domingo, 18 de outubro de 2009

Sonda europeia parte para marte em 2018

Com orçamento apertado, a Agência Espacial Europeia adiou por várias vezes o lançamento da 'ExoMars'. Mas, agora, os responsáveis parecem ter encontrado a solução, optando por procurar apoio dos EUA. A partir de 2016, todas as missões ao planeta vermelho serão conjuntas.

A crise económica abalou mas não destruiu os sonhos europeus de enviar uma sonda para Marte. Os planos têm vindo a ser sucessivamente adiados, mas parece que agora a Agência Espacial Europeia (ESA) chegou a acordo com a congénere norte--americana (a NASA) para dividir custos e a ExoMars, que terá como objectivo a procura de vida no planeta vermelho, tem data de lançamento prevista para 2018. Só falta o OK dos países membros.

Inicialmente prevista para partir em 2013, a primeira missão do Programa Aurora tinha sido adiada para 2016. Contudo, quando numa reunião ministerial, em Novembro de 2008, os países membros se comprometeram a gastar apenas 850 milhões de euros, os cientistas e engenheiros sabiam que teriam um problema. O valor era claramente insuficiente para os objectivos da missão.

A solução encontrada foi procurar a colaboração dos EUA, fazendo com que a partir de 2016 todas as missões a Marte sejam conjuntas com a agência espacial norte-americana. A última missão exclusivamente europeia partirá nesse ano, aproveitando a janela de oportunidade que fica livre com o adiamento da partida da ExoMars.

Assim, a ESA enviará um satélite orbital e uma pequena sonda estática para o planeta vermelho (aproveitando para treinar para a missão de 2018). O objectivo do satélite será detectar as fontes de metano e de outros gases recentemente descobertos na superfície. Os resultados poderão servir para escolher o melhor local para a aterragem da ExoMars.

"O cenário de duas missões é aceite por todos e a cooperação a longo prazo com os EUA bem--vinda. Para a ExoMars, temos um acordo em relação à base técnica que deverá funcionar para todos. Para mim, os recursos são agora a parte fundamental", disse à BBC o director de ciência e robótica da ESA, David Southwood. Os especialistas vão agora estudar em pormenor os encargos, antes de os países membros se pronunciarem, até ao final do ano.

A ExoMars é a primeira missão do Programa Aurora, que visa lançar as bases para uma eventual exploração humana do espaço. Uma vez na superfície de Marte, a missão terá duas vertentes. De um lado, um robô com vários quilómetros de mobilidade, que está equipado com uma broca capaz de furar até dois metros de profundidade. As amostras recolhidas são analisadas pelos instrumentos colocados na área de carga Pasteur, no próprio robô. Por outro lado, no local de aterragem ficará um laboratório fixo (intitulado Humboldt), que irá proceder à análise geofísica e ambiental do planeta vermelho.

Fonte: Susana Salvador (Diário de Notícias - Portugal) - Imagem: ESA - AOES Medialab

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