segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Terrenos atingidos pela queda do avião são aterrados em Santos

Prefeitura garante que o serviço não vai prejudicar as investigações.

Trabalhos serão retomados nesta segunda-feira (25).

A Prefeitura de Santos começou a aterrar o local onde que se formou um buraco com a queda do avião, que matou o candidato a presidência da República, Eduardo Campos, e mais seis pessoas, em Santos, no litoral de São Paulo. A previsão é de que os trabalhos sejam retomados nesta segunda-feira (25), a partir das 9h.

Segundo a Prefeitura de Santos, o trabalho será feito no quintal de três residências, sendo duas na Rua Alexandre Herculano e outra na Rua Vahia de Abreu. Várias retroescavadeiras serão usadas para retirar todo o entulho e a vegetação que fica em volta da cratera. Ainda na semana passada, equipes do serviço de limpeza urbana na área e recolheram mais de 480 toneladas de entulho

 Prefeitura de Santos garante que todos os destroços do avião já foram recolhidos, levados para análise em laboratório e que a intervenção no local não irá prejudicar as investigações. Assim que os serviços de nivelamento nos terrenos forem finalizados, tapumes serão utilizados para demarcar a áerea de cada residência.

Funcionários seguem trabalhando para retirada de entulhos da academia
Foto: Orion Pires/G1

Prejuízos 


Até agora, 50 boletins de ocorrência foram registrados na delegacia de Santos por danos materiais. Só o dono da academia que foi atingida pelos destroços calcula o prejuízo em R$ 1,5 milhão. “Dá para recuperar, dá para recuperar. Mas só que o valor disso é muito grande.”, afirma o dono do estabelecimento, Benedito Juarez Camara. 

O caso


A queda do avião ocorreu por volta das 10h do dia 13 de agosto, em um bairro residencial de Santos. O candidato tinha uma agenda de campanha na cidade. A Aeronáutica informou em nota que o avião decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá, também no litoral. "Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave", informou.

Além de Campos, outras 6 pessoas estavam na aeronave: Alexandre Severo Silva, fotógrafo; Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor; Geraldo Magela Barbosa da Cunha, piloto; Marcos Martins, piloto; Pedro Valadares Neto e Marcelo de Oliveira Lyra. A Polícia Federal (PF) enviou seis peritos para Santos a fim de trabalhar na apuração da causa do acidente. Aeronáutica e Polícia Civil também investigam o caso.

Cronologia Eduardo Campos
Editoria de Arte/G1

Investigação


Técnicos da Aeronáutica estiveram na quarta-feira (20) no local onde foram feitas as imagens que mostram a queda do avião, em Santos. As imagens foram obtidas com exclusividade pela TV Tribuna, afiliada da TV Globo. A gravação foi repassada aos peritos, que conversaram com quem estava no local no dia do acidente. As imagens do sistema de monitoramento foram feitas de um estande de vendas de um prédio em construção. 

A Força Aérea Brasileira (FAB), responsável pela investigação do acidente aéreo afirmou que já foram extraídas e analisadas por quatro técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) as duas horas de áudio da caixa-preta do jato que conduzia o ex-governador pernambucano para o litoral paulista. Entretanto, segundo a própria FAB, a gravação da caixa-preta do avião com prefixo PR-AFA não é do voo de Campos e sim de um outro voo realizado dias antes. 

Em nota, a Força Aérea afirmou que, até o momento, não é possível determinar a data dos diálogos registrados na caixa-preta encontrada em Santos, em razão de o equipamento não arquivar esse tipo de informação.

A Aeronáutica informou ainda ter constatado que o jato particular em que viajava o ex-governador de Pernambuco estava com o trem de pouso e os flaps recolhidos. O trem de pouso é composto por equipamentos e pneus para permitir a aterrisagem de aeronaves e os flaps são instrumentos na asa que reduzem a velocidade de aviões.

Reportagem publicada na última terça-feira (19) no jornal "Folha de S.Paulo" revelou que a Cessna, fabricante do jato Citation 560 XL, o mesmo modelo em que Campos viajava, alertou para o risco de a aeronave mergulhar abruptamente durante procedimento feito em subidas e arremetidas. O procedimento apontado pela fabricante é o recolhimento dos flaps.


Fonte: G1 Santos

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