A pista auxiliar do Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ficará 120 metros maior durante as operações de decolagem. O Ministério da Defesa aceitou anteontem rever os critérios de utilização das áreas de escape, criadas após a tragédia com o Airbus A320 da TAM, que deixou 199 mortos em 17 de julho. Embora a mudança atinja principalmente a aviação geral (jatos executivos e táxi aéreo), as empresas aéreas regulares dizem que também serão beneficiadas, uma vez que não terão mais de dividir a pista principal com os aviões menores.
Desde que as pistas foram encurtadas, em 15 de setembro, apenas 10% das aeronaves que costumam operar em Congonhas tinham condições de utilizar a pista auxiliar, o que, segundo fontes militares, contribuía para as longas filas de aviões nas pistas de taxiamento. "Com essa modificação, será possível dividir melhor o fluxo do aeroporto", avalia o tenente-coronel Delany Lopes, chefe de Operações em Congonhas. "Enquanto estivermos aproximando um avião para pouso na pista principal, por exemplo, será possível alinhar outra aeronave na pista auxiliar. O ganho é de alguns segundos, mas num aeroporto com movimento intenso isso é crucial."
Quando anunciou a adoção de áreas de escape em Congonhas, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, determinou uma redução de 120 metros em cada uma das cabeceiras da pista auxiliar e de 150 metros na pista principal. Para especialistas em aviação, no entanto, a medida era tecnicamente equivocada, já que não haveria necessidade de uma área de escape na traseira do avião no momento da decolagem. De certa forma, a decisão dos técnicos do governo "corrige" a configuração anterior.
Nos procedimentos de pouso, a pista auxiliar continuará operando com o comprimento atual (1.195 metros), ou seja, com 120 metros a menos em cada cabeceira. Por enquanto, a pista principal, de 1.640 metros de extensão, não sofrerá modificações. Apesar de parecer insignificante, o ganho de 120 metros permitirá que mais aeronaves tenham condições de decolar na pista auxiliar e carreguem mais peso - seja em carga, quantidade de combustível ou passageiros.
Fonte: Agência Estado
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