quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Nave-oficina robótica vai consertar satélites artificiais

Você já imaginou se cada pessoa abandonasse o seu carro na rua toda vez que o tanque de combustível ficasse vazio e tivesse que comprar outro carro com o tanque cheio? Pois é mais ou menos isso o que acontece com os satélites artificiais.

Pesquisadores testam o sistema de visão artificial utilizando um boneco para simular um satélite artificial

Quando um satélite ou sonda espacial apresenta um defeito, ou quando acaba o seu combustível, ele é simplesmente abandonado, passando à categoria de lixo espacial. Hoje há mais de 8.000 satélites artificiais em serviço, em diversas altitudes, o que ameaça transformar em órbita da Terra em um verdadeiro lixão espacial.

Nave-oficina

Não se depender da equipe do professor Michael Greenspan, da Universidade de Queens, no Canadá. Ele está projetando uma verdadeira oficina mecânica espacial robotizada.

A solução passa pelo desenvolvimento de um programa de rastreamento que irá permitir que uma nave-oficina capture o satélite e coloque-o em sua baia de reparos. Batizado de Veículo Espacial Autônomo de Serviços, esse mecânico robótico se aproximará automaticamente do satélite com problemas, podendo a partir daí ser controlado remotamente para fazer o reparo.

"O conserto propriamente dito não precisa ser feito em tempo real, já que tudo está em uma posição fixa e um humano poderá interagir com ele telerroboticamente para fazer o que for necessário," diz o Dr. Greenspam.

Visão artificial computadorizada

O maior desafio para a construção do mecânico espacial está na visão artificial computadorizada. Como a maioria dos satélites de comunicação circunda o globo em órbita geossíncrona, sua velocidade é sincronizada com a rotação da Terra. O robô-mecânico espacial deverá primeiro reconhecer o satélite, então determinar seu movimento e equivaler esse movimento para se colocar ao seu lado e conseguir capturá-lo.

Devido às condições extremas de iluminação no espaço, as câmeras normalmente utilizadas para isso aqui na superfície não têm serventia. Os pesquisadores estão optando por utilizar um tipo de radar chamado LIDAR, um tipo de sensor óptico que detecta um conjunto de pontos 3D que determinam com precisão a superfície geométrica do satélite.

Os cientistas afirmam que o desenvolvimento desse robô-mecânico espacial também trará benefícios para as linhas de produção da indústria, que poderão contar com melhores técnicas para o rastreamento e monitoramento de produtos.

Fonte: Inovação Tecnológica - Foto: Stephen Wild (Queens University)

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