segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Mulher que avançou sobre os pilotos e conseguiu acelerar o avião durante o pouso pega sentença de prisão


Uma mulher de 36 anos foi sentenciada a mais de um ano e meio de prisão federal após se declarar culpada por interferir na segurança de uma aeronave em voo ao avançar para os controles de um pequeno avião de passageiros que não possuía porta de segurança na cabine.

Tracy Lynn Eagleman admitiu a culpa em agosto e, nesta semana, o juiz distrital dos EUA, Brian M. Morris, a condenou a 19 meses e 24 dias de prisão. Após cumprir sua sentença, Eagleman também enfrentará três anos de liberdade supervisionada, mas não foi obrigada a pagar indenização à Cape Air pelo incidente a bordo do pequeno Cessna 402, que estava em um voo comercial entre Billings e Havre, no estado de Montana, no dia 21 de março de 2023.

Informou a mídia americana que, segundo os promotores, durante o voo 1793 da Cape Air, Eagleman ficou agitada durante a aproximação final a Havre. Devido ao pequeno porte da aeronave, que acomoda nove passageiros, não há separação entre a cabine do piloto e a cabine dos passageiros.

A aeronave estava a apenas dez milhas (cerca de 16 km) de Havre quando Eagleman se levantou, mas inicialmente, o comandante e o primeiro oficial conseguiram acalmá-la e fazê-la se sentar novamente.

No entanto, momentos antes de a aeronave pousar, Eagleman repentinamente avançou de sua poltrona e atingiu os controles do voo. Especificamente, ela mexeu na manete de aceleração de um dos motores, o que levou a aeronave a acelerar subitamente e girar na pista.

Nessa ocasião, a aeronave estava se movendo a aproximadamente 75 nós, cerca de 80 milhas por hora. Felizmente, os pilotos conseguiram retomar o controle rapidamente e pararam o avião na pista antes de seguir até o portão, onde Eagleman foi presa pelas autoridades.

Um vídeo de celular capturado por outro passageiro no avião registrou os momentos de pânico após Eagleman atingir os controles, com passageiros gritando. Os pilotos temeram que tal movimento pudesse fazer a aeronave rolar e colidir na pista.

Desde os ataques de 11 de setembro, grandes aviões comerciais são obrigados a ter portas de cabine à prova de balas trancadas. Pilotos têm feito campanha para a instalação obrigatória de barreiras secundárias de cabine em novos aviões, medida que recentemente se tornou lei sob a administração do Presidente Biden.

Essa barreira secundária não precisa ser à prova de balas, mas deve bloquear o acesso dos passageiros à cabine quando a porta principal é aberta durante o voo. Porém, não há exigência para que essas barreiras secundárias sejam instaladas em aeronaves já em serviço, tarefa que, segundo o Congresso, levaria às transportadoras norte-americanas cerca de 28 anos para concluir.

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