Em 2008, foram 550 choques, mas número pode chegar a 2.500.
Especialistas pedem fim de pontos de atração de aves em aeroportos.
A suspeita de que a colisão com um urubu tenha provocado o pouso de emergência de um Airbus no rio Husdon, nos Estados Unidos, na quinta (15), reacendeu o debate sobre o perigo das aves rondando a rota dos aviões. E o alerta no Brasil é de que o número de incidentes desse tipo pode ser até quatro ou cinco vezes maior do que é notificado.
Em 2008, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou 550 colisões de aviões com pássaros no país. A conta é do major Raul Moreira Neto, que coordenou até o ano passado o Programa de Controle do Perigo Aviário do Cenipa e adverte: “de cada 5 colisões, só uma é reportada. A gente estima que esse número (de batidas com aves) possa ser na verdade entre 2.000 e 2.500”. Ele defende que os pilotos comuniquem o Cenipa. “O reporte direciona a atividade de prevenção”.
Fiscalização
De acordo com o professor universitário de aviação civil e ex-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), Adalberto Febeliano, o controle de pássaros nas rotas de aviões depende muito da fiscalização que as prefeituras devem fazer para que não haja lixões, matadouros e outros locais que atraem as aves perto de aeroportos e na área de voos.
"Tem que haver o uso adequado do solo da cidade para evitar problemas", afirma.
Na avaliação do especialista, os balões representam um risco maior, pois são mais pesados que os pássaros e também maiores, podendo causar problemas sérios.
Especialista em segurança de voo e diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins, não gosta da palavra acidente. Prefere dizer que no Brasil houve "incidentes" com pássaros se chocando contra aeronaves. Segundo ele, na aviação comercial não há registro de queda de aviões por causa de aves.
"Houve dano, mas o avião não caiu. O pássaro bateu na asa, na turbina, no para-brisa. Acidente é um dano de grande monta", exeplifica Jenkis. Ele mostra que o ônus financeiro também pode ser bem grande. "Em 2007, as empresas aéreas tiveram prejuízo de US$ 1.849.438 com os pássaros".
Desmatamento na zona rural
Jenkins defende o cumprimento da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 1995, que recomenda a inexistência de pontos atrativos de aves em um raio de 20 km para aeroportos que operam com as regras de voo por instrumentos e de 13 km para os demais aeródromos – é a chamada Área de Segurança Aeroportuária (ASA). "A legislação existe, mas não é considerada". Um agravante é que o descumprimento das regras não prevê sanções.
De acordo com o Cenipa, os choques entre as aeronaves e os pássaros acontecem, na maioria das vezes, nos momentos de aproximação, como os pousos e decolagens. Jenkins aponta outro problema. "Existem pássaros que vêm para a cidade por causa do desmatamento na zona rural. O aeroporto é uma área aprazível, limpa, a grama tem semente. É um atrativo", conta o especialista.
Fonte: Carolina Iskandarian (G1)
Especialistas pedem fim de pontos de atração de aves em aeroportos.
A suspeita de que a colisão com um urubu tenha provocado o pouso de emergência de um Airbus no rio Husdon, nos Estados Unidos, na quinta (15), reacendeu o debate sobre o perigo das aves rondando a rota dos aviões. E o alerta no Brasil é de que o número de incidentes desse tipo pode ser até quatro ou cinco vezes maior do que é notificado.
Em 2008, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou 550 colisões de aviões com pássaros no país. A conta é do major Raul Moreira Neto, que coordenou até o ano passado o Programa de Controle do Perigo Aviário do Cenipa e adverte: “de cada 5 colisões, só uma é reportada. A gente estima que esse número (de batidas com aves) possa ser na verdade entre 2.000 e 2.500”. Ele defende que os pilotos comuniquem o Cenipa. “O reporte direciona a atividade de prevenção”.
Fiscalização
De acordo com o professor universitário de aviação civil e ex-presidente executivo da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG), Adalberto Febeliano, o controle de pássaros nas rotas de aviões depende muito da fiscalização que as prefeituras devem fazer para que não haja lixões, matadouros e outros locais que atraem as aves perto de aeroportos e na área de voos.
"Tem que haver o uso adequado do solo da cidade para evitar problemas", afirma.
Na avaliação do especialista, os balões representam um risco maior, pois são mais pesados que os pássaros e também maiores, podendo causar problemas sérios.
Especialista em segurança de voo e diretor do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Ronaldo Jenkins, não gosta da palavra acidente. Prefere dizer que no Brasil houve "incidentes" com pássaros se chocando contra aeronaves. Segundo ele, na aviação comercial não há registro de queda de aviões por causa de aves.
"Houve dano, mas o avião não caiu. O pássaro bateu na asa, na turbina, no para-brisa. Acidente é um dano de grande monta", exeplifica Jenkis. Ele mostra que o ônus financeiro também pode ser bem grande. "Em 2007, as empresas aéreas tiveram prejuízo de US$ 1.849.438 com os pássaros".
Desmatamento na zona rural
Jenkins defende o cumprimento da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 1995, que recomenda a inexistência de pontos atrativos de aves em um raio de 20 km para aeroportos que operam com as regras de voo por instrumentos e de 13 km para os demais aeródromos – é a chamada Área de Segurança Aeroportuária (ASA). "A legislação existe, mas não é considerada". Um agravante é que o descumprimento das regras não prevê sanções.
De acordo com o Cenipa, os choques entre as aeronaves e os pássaros acontecem, na maioria das vezes, nos momentos de aproximação, como os pousos e decolagens. Jenkins aponta outro problema. "Existem pássaros que vêm para a cidade por causa do desmatamento na zona rural. O aeroporto é uma área aprazível, limpa, a grama tem semente. É um atrativo", conta o especialista.
Fonte: Carolina Iskandarian (G1)
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