segunda-feira, 31 de maio de 2010

Vendas de passagens crescem na internet

Cada vez mais brasileiros estão trocando as agências físicas de venda de pacotes pelos sites da internet. Estudo feito pelo Decolar.com, o maior portal de turismo da América Latina, aponta que 30% das vendas de passagens no País já são feitas pela web. O número ainda é pequeno se comparado a países como Estados Unidos, onde a internet já responde por uma parcela entre 45% e 60% dos negócios.

Atualmente, dos 40,2 milhões de brasileiros com acesso à internet, quase dez milhões entraram em sites de viagens em abril, número quase 40% maior em relação ao mesmo mês de 2009. Segundo a consultoria britânica comScore, a Gol é a líder na rede, com 1,5 milhão de usuários por mês. Em seguida, aparece o Submarino Viagens, com 1,170 milhão. A TAM, em terceiro, tem 1,127 milhão, na frente da Decolar.com, com um milhão de usuários.

É de olho nesse contingente e no crescimento do setor que redes de supermercados, como Walmart e Pão de Açúcar, têm estudado a criação de sites para a venda de bilhetes aéreos. A ideia, dizem fontes, é aumentar o leque de serviços para os clientes. O Carrefour, por exemplo, já tem uma página na rede, mas só faz vendas pelo telefone. Na lista, também estão os bancos, como o Bradesco.

Uma pesquisa feita pela Google revela que 88% das pessoas usam em primeiro lugar uma fonte online para pesquisar um produto de viagem. A migração para a rede começou a ganhar força, dizem especialistas, em 2001, quando a Gol implementou o seu sistema online, permitindo uma redução de custos superior a 40% em relação às lojas físicas. Hoje, a internet representa 80% das vendas da companhia.

A Decolar.com, por exemplo, cresceu 80% no ano passado, quando faturou cerca de US$ 175 milhões (R$ 316,7 milhões, considerando o dólar a R$ 1,81, segundo cotação de sexta-feira). Nos primeiros três meses deste ano, a empresa já registra avanço de 200% no volume de negócios. A B2W, dona do Submarino, Americanas.com e Shoptime.com, dobra de tamanho a cada 12 meses. Por outro lado, as agências e as operadoras tradicionais argumentam que na rede os clientes não conseguem fazer reservas e tirar dúvidas dos destinos.

Segundo a Decolar.com, empresa presente em 11 países da América Latina e nos Estados Unidos, a venda de passagens aéreas avulsas responde por 80% do negócio online. Dos 20% restantes, 10% são concentrados em pacotes e cruzeiros e os outros 10%, apenas em hotéis. Em 2009, dos 23 milhões de pessoas que visitaram o site, 310 mil efetuaram compras. Entre janeiro e março deste ano, já foram 220 mil transações.

“O mercado está mudando de mãos. As pessoas estão indo para a internet e comprando suas passagens. O dólar e o o euro ainda estão em cotações muito atraentes para os brasileiros. Por isso, muitos estão viajando. Além disso, estamos investindo em sites locais. Se uma pessoa acessa o site de Minas, o sistema já cria um trajeto especial para ela”, diz Alípio Camanzano, diretor-geral da Decolar.

Segundo a B2W, que, segundo uma fonte, vendeu cerca de 200 mil passagens no ano passado, o consumidor busca rapidez e comodidade na internet. Além disso, consegue acompanhar as promoções em tempo real. Assim como em outros sites, é possível comparar preços. Mas o crescimento do setor vem chamando a atenção de empresas físicas.

Foi o caso da Kontik, que criou em janeiro deste ano o braço on-line, chamado de Viajobem.Com. Segundo Edson Romão, presidente da empresa, o site já se prepara para vender pacotes turísticos e cruzeiros. No Hotel Marriott, no Rio, por exemplo, a internet respondeu por 35% do volume de reservas nos primeiros três meses deste ano. Carolina Mescolin, diretora de vendas do hotel, lembra que o crescimento do canal web em 2009 chegou a 28%. Além disso, ela lembra que os preços obtidos na internet podem ser menores, em média, 15%.

“A internet é um canal muito importante. E o Brasil cresce muito. Por isso, há o interesse de muitas companhias estrangeiras no país. A rede é onde as pessoas buscam informações, comparam os preços. A tendência para comprar nesse ambiente é natural e esperada”, diz Jorge Dib, responsável pela área de Turismo, Mídia e Entretenimento da Google Brasil.

Fonte: Jornal do Commercio

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