domingo, 18 de outubro de 2009

Forças Armadas alistam atletas para Olimpíada de 2016

O espírito olímpico que contagiou o Brasil também tomou conta das Forças Armadas. A exemplo de grandes clubes desportivos do País, Exército, Marinha e Aeronáutica agora recrutam atletas civis para os seus quadros. Além de garantir um bom desempenho das equipes brasileiras nos Jogos Mundiais Militares, que serão realizados em 2011 no Rio de Janeiro, a iniciativa inédita do Ministério da Defesa também visa à preparação dos esportistas para as Olimpíadas de 2016. Incorporados como marinheiros, soldados, cabos e até sargentos, os novos milicos devem ter apenas uma preocupação: conquistar medalhas.

"Nossa intenção é elevar o nível dos esportistas brasileiros. Queremos vê-los fazendo bonito nos Jogos Militares e Olímpicos. E sabemos que pra isso precisam se dedicar exclusivamente aos treinos, sem se preocupar com problemas como a falta de patrocínio", explicou o almirante Bernardo Gamboa, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, ligada ao Ministério da Defesa.

Até agora, 209 atletas civis foram aprovados nos testes das Forças Armadas. Só a Marinha já recrutou 137. E os oficiais se preparam para anunciar 39 novas vagas em novembro. O Exército divulgou a relação dos aprovados nos exames. Ao todo, 72 dos 230 aspirantes foram escolhidos. Outros 48 serão recrutados em dezembro. A Aeronáutica, única que ainda não incorporou atleta civil, informou que faltam apenas detalhes para o recrutamento.

Para garantir um lugar nesta fábrica de campeões, os atletas são submetidos a uma bateria de testes, que variam de exames psicológicos e físicos a até de habilidade na modalidade esportiva praticada. Os aprovados ainda passam por um treinamento especial de três semanas, com instruções sobre as normas de conduta e a hierarquia militar. Eles ainda aprendem a marchar e até a atirar.

Além de contar com infra-estrutura para os treinamentos, os atletas também recebem uma ajuda de custo. Com vencimentos que variam de R$ 1,2 mil a R$ 2 mil, eles recebem vale-transporte, refeição, assistência médica e odontológica e, para os interessados, alojamento nos quartéis.

Atletas estimulam militares para o esporte

Integrante da comissão organizadora dos Jogos Mundiais Militares do Rio, o general Fernando Azevedo destacou a importância da convivência dos militares com atletas de alto rendimento. "A presença desses esportistas civis em nossos quartéis vai atrair centenas de militares para a prática de esportes", acredita.

Atraída pelas facilidades dos quartéis, a jogadora da Seleção Brasileira de Futebol Feminino Maycon não perdeu tempo. Medalha de prata nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, e Pequim, em 2008, ela se alistou na Marinha e, desde maio, tornou-se marinheira especializada. "Fiquei impressionada com a estrutura de treinamento. É melhor do que a de muitos clubes grandes", contou Maycon, que já chegou conquistando títulos.

Um mês depois de ser incorporada, ela liderou a equipe brasileira que conquistou o Mundial de Futebol Feminino Militar, nos Estados Unidos.

Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, o judoca João Gabriel, que representou o Brasil em Pequim, ano passado, integra o quadro das Forças Armadas. Militar de carreira, João, que é soldado do Exército há seis anos, elogiou a iniciativa do Ministério da Defesa. "Representa avanço não só para o segmento militar, mas também para o esporte brasileiro", afirma.

Fonte: O Dia via Terra

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