quarta-feira, 21 de abril de 2010

Normalização das operações aéreas na Europa pode levar semanas

Passageiros desembarcam no aeroporto londrino de Heathrow, após retomada das operações

Grande parte do espaço aéreo europeu deve ser reaberto nesta quarta-feira (20), após dias de restrições em função das cinzas do vulcão islandês Eyjafjallajokull espalhadas na atmosfera, mas a normalização das operações ainda pode levar semanas.

A agência europeia de trafego aéreo Eurocontrol estima que até sexta-feira os aeroportos devem ser completamente liberados. No entanto, com mais de 95 mil voos cancelados, as companhias aéreas enfrentarão um desafio enorme para transportar todos os passageiros que ficaram presos pelas cinzas do vulcão.

Passageiros com bilhetes para voos que puderam ser realizados tiveram prioridade em relação àqueles cujo voo não decolou. Neste caso, os viajantes foram aconselhados a buscar um novo bilhete para data futura ou tentar a sorte com o ticket antigo em eventuais assentos livres nos voos regulares.

“Uma vez que seu voo foi cancelado, você tem de voltar ao fim da fila”, explica Laurie Price, especialista em estratégia de aviação. “Parece intrinsecamente injusto.”

A indústria de aviação, enfrentando perdas de mais de US$ 1 bilhão, criticou a maneira como os governos europeus enfrentaram a situação, lembrando que faltam bases científicas para determinar quando as operações devem ser canceladas.

Para lidar com o acúmulo de passageiros, algumas companhias estão usando aviões maiores e aumentando o número de voos, enquanto outras optaram por alugar ônibus para transportar os passageiros pelo território europeu por estradas.

Outra dificuldade para as companhias é que o vulcão responsável pelo problema ainda está ativo. Tremores podem ser sentidos e ouvidos a até 25 quilômetros da cratera.

“É como um barulho no estômago. As pessoas na região estão preocupadas com isso”, afirmou Kristin Vogfjord, geólogo no escritório de meteorologia da Islândia.

Cientistas temem que a erupção presente possa desencadear uma erupção ainda maior no vulcão Katla, mais poderoso que o Eyjafjallajokull e que esteve ativo pela última vez em 1918.

Se isso acontecer, as condições aéreas seriam novamente prejudicadas, caso os ventos se comportem da mesma maneira vista na última semana, ou seja, levando as cinzas para o continente europeu.

O próprio ministério de Relações Exteriores do Reino Unido informou a seus cidadãos no exterior que poderia levar “semanas” antes que eles possam ser repatriados.

Tom e Natalie Smith, com os fihos, passaram uma semana em Costa Brava, na Espanha, e não conseguiram voltar para casa ainda. “Deveríamos estar trabalhando já”, conta Tom. “Natalie é diabética e por isso também nos preocupamos que ela fique sem seus remédios dependendo do tempo que demorarmos para voltar.”

Clique aqui e veja mais imagens do caos aéreo na Europa.

Fonte: UOL Notícias (com agências internacionais) - Foto: Dominic Lipinsk/AP

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