quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Irã testa foguete para transporte de satélite

O Irã testou nesta quarta-feira um foguete de fabricação própria capaz de transportar satélites, disse a imprensa local, uma notícia que pode aumentar a preocupação de governos ocidentais que temem o desenvolvimento de armas nucleares na República Islâmica.

A tecnologia balística de longo alcance desses foguetes poderia ser adaptada para receber ogivas nucleares, embora Teerã negue repetidamente ter tal intenção.

O presidente Mahmoud Ahmadinejad disse, durante uma cerimônia para divulgar três novos satélites e outras conquistas na área de tecnologia espacial, que a república Islâmica espera mandar logo astronautas ao espaço.

"A área para quebrar o sistema de dominação global é a arena de ciência e tecnologia", disse.

A emissora em inglês Press TV, que mostrou um foguete partindo de uma rampa de lançamento, anunciou:"Irã lança com sucesso o foguete para satélites Kavoshgar-3, construído domesticamente."

Sem entrar em detalhes, o canal disse que o foguete levava uma "cápsula experimental" e foi "o primeiro lançamento iraniano em órbita com uma coisa viva".

Outros veículos estatais também divulgaram o teste. Antes, a imprensa havia dito que o país apresentaria na quarta-feira três novos satélites e outro transportador de satélites, chamado Simorgh.

As reportagens diziam que o presidente Mahmoud Ahmadinejad havia comparecido a uma apresentação oficial em Teerã, coincidindo com um período de dez dias de eventos nacionais que marcam o 31o. aniversário da Revolução Islâmica.

Há exatamente um ano, o Irã colocou em órbita pela primeira vez um satélite de fabricação própria, o Omid, dizendo que ele se destinava a telecomunicações e pesquisas pacíficas.

Quinto maior exportador de petróleo do mundo, o país diz que seu programa nuclear está voltado apenas para a geração de eletricidade, embora suas atividades atômicas já tenham desencadeado três rodadas de sanções da ONU. EUA e seus aliados buscam uma quarta rodada.

Tentando evitá-la, o governo disse na terça-feira que estaria disposto a enviar urânio enriquecido para o exterior, em troca de receber material para a fabricação de isótopos médicos radiativos. A troca está prevista em um acordo mediado pela ONU.

Fonte: Parisa Hafezi, Reza Derakhshi e Hossein Jaseb (Reuters) - Imagens: AFP

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