"É absolutamente ridículo que as três mais importantes linhas aéreas do Brasil só visitem 44 cidades, num universo de 5,5 mil municípios". A declaração foi dada nesta terça-feira (27) em Vitória pelo ex-ministro de Infra-estrutura, Ozires Silva, considerado uma das maiores autoridades brasileiras em aviação civil.
Na capítal capixaba, onde veio para participar de um Simpósio Nacional de Ensino de Física, o também ex-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) fez críticas ao atual modelo estatal de administração da malha aeroviária do país e defendeu a privatização dos aeroportos como solução para o atual cenário.
Em relação ao aeroporto Eurico Sales, em Vitória, Ozires Silva disse não ter muito conhecimento a respeito dos motivos que levaram o Tribunal de Contas da União (TCU) a embargar as obras de ampliação e modernização. Mas acredita que o problema possa estar relacionado ao engessamento das licitações exigidas pela legislação brasileira.
"Eu não conheço os problemas específicos de Vitória, mas isso tudo é fruto da legislação. O TCU não poderia embargar a obra se não tivesse uma legislação básica que o apoiasse. A legislação é um concreto que está segurando o desenvolvimento da aviação civil. Estamos na terra de Santos Dumont, dizer que o Brasil tem uma aviação menor do que necessita é uma pena", disse o ex-ministro.
O ex-ministro foi taxativo ao afirmar que os problemas da aviação civil podem ser solucionadas com a privatização de todos os aeroportos brasileiros. Silva avalia que o quadro técnico da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) é bom, mas o órgão também está engessado.
"Como a Infraero é uma companhia estatal, até para comprar uma caixa de fósforo (sic) tem que fazer concorrência pública. Ela perdeu a dinâmica devido à restrição da legislação. A Infraero tem bons quadros técnicos, mas perdeu a agilidade necessária para responder a um objeto que voa a 900 km/h. A solução para a operação dos aeroportos brasileiro seria passá-la à iniciativa privada, caso houvesse interesse", avaliou o ex-presidente da Embraer.
Para se ter uma dimensão dos problemas da malha aeroviária brasileira, Ozires fez comparações com o modelo americano, guardadas as devidas proporções. O problema da pouca oferta de vôos foi destacado como grave para o Brasil.
"Para se ter uma ideia, no ano passado 900 milhões de americanos voaram nos EUA. Aqui no Brasil não chegamos a 50 milhões de brasileiros que voaram neste mesmo período. Você pode atribuir isso à renda per capita brasileira que é menor que a americana e ao nível de desenvolvimento. Mas o que se nota é que há uma insuficiência de oferta. Ela excede apenas nas cidades que geram mais tráfego. Não há iniciativa de estimular novos trajetos."
Ozires Silva ministrou, nesta terça, uma palestra sobre empreendedorismo para universitários que participam do Simpósio Nacional de Estudo da Física, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Silva foi ministro de Infra-Estrutura, presidiu a Embraer e a Varig. Atualmente integra o Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento da Ciência.
Fonte: Gazeta Online - Foto: Guido Nunes
Na capítal capixaba, onde veio para participar de um Simpósio Nacional de Ensino de Física, o também ex-presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) fez críticas ao atual modelo estatal de administração da malha aeroviária do país e defendeu a privatização dos aeroportos como solução para o atual cenário.
Em relação ao aeroporto Eurico Sales, em Vitória, Ozires Silva disse não ter muito conhecimento a respeito dos motivos que levaram o Tribunal de Contas da União (TCU) a embargar as obras de ampliação e modernização. Mas acredita que o problema possa estar relacionado ao engessamento das licitações exigidas pela legislação brasileira.
"Eu não conheço os problemas específicos de Vitória, mas isso tudo é fruto da legislação. O TCU não poderia embargar a obra se não tivesse uma legislação básica que o apoiasse. A legislação é um concreto que está segurando o desenvolvimento da aviação civil. Estamos na terra de Santos Dumont, dizer que o Brasil tem uma aviação menor do que necessita é uma pena", disse o ex-ministro.
O ex-ministro foi taxativo ao afirmar que os problemas da aviação civil podem ser solucionadas com a privatização de todos os aeroportos brasileiros. Silva avalia que o quadro técnico da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) é bom, mas o órgão também está engessado.
"Como a Infraero é uma companhia estatal, até para comprar uma caixa de fósforo (sic) tem que fazer concorrência pública. Ela perdeu a dinâmica devido à restrição da legislação. A Infraero tem bons quadros técnicos, mas perdeu a agilidade necessária para responder a um objeto que voa a 900 km/h. A solução para a operação dos aeroportos brasileiro seria passá-la à iniciativa privada, caso houvesse interesse", avaliou o ex-presidente da Embraer.
Para se ter uma dimensão dos problemas da malha aeroviária brasileira, Ozires fez comparações com o modelo americano, guardadas as devidas proporções. O problema da pouca oferta de vôos foi destacado como grave para o Brasil.
"Para se ter uma ideia, no ano passado 900 milhões de americanos voaram nos EUA. Aqui no Brasil não chegamos a 50 milhões de brasileiros que voaram neste mesmo período. Você pode atribuir isso à renda per capita brasileira que é menor que a americana e ao nível de desenvolvimento. Mas o que se nota é que há uma insuficiência de oferta. Ela excede apenas nas cidades que geram mais tráfego. Não há iniciativa de estimular novos trajetos."
Ozires Silva ministrou, nesta terça, uma palestra sobre empreendedorismo para universitários que participam do Simpósio Nacional de Estudo da Física, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Formado em engenharia pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Silva foi ministro de Infra-Estrutura, presidiu a Embraer e a Varig. Atualmente integra o Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento da Ciência.
Fonte: Gazeta Online - Foto: Guido Nunes
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