O avião que desapareceu no Atlântico tem um sistema que transmite por satélite à empresa aérea dados sobre os principais componentes da aeronave no decorrer do voo. Isso leva alguns especialistas a crer que a Air France tem mais informações do cenário da queda do A330 do que as que já divulgou -e que podem ajudar a entender as causas do acidente.
Esses dados, porém, não substituem a caixa-preta do avião. Por dois motivos, principalmente:
1) a conversa entre os pilotos na cabine da aeronave, que fica gravada na caixa-preta, não é transmitida; e
2) o conjunto de dados sobre o avião não é tão completo quanto o que a peça armazena.
Mas a companhia aérea tem condições de saber informações como consumo de combustível e de óleo, temperatura e potência dos dois motores e até a inclinação do avião, segundo afirma Respicio do Espírito Santo, especialista em aviação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Foi esse sistema, que existe em alguns aviões mais modernos, que transmitiu a informação de pane elétrica e de despressurização na aeronave.
O especialista em segurança de voo Jorge Barros diz que esse envio de dados é feito em tempo real e que, por isso, "a Air France provavelmente já tem todas as informações".
Mas Adalberto Febeliano, professor da Anhembi-Morumbi, diretor da companhia aérea Azul, e Moacyr Duarte, pesquisador da Coppe-UFRJ, ressaltam que essas informações não substituem as da caixa-preta. "Elas podem ajudar, mas não é a mesma coisa", diz Febeliano, acrescentando que esse sistema tem ajudado as empresas principalmente com informações úteis para a operação -por exemplo, saber do nível de óleo do motor para uma troca logo depois do pouso.
A caixa-preta (a cor dela geralmente é laranja, mas as primeiras eram negras, daí a sua denominação) tem um tamanho semelhante ao de uma caixa de sapatos. É feita com capacidade para suportar um impacto de 2,25 toneladas e temperaturas de mais de 1.000ºC durante 30 minutos.
Ela é composta de um gravador de voz (CVR, Cockpit Voice Recorder), que grava a conversa da cabine dos últimos 30 minutos, e um gravador de dados do voo (FDR, Flight Data Recorder). Este segundo componente tem sensores que registram parâmetros do avião como direção, altitude, aceleração, controle do manche, dos pedais, movimento do eixo da nave e performance do motor.
Embora tenha um dispositivo que emite um sinal localizador debaixo d"água, alguns especialistas temem que ela não seja encontrada porque a área do desaparecimento do Airbus-A330 é de águas profundas, onde esse sinal pode se perder.
Parte dos técnicos avalia que, sem a caixa-preta, a investigação nunca chegará a uma conclusão sobre a causa do acidente. Porém as informações desse sistema por satélite podem ajudar a tentar saber mais sobre os momentos anteriores ao desaparecimento do avião.
Fonte: Ricardo Sangiovanni e Alencar Izidoro (jornal Folha de S. Paulo)
Esses dados, porém, não substituem a caixa-preta do avião. Por dois motivos, principalmente:
1) a conversa entre os pilotos na cabine da aeronave, que fica gravada na caixa-preta, não é transmitida; e
2) o conjunto de dados sobre o avião não é tão completo quanto o que a peça armazena.
Mas a companhia aérea tem condições de saber informações como consumo de combustível e de óleo, temperatura e potência dos dois motores e até a inclinação do avião, segundo afirma Respicio do Espírito Santo, especialista em aviação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Foi esse sistema, que existe em alguns aviões mais modernos, que transmitiu a informação de pane elétrica e de despressurização na aeronave.
O especialista em segurança de voo Jorge Barros diz que esse envio de dados é feito em tempo real e que, por isso, "a Air France provavelmente já tem todas as informações".
Mas Adalberto Febeliano, professor da Anhembi-Morumbi, diretor da companhia aérea Azul, e Moacyr Duarte, pesquisador da Coppe-UFRJ, ressaltam que essas informações não substituem as da caixa-preta. "Elas podem ajudar, mas não é a mesma coisa", diz Febeliano, acrescentando que esse sistema tem ajudado as empresas principalmente com informações úteis para a operação -por exemplo, saber do nível de óleo do motor para uma troca logo depois do pouso.
A caixa-preta (a cor dela geralmente é laranja, mas as primeiras eram negras, daí a sua denominação) tem um tamanho semelhante ao de uma caixa de sapatos. É feita com capacidade para suportar um impacto de 2,25 toneladas e temperaturas de mais de 1.000ºC durante 30 minutos.
Ela é composta de um gravador de voz (CVR, Cockpit Voice Recorder), que grava a conversa da cabine dos últimos 30 minutos, e um gravador de dados do voo (FDR, Flight Data Recorder). Este segundo componente tem sensores que registram parâmetros do avião como direção, altitude, aceleração, controle do manche, dos pedais, movimento do eixo da nave e performance do motor.
Embora tenha um dispositivo que emite um sinal localizador debaixo d"água, alguns especialistas temem que ela não seja encontrada porque a área do desaparecimento do Airbus-A330 é de águas profundas, onde esse sinal pode se perder.
Parte dos técnicos avalia que, sem a caixa-preta, a investigação nunca chegará a uma conclusão sobre a causa do acidente. Porém as informações desse sistema por satélite podem ajudar a tentar saber mais sobre os momentos anteriores ao desaparecimento do avião.
Fonte: Ricardo Sangiovanni e Alencar Izidoro (jornal Folha de S. Paulo)
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