O avião Tupolev-154 que caiu neste sábado perto da cidade russa de Smolensk, matando o presidente polonês, Lech Kaczynski, já havia apresentado problemas em 2008 e se falava em substituição da aeronave.
O avião, concebido nos anos 1960 e capaz de transportar mais de 100 passageiros, tinha mais de 20 anos de uso.
Em 2008, problemas com o "volante" do Tupolev atrasaram um voo presidencial durante uma visita à Mongólia, forçando o líder a tomar um voo charter para a capital japonesa, Tóquio.
Uma semana depois, o avião sofreu fortes turbulências durante uma viagem à capital sul-coreana, Seul.
"Qualquer voo supõe um certo risco, mas um risco muito sério está ligado às responsabilidades de um presidente, porque é necessário voar constantemente" declarou Kaczynski, à época.
O correspondente da BBC em Varsóvia, Adam Easton, disse que já se falava em substituir os aviões.
Entretanto, a aeronave havia passado por uma manutenção completa recentemente. O diretor da empresa que realizou o trabalho, Aleksey Gusey, afirmou à TV polonesa que não havia grandes problemas com a aeronave.
"No momento da manutenção, o avião tinha 5.004 horas de voo e 1.823 pousos, o que, para uma aeronave dessa categoria, não é muito", declarou. "O avião podia voar bem e não havia queixas."
Os trabalhos, concluídos em dezembro, incluíram um reparo nos três motores do avião. Uma outra manutenção completa deveria ser realizada em seis anos.
Espinha dorsal
O Tu-154 já está fora de produção. Mas a aeronave foi, por mais de 25 anos, a espinha dorsal do sistema de transporte da União Soviética e da Rússia.
Cerca de metade de todos os passageiros da empresa aérea nacional russa, a Aeroflot, embarcaram em um Tupolev ou em seus sucessores, um número que chegou a 137 mihões por ano em 1990.
As cerca de mil aeronaves construídas estão espalhadas pela Rússia e por países do antigo bloco soviético.
O avião entrou em serviço em 1972 e foi "modernizado" em 1986, com novos motores e equipamentos para melhorar o consumo de combustível e as operações de voo.
No entanto, um indicativo de seu design antiquado, o governo chinês decidiu em 2001 abandonar todos os Tu-154 que estavam sendo operados por suas empresas aéreas.
A Aeroflot tomou a mesma decisão recentemente, alegado que seu alto consumo de combustível tornava o avião pouco económico. Blog Notícias sobre Aviação. A empresa agora compra a maioria de suas aeronaves da Boeing ou da Airbus.
O correspondente da BBC em Moscou, Richard Galpin, disse que as empresas aéreas russas têm pouco interesse em comprar Tupolevs mais novos, porque eles estão aquém das aeronaves ocidentais.
Desempenho satisfatório
Em 2004, o especialista em aviação russa Paul Duffy fez uma avaliação do desempenho do Tu-154 para a BBC.
De 28 que haviam sido destruídos em acidentes até aquele momento - um número normal para os padrões de quantidade, tempo de serviço e tecnologia, na sua avaliação - poucos haviam se acidentado por problemas técnicos.
"O Tu-154 opera em regiões sem tanto controle aéreo e equipamentos de navegação, e em condições meteorológicas muito difíceis", afirmou, à época.
Alguns dos acidentes tiveram pouca relação com o avião em si, como nos casos de cinco que haviam sido derrubados por inimigos ou por ataques terroristas no Líbano, Geórgia e Afeganistão, durante guerras civis nestes países.
Em 1982, uma aeronave que pousou em Omsk, na Rússia, durante uma pesada tempestade de neve, se chocou contra seis caminhões de limpeza de gelo que não foram orientados a liberar a pista para o pouso da aeronave.
Em 2001, um Tu-154 caiu no Mar negro após ser atingido por um míssil ucraniano disparado durante um exercício militar.
Outro ficou sem combustível a menos de dez quilômetros da pista do aeroporto porque a empresa que o operava, em dificuldades financeiras, havia decidido comprar menos combustível no seu país de origem, onde o preço era mais alto.
Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: Oldrich Chmel (airplane-pictures.net)
O avião, concebido nos anos 1960 e capaz de transportar mais de 100 passageiros, tinha mais de 20 anos de uso.
Em 2008, problemas com o "volante" do Tupolev atrasaram um voo presidencial durante uma visita à Mongólia, forçando o líder a tomar um voo charter para a capital japonesa, Tóquio.
Uma semana depois, o avião sofreu fortes turbulências durante uma viagem à capital sul-coreana, Seul.
"Qualquer voo supõe um certo risco, mas um risco muito sério está ligado às responsabilidades de um presidente, porque é necessário voar constantemente" declarou Kaczynski, à época.
O correspondente da BBC em Varsóvia, Adam Easton, disse que já se falava em substituir os aviões.
Entretanto, a aeronave havia passado por uma manutenção completa recentemente. O diretor da empresa que realizou o trabalho, Aleksey Gusey, afirmou à TV polonesa que não havia grandes problemas com a aeronave.
"No momento da manutenção, o avião tinha 5.004 horas de voo e 1.823 pousos, o que, para uma aeronave dessa categoria, não é muito", declarou. "O avião podia voar bem e não havia queixas."
Os trabalhos, concluídos em dezembro, incluíram um reparo nos três motores do avião. Uma outra manutenção completa deveria ser realizada em seis anos.
Espinha dorsal
O Tu-154 já está fora de produção. Mas a aeronave foi, por mais de 25 anos, a espinha dorsal do sistema de transporte da União Soviética e da Rússia.
Cerca de metade de todos os passageiros da empresa aérea nacional russa, a Aeroflot, embarcaram em um Tupolev ou em seus sucessores, um número que chegou a 137 mihões por ano em 1990.
As cerca de mil aeronaves construídas estão espalhadas pela Rússia e por países do antigo bloco soviético.
O avião entrou em serviço em 1972 e foi "modernizado" em 1986, com novos motores e equipamentos para melhorar o consumo de combustível e as operações de voo.
No entanto, um indicativo de seu design antiquado, o governo chinês decidiu em 2001 abandonar todos os Tu-154 que estavam sendo operados por suas empresas aéreas.
A Aeroflot tomou a mesma decisão recentemente, alegado que seu alto consumo de combustível tornava o avião pouco económico. Blog Notícias sobre Aviação. A empresa agora compra a maioria de suas aeronaves da Boeing ou da Airbus.
O correspondente da BBC em Moscou, Richard Galpin, disse que as empresas aéreas russas têm pouco interesse em comprar Tupolevs mais novos, porque eles estão aquém das aeronaves ocidentais.
Desempenho satisfatório
Em 2004, o especialista em aviação russa Paul Duffy fez uma avaliação do desempenho do Tu-154 para a BBC.
De 28 que haviam sido destruídos em acidentes até aquele momento - um número normal para os padrões de quantidade, tempo de serviço e tecnologia, na sua avaliação - poucos haviam se acidentado por problemas técnicos.
"O Tu-154 opera em regiões sem tanto controle aéreo e equipamentos de navegação, e em condições meteorológicas muito difíceis", afirmou, à época.
Alguns dos acidentes tiveram pouca relação com o avião em si, como nos casos de cinco que haviam sido derrubados por inimigos ou por ataques terroristas no Líbano, Geórgia e Afeganistão, durante guerras civis nestes países.
Em 1982, uma aeronave que pousou em Omsk, na Rússia, durante uma pesada tempestade de neve, se chocou contra seis caminhões de limpeza de gelo que não foram orientados a liberar a pista para o pouso da aeronave.
Em 2001, um Tu-154 caiu no Mar negro após ser atingido por um míssil ucraniano disparado durante um exercício militar.
Outro ficou sem combustível a menos de dez quilômetros da pista do aeroporto porque a empresa que o operava, em dificuldades financeiras, havia decidido comprar menos combustível no seu país de origem, onde o preço era mais alto.
Fonte: BBC Brasil via O Globo - Foto: Oldrich Chmel (airplane-pictures.net)
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