segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Tragédia com o avião do Palmas completa um ano; investigação sobre acidente ainda não foi concluída

Em 2021, avião que levava parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas caiu logo após a decolagem, deixando seis mortos. Fim de semana foi marcado por homenagens.

Avião ficou completamente destruído após cair em Luzimangues (Foto: Divulgação)
A maior tragédia do esporte tocantinense completou um ano na segunda-feira (24). Nesta mesma data, em 2021, o avião que levava parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas caiu logo após a decolagem, deixando seis mortos. Para os parentes das vítimas a dor ainda é grande e a espera por respostas não terminou.

Morreram na tragédia o piloto Wagner Machado Júnior, que tinha mais de 30 anos de experiência em aviação, o presidente do clube, Lucas Meira, e quatro atletas do time: o goleiro Ranule, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o zagueiro Noé e o atacante Marcus Molinari.

Avião pegou fogo logo após cair em Porto Nacional (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)
"Ele para mim era tudo, não consigo esquecer, não consigo acreditar ainda. A ficha não caiu, não sei quando vai cair", lamentou o José Carvalho, pai do jogador Lucas Praxedes.

O acidente sem sobreviventes aconteceu em uma pista de pouso no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional. A delegação seguia para Goiânia, onde a equipe enfrentaria o Vila Nova pela Copa Verde.

"Eu nem sabia que amava tanto. Acho que essa é a grande lição e é por isso que a morte existe, para a gente aprender a amar. Existe para mim no sentido figurado porque acredito que o Lucas está muito bem", comentou Jaqueline Vieira, mãe de Lucas Meira.

Vítimas do acidente aéreo que levava parte da delegação do Palmas Futebol e Regatas, do topo esquerdo, em sentido horário: o atacante Marcus Molinari, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o empresário Lucas Meira, o piloto Wagner Machado, o goleiro Ranule e o zagueiro Guilherme Noé (Foto: XV de Jaú/Divulgação; Caldense/Divulgação; Reprodução)
Os dados do relatório preliminar disponíveis no Sipaer, painel do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), informam que “após a decolagem a aeronave perdeu sustentação e colidiu contra o solo”.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) informou em nota que a investigação segue em andamento e tem como objetivo prevenir que novos acidentes com características semelhantes ocorram.

"A conclusão das investigações terá o menor prazo possível, dependendo sempre da complexidade de cada ocorrência e, ainda, da necessidade de descobrir todos os fatores contribuintes", informou o órgão na última semana.

O clube realizou neste domingo (23) a entrega dos kits de material esportivo como premiação do concurso cultural “Troféu Lucas Meira – A Força de um Sentimento” beneficiando jovens do Tocantins. Conforme o Palmas, foram mais de mil beneficiados. Uma live com momentos de música, leitura, orações e homenagens foi realizada também neste domingo.

O clube afirmou que também aguarda o relatório oficial do Cenipa, pois as investigações seguem em andamento e não há um prazo limite para encerramento.

“Em relação às indenizações, auxílios e relacionamento com as famílias das vítimas, o clube faz saber que todas as assistências foram prestadas desde o primeiro momento e durante todo esse ano, sempre tocados pelo sentimento de pesar. Foram pagas as indenizações trabalhistas, o seguro do clube e o seguro da Confederação Brasileira de Futebol, faltando apenas o pagamento do seguro da aeronave, que deve ser consolidado nos próximos dias, informou o clube.

A tragédia


Investigadores da Força Aérea durante análise de destroços (Foto: Ciopaer/Divulgação)
A queda do avião foi logo após a decolagem no dia 24 de janeiro da pista da Associação Tocantinense de Aviação, no distrito de Luzimangues, em Porto Nacional. Os relatos das testemunhas indicam que o choque com o solo foi segundos após a tentativa de levantar voo e que logo em seguida houve duas explosões.

Os jogadores estavam no voo particular porque haviam acabado de se recuperar da Covid-19 e ainda não podiam viajar em voos comerciais. O período de isolamento deles terminava no dia da queda.

O avião que caiu é o bimotor Beechcraft 95-B55 Baron de prefixo PT-LYG. O site da fabricante do avião, a Beechcraft, indica que este tipo de aeronave pode transportar no máximo seis pessoas por voo.

A mesma aeronave tinha sofrido danos substanciais em 2014 após um acidente em um aeródromo de Brasília. Na época, o relatório da Aeronáutica concluiu que o piloto se esqueceu de acionar o trem de pouso no momento da aterrisagem.

Via g1 Tocantins.

Nenhum comentário: