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| Setor da aviação comercial deve demandar quase 700 mil novos pilotos nas próximas décadas (Imagem: Westwind Air Service) |
O mercado para profissionais da aviação está aquecido mundialmente. Segundo estimativas da Boeing, até 2044 serão necessários 660 mil novos pilotos na aviação comercial global, sem levar em conta os pilotos privados e da aviação geral (como aeromédico, táxi-aéreo, segurança pública, entre outras).
No Brasil, o primeiro passo para ser piloto pode ser feito em casa. Os estudos teóricos para a certificação de piloto privado não precisam ser realizados em escolas homologadas, ao contrário da formação prática.
Quem quiser conhecer mais da profissão, do mundo aeronáutico ou, de fato, dar o primeiro passo na carreira de piloto pode contar com material disponibilizado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Ainda, quem está fazendo o curso em escolas de formação pode usar o material para reforçar os estudos antes da prova oficial para obter a certificação de piloto privado, que, posteriormente ainda terá de contar com as horas práticas em voo antes da obtenção definitiva da autorização para voar.
Onde baixar o material?
A Anac mantém em seu site uma biblioteca digital gratuita chamada Asas do Conhecimento, com conteúdo voltado a quem deseja compreender melhor a aviação ou iniciar a formação como piloto.
O material foi elaborado por especialistas da agência e segue o conteúdo programático exigido para a obtenção do certificado de piloto privado (PP), primeira etapa na carreira de piloto.
As apostilas estão disponíveis em formato PDF e abordam desde princípios básicos de voo, construção de aeronaves, aerodinâmica e sistemas das aeronaves entre outros. Qualquer pessoa pode baixar o conteúdo, sem necessidade de cadastro, e utilizá-lo tanto para estudo próprio quanto como reforço para os cursos presenciais em aeroclubes e escolas de aviação.
Veja as apostilas disponíveis:
O conjunto cobre praticamente toda a parte teórica exigida para quem pretende prestar o exame da Anac e iniciar o curso prático de piloto privado.
Pilotos do Semiárido
Em 2024, a Anac lançou uma iniciativa inédita para ampliar o acesso à formação de pilotos no país. É o projeto Pilotos do Semiárido, que oferece bolsas de estudos integrais para formação de pilotos comerciais, sediado em Mossoró (RN). O projeto inclui tanto as disciplinas teóricas quanto a parte prática em voo (a mais cara), contemplando todo o conteúdo exigido para a certificação de piloto.
O objetivo é democratizar o ingresso na aviação civil, reduzindo o impacto do alto custo da formação que, em escolas particulares, pode ultrapassar R$ 250 mil até a licença de piloto comercial. Metade das vagas da iniciativa são destinadas a mulheres, e o projeto faz parte do programa Asas para Todos, que é formado por 34 projetos que visam aumentar a capacitação e fomentar a diversidade e a inclusão no setor.
O processo seletivo da primeira turma ainda está em andamento após atraso devido a problemas encontrados durante o processo seletivo. Atualmente, já foi publicada a lista final de aprovados e feito um ajuste no cronograma de início das aulas.
O projeto é voltado a candidato
A formação de um piloto civil é dividida em diversas etapas, que combinam teoria e prática. O primeiro certificado é o de piloto privado (PP), que autoriza o voo recreativo, sem fins comerciais, e é preciso ser maior de 18 anos, ter o ensino médio completo e aprovação em exames teóricos e práticos da Anac.
A etapa teórica pode ser estudada por conta própria, como no material gratuito da agência, ou em escolas de aviação homologadas. Já a parte prática deve obrigatoriamente ser feita em aeroclubes ou escolas credenciadas, com no mínimo 40 horas de voo supervisionadas por um instrutor, devendo ser realizado um voo solo para se obter a certificação.
Após o PP, quem deseja seguir carreira deve buscar a licença de piloto comercial (PC), que permite voar profissionalmente, transportando passageiros ou cargas. Para isso, o candidato precisa acumular pelo menos 150 horas de voo e cumprir uma nova bateria de provas teóricas e cumprir exigências médicas mais rigorosas que para o PP.
O passo seguinte costuma ser a realização de voos para se obter uma quantidade mínima de horas de voo para, por exemplo, se candidatar a uma vaga em companhias aéreas. Ainda pode ser necessário possuir habilitação em aeronaves multimotor e o curso de voo por instrumentos (IFR), dependendo da circunstância.
A progressão pode levar alguns anos e exige investimento significativo, mas o retorno tende a compensar: pilotos comerciais de companhias aéreas no Brasil recebem, em média, entre R$ 10 mil e R$ 20 mil mensais, dependendo da empresa e do tipo de aeronave.
Assim como globalmente, no Brasil, o ritmo de contratações também vem crescendo, especialmente com a retomada de voos regionais e o aumento de operações de aviação executiva.
Via Alexandre Saconi (Todos a Bordo/UOL)

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