"Não temos esse tipo de regras", disse Dariusz Aleksandrowicz, porta-voz do gabinete de proteção do Governo polaco. "A cada viagem a decisão última sobre a composição final da comitiva é tomada ou pelo Presidente ou pelo primeiro-ministro."
No campo dos militares parece passar-se o mesmo. "A cada deslocação a decisão é tomada pelo chefe do Estado-Maior", declarou Robert Rochowicz, porta-voz do Ministério da Defesa.
O Chefe do Estado polaco, que há dois anos e meio esteve na capital portuguesa na cimeira que aprovou o Tratado de Lisboa, faleceu sábado num acidente de avião na cidade russa de Smolensk, juntamente com a mulher e grande parte da elite política e militar daquele país europeu.
O corpo foi identificado em Moscou por Jaroslaw Kaczynski, seu irmão gêmeo e ex-primeiro-ministro da Polônia. Enquanto isso, um pouco por todo o país, os polacos rezaram e guardaram dois minutos de silêncio.
O corpo de Marya Kaczynska não foi transportado juntamente com o do marido, por não ter sido possível identificá-lo imediatamente por contacto visual, explicou o porta-voz da presidência polaca, Tomasz Brzezinski.
Jornalistas que estiveram ontem no aeroporto militar de Varsóvia relataram que o irmão gêmeo do presidente esteve muito tempo ajoelhado junto ao caixão. Jaroslaw, líder do partido Lei e Justiça, levantou-se depois e despediu-se fazendo o sinal da cruz.
O corpo do Chefe do Estado foi levado para o palácio presidencial, a fim de ser velado pelos cidadãos. A data do funeral não era ainda conhecida ontem à tarde.
A comitiva que seguia no avião Tupolev-154 incluía 97 pessoas, entre as quais os chefes dos quatro ramos das forças armadas, vários secretários de Estado, o vice- -presidente do Parlamento, o governador do banco central, um bispo e um ex-presidente. Além de familiares das vítimas de Katyn, floresta russa onde em 1940 foram assassinados pelos soviéticos 20 mil polacos.
Iam todos participar numa homenagem às vítimas quando o aparelho caiu. Ao que tudo indica o acidente ficou a dever-se a um erro cometido pelo piloto.
Este decidiu aterrar no meio de um intenso nevoeiro apesar dos avisos dos controladores aéreos, que o aconselharam a aterrar no aeroporto de Minsk, a capital da vizinha Bielorrússia.
As caixas negras do aparelho estão a ser analisadas por especialistas polacos e russos, que descartaram a hipótese de falha técnica depois de uma primeira avaliação.
Vários países têm planos de prevenção que impedem o Chefe do Estado e de Governo de viajarem no mesmo avião. No caso português essa é uma regra não escrita. Cavaco Silva nunca viajou com o primeiro-ministro ou com o presidente do Parlamento, disse no sábado à Lusa uma fonte da Presidência da República.
Fonte: Blog Notícias sobre Aviação