Iata quer que governos compensem as companhias aéreas.
As empresas aéreas perderam mais de US$ 1,7 bilhão até a terça-feira (20) por causa da nuvem de cinzas vulcânicas expelidas pelo vulcão islandês Eyjafjallajokull, que obrigou os aviões a ficarem em solo por seis dias principalmente nas regiões norte e central da Europa, segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata.)
A entidade pediu que os governos compensem as empresas pelas perdas. "Eu sou o primeiro a dizer que a indústria não quer ou precisa de ajuda financeira. Mas esta crise não é resultado de má gestão do negócio", disse hoje Giovanni Bisignani, diretor-geral da Iata, em Berlim. A Iata representa cerca de 230 companhias aéreas em todo o mundo, abrangendo 93% do tráfego internacional.
(Foto: Joab de Albuquerque Maranhão/VC no G1)
"Esta é uma situação extraordinária exagerada por um processo ruim de tomada de decisão pelos governos nacionais", acrescentou. "As empresas aéreas não puderam trabalhar normalmente. Os governos devem ajudar as companhias a se recuperarem do custo da interrupção dos voos."
Bisignani pediu que os governos alterem as regulações sobre cuidados com os passageiros, que fazem as empresas aéreas responsáveis pelas contas de hotel, refeições e ligações telefônicas de passageiros impedidos de viajar. "As regulações não foram feitas para situações extraordinárias", disse ele. "É urgente que a Comissão Europeia encontre uma forma de aliviar esse peso injusto."
Nesta quarta, a erupção do vulcão Eyjafjalla perdeu intensidade e está estável, informou às agências internacionais de notícias nesta quarta-feira (21) um porta-voz da Defesa Civil da Islândia. “Segundo nossas últimas informações, a potência da erupção é de 20% do que era sábado (17)”, disse Ingveldur Thordardottir à agência de notícias France Presse.
A Agência de Avião Europeia (Eurocontrol) já estimava nesta terça que 75% do espaço aéreo europeu estaria livre de restrições após seis dias de caos aéreo, e que a rotina nos aeroportos deveria ser normalizada. Segundo o primeiro informe da entidade nesta quarta, 21 mil voos são esperados para decolar do continente até o fim do dia. O número normal seria de 28 mil.
A agência ainda afirma que os únicos locais ainda com algumas restrições são o sul da Suécia e a Finlândia. Segundo o informe, essas barreiras devem ser retiradas ao longo desta quarta.
O presidente da Organização Internacional de Aviação Civil, Roberto Kobeh Gonzalez, disse na terça-feira (20) que é seguro voar sobre a Europa.
Inglaterra
O aeroporto de Heathrow, em Londres, o principal da região, foi reaberto na terça-feira (20), após cinco dias fechado. As operações foram retomadas pouco depois de o governo do Reino Unido ter anunciado que iria levantar as restrições à maior parte do espaço aéreo do país.
França
Os aeroportos franceses gradualmente estão voltando ao normal. As operações devem cobrir todos os voos de longo curso, e 60% dos voos programados para esta quarta devem ser confirmados. A Air France anunciou que colocará no ar todos seus voos de longa distância.
Finlândia
A Autoridade da Aviação Civil da Finlândia autorizou a abertura de seu espaço aéreo pelo menos até às 15 h (9h em Brasília). Quase todos os aeroportos do país deverão retomar as operações nas próximas horas. As exceções são Mariehamn e ilhas Aland.
(Foto: Carolyn Kaster/AP)
Alemanha
O espaço aéreo alemão também está aberto na sua totalidade, informou a Agência Federal da Aviação. Onze dos 16 aeroportos internacionais na Alemanha, incluindo Frankfurt - primeiro do país e terceiro na Europa -, retomaram as operações nas primeiras horas do dia.
Voos também foram retomados na Bélgica, Holanda, Dinamarca Áustria, Irlanda, Itália, Noruega, Polônia e Suíça.
Apesar da reabertura do espaço aéreo europeu, há filas em muitos aeroportos, como os de Londres, Paris e Madri. Mais de 95 mil voos foram cancelados na Europa durante o caos aéreo.
Veja vídeos do vulcão na geleira islandesa.
Fonte: G1 (com informações das agências de notícias Efe, France Presse e Reuters)
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