes. Essa Operação será marcada pela sinergia, esforço e pioneirismo. Entraremos para a história do Programa Espacial”, disse o Diretor de Negócios da Innospace do Brasil, Élcio Jeronimo de Oliveira.

O Diretor do DCTA, Tenente-Brigadeiro do Ar, Maurício Augusto Silveira de Medeiros, falou que o lançamento “é o resultado de uma integração inédita extremamente relevante para o nosso país e para o mundo. Por meio dessa parceria, fortaleceremos e capacitaremos a indústria nacional em tecnologias aeroespaciais e de defesa com valor agregado e de alto nível”.

Esta será a primeira vez que o Brasil realiza um lançamento experimental em conjunto
com uma empresa privada de outro país (Foto: Divulgação/FAB)
O veículo não passará por áreas habitadas e os pontos de impacto do propulsor e da carga útil, que caem no Oceano Atlântico, ocorrerão a mais de 50 km da costa, não oferecendo perigo à população ou prejuízos ambientais.

O Centro de Lançamento do município maranhense é tido como estratégico no mercado espacial por causa de sua proximidade de apenas 17 minutos em relação à Linha do Equador, fazendo com que os voos partindo de lá cheguem mais rápido ao espaço, resultando em economia de combustível, um dos principais gastos para essa operação.

Via g1 e CNN - com informações da Agência Brasil

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