Sindicatos querem discutir propostas como a redução da jornada de trabalho, a concessão de licença remunerada e a abertura de um plano de demissões voluntárias
A reunião entre diretoria da Embraer e do sindicato dos trabalhadores terminou sem acordo. Realizada na segunda-feira (09/03), a ideia era discutir as mais de 4,2 mil demissões anunciadas há cerca duas semanas pela empresa de aviação.
Em encontro patrocinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas, a empresa reiterou que não há chances de readmitir os empregados. Mas ofereceu o pagamento de R$ 1.600 a cada funcionário, a título de verba de indenização, independentemente do tempo de trabalho na empresa. Antes, a Embraer já havia oferecido a manutenção do seguro-saúde por um prazo de um ano, segundo informou O Globo.
A nova proposta, porém, foi rejeitada por representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu, que acreditam na reintegração de funcionários como ponto inicial da negociação. Uma segunda audiência de conciliação está marcada para a próxima sexta-feira (13/03).
Se o impasse continuar, o presidente do TRT de Campinas, desembargador Luís Carlos Sotero, deve apresentar uma proposta própria. Se, ainda assim, não haver acordo, o processo seguirá para a seção de dissídios coletivos do tribunal, onde será julgado por uma junta de 12 desembargadores, que se reúne sempre na primeira quarta-feira de cada mês.
“Não dá para aceitar uma proposta como essa. A própria empresa tem noticiado que manterá os R$ 10 milhões de lucros em 2009, mesmo com redução de faturamento além de pagar bonificação de R$ 50 milhões aos executivos”, afirmou Luis Carlos Prates, secretário-geral do sindicato.
“Nós queremos fazer um acordo. É a empresa que não quer”, disse José Maria de Almeida, presidente do Conlutas, à qual está ligado o sindicato de São José dos Campos.
Para João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, a proposta foi positiva. “Pelo menos mostrou que a Embraer está saindo da intransigência.”
Uma liminar concedida pelo próprio presidente do TRT suspendeu a efetivação das demissões . Até o julgamento do mérito da ação ou a cassação da liminar, a Embraer tem de pagar os dias dos empregados.
Durante a reunião desta segunda-feira, os representantes da empresa também apresentaram proposta para pagamento de outras vantagens financeiras que seriam calculadas de acordo com o tempo de trabalho dos demitidos. Mas, segundo os sindicalistas, isso já está previsto na convenção coletiva da categoria. Por esse mecanismo, a partir de 2 anos e meio de trabalho na Embraer, o empregado ganha bonificação de meio salário. O teto, de quatro salários, vale para quem tem mais de 20 anos como funcionário da empresa.
“A Embraer tentou vender isso como novidade para o juiz. Mas isso foi esclarecido depois por nós”, afirmou Paulo Pereira da Silva, o presidente da Força Sindical.
Em troca da reintegração dos funcionários demitidos, os sindicalistas afirmam que seria possível discutir propostas como a redução da jornada de trabalho, a concessão de licença remunerada e a abertura de um plano de demissões voluntárias. O resultado da reunião no TRT será levado para assembléia dos trabalhadores, e os sindicatos dizem que vão recomendar a rejeição da nova proposta da Embraer. Os representantes da empresa sairam sem dar declarações.
Na quarta-feira (11/03), haverá ato contra demissões na Câmara Municipal de Campinas, além do lançamento da campanha para reestatização da fabricante de aeronaves.
Redução de jornada
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) participou na segunda-feira de encontro com os demitidos da Embraer no sindicato. O parlamentar defendeu a redução de jornada para 40 horas semanais para reverter a demissão em massa. Suplicy também se comprometeu a apresentar, para a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, pedido de audiência pública para discutir as dispensas.
“Pelo lucro que a empresa obteve no último período e até por ter jornada semanal de trabalho acima das demais empresas da região (43 horas), acho que a readmissão é possível”, afirmou o senador, lembrando que nos últimos 12 anos foram repassados US$ 8,39 bilhões para a Embraer.
Para o secretário-geral do sindicato, a redução de jornada seria possível salvar muitos empregos.
“Em 2008, a Embraer perdeu R$ 180 milhões em investimentos no mercado futuro de derivativos. Portanto, não é justo agora jogar essas perdas nas costas dos trabalhadores.”
Fonte: Época NEGÓCIOS Online
A reunião entre diretoria da Embraer e do sindicato dos trabalhadores terminou sem acordo. Realizada na segunda-feira (09/03), a ideia era discutir as mais de 4,2 mil demissões anunciadas há cerca duas semanas pela empresa de aviação.
Em encontro patrocinado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de Campinas, a empresa reiterou que não há chances de readmitir os empregados. Mas ofereceu o pagamento de R$ 1.600 a cada funcionário, a título de verba de indenização, independentemente do tempo de trabalho na empresa. Antes, a Embraer já havia oferecido a manutenção do seguro-saúde por um prazo de um ano, segundo informou O Globo.
A nova proposta, porém, foi rejeitada por representantes dos sindicatos dos metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu, que acreditam na reintegração de funcionários como ponto inicial da negociação. Uma segunda audiência de conciliação está marcada para a próxima sexta-feira (13/03).
Se o impasse continuar, o presidente do TRT de Campinas, desembargador Luís Carlos Sotero, deve apresentar uma proposta própria. Se, ainda assim, não haver acordo, o processo seguirá para a seção de dissídios coletivos do tribunal, onde será julgado por uma junta de 12 desembargadores, que se reúne sempre na primeira quarta-feira de cada mês.
“Não dá para aceitar uma proposta como essa. A própria empresa tem noticiado que manterá os R$ 10 milhões de lucros em 2009, mesmo com redução de faturamento além de pagar bonificação de R$ 50 milhões aos executivos”, afirmou Luis Carlos Prates, secretário-geral do sindicato.
“Nós queremos fazer um acordo. É a empresa que não quer”, disse José Maria de Almeida, presidente do Conlutas, à qual está ligado o sindicato de São José dos Campos.
Para João Carlos Gonçalves, secretário-geral da Força Sindical, a proposta foi positiva. “Pelo menos mostrou que a Embraer está saindo da intransigência.”
Uma liminar concedida pelo próprio presidente do TRT suspendeu a efetivação das demissões . Até o julgamento do mérito da ação ou a cassação da liminar, a Embraer tem de pagar os dias dos empregados.
Durante a reunião desta segunda-feira, os representantes da empresa também apresentaram proposta para pagamento de outras vantagens financeiras que seriam calculadas de acordo com o tempo de trabalho dos demitidos. Mas, segundo os sindicalistas, isso já está previsto na convenção coletiva da categoria. Por esse mecanismo, a partir de 2 anos e meio de trabalho na Embraer, o empregado ganha bonificação de meio salário. O teto, de quatro salários, vale para quem tem mais de 20 anos como funcionário da empresa.
“A Embraer tentou vender isso como novidade para o juiz. Mas isso foi esclarecido depois por nós”, afirmou Paulo Pereira da Silva, o presidente da Força Sindical.
Em troca da reintegração dos funcionários demitidos, os sindicalistas afirmam que seria possível discutir propostas como a redução da jornada de trabalho, a concessão de licença remunerada e a abertura de um plano de demissões voluntárias. O resultado da reunião no TRT será levado para assembléia dos trabalhadores, e os sindicatos dizem que vão recomendar a rejeição da nova proposta da Embraer. Os representantes da empresa sairam sem dar declarações.
Na quarta-feira (11/03), haverá ato contra demissões na Câmara Municipal de Campinas, além do lançamento da campanha para reestatização da fabricante de aeronaves.
Redução de jornada
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) participou na segunda-feira de encontro com os demitidos da Embraer no sindicato. O parlamentar defendeu a redução de jornada para 40 horas semanais para reverter a demissão em massa. Suplicy também se comprometeu a apresentar, para a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, pedido de audiência pública para discutir as dispensas.
“Pelo lucro que a empresa obteve no último período e até por ter jornada semanal de trabalho acima das demais empresas da região (43 horas), acho que a readmissão é possível”, afirmou o senador, lembrando que nos últimos 12 anos foram repassados US$ 8,39 bilhões para a Embraer.
Para o secretário-geral do sindicato, a redução de jornada seria possível salvar muitos empregos.
“Em 2008, a Embraer perdeu R$ 180 milhões em investimentos no mercado futuro de derivativos. Portanto, não é justo agora jogar essas perdas nas costas dos trabalhadores.”
Fonte: Época NEGÓCIOS Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário