Piloto da Esquadrilha da Fumaça que morreu em Lages viraria instrutorO capitão Anderson Amaro Fernandes, 33 anos, tinha uma carreira de sucesso. Estava na elite da profissão escolhida, piloto de acrobacias. Casado havia cinco anos e pai de uma menina de quatro anos, vivia a última temporada na Esquadrilha da Fumaça. Planejava deixar o grupo e se dedicar apenas à instrução de voo.
Tudo acabou em uma imensa bola de fogo, na tarde de sexta-feira, em Lages, quando Anderson executava uma manobra conhecida como parafuso.
Desde que começou a carreira na Aeronáutica, 14 anos atrás, foram 3.650 horas voando. O capitão era um dos mais experientes da Esquadrilha da Fumaça, fundada nos anos 1950.
Fez quatro cursos e participou de 180 apresentações na carreira.
Anderson nasceu em Fortaleza (CE) e estava morando em Pirassununga, no interior de São Paulo, onde fica a sede de Esquadrilha da Fumaça. Os pais dele vivem em Umirim, no interior cearense. Na sexta-feira, ao saber da morte do marido, a mulher do capitão disse que vai voltar a viver no Ceará.
Causas do acidente devem ser divulgadas em 30 dias
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) vai apurar o que aconteceu na apresentação em Lages. O resultado deve ser divulgado dentro de 30 dias. O modelo de aeronave usado pela Esquadrilha da Fumaça, um Tucano, não tem caixa preta.
O responsável pelo trabalho será um oficial investigador. Ele vai conversar com os outros seis pilotos que participavam da apresentação para saber se o capitão comunicou algum problema mecânico pelo rádio. O investigador também vai analisar os destroços do avião em busca de pistas. Algumas partes do Tucano serão transportadas para um dos oito laboratórios do Cenipa no Brasil – não havia definição até sexta-feira à noite.
A apresentação era parte das comemorações dos 68 anos do Aeroclube de Lages.
O presidente do aeroclube, Ibanor Peruzzo, disse que as manobras executadas pela Esquadrilha são de alto risco e qualquer falha humana ou mecânica pode causar uma tragédia. Ele lamentou a morte do piloto e classificou o acidente como fatalidade.
– O que aconteceu não afeta a imagem da Esquadrilha – disse.
Peruzzo adiantou que no próximo aniversário deseja a presença dos pilotos, mais uma vez.
> Vídeo e fotos mostram o momento da queda do avião da Esquadrilha em Lages
Fonte: Felipe Pereira (diario.com.br)
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