Chuva ou forte nevoeiro é motivo certo para o aeroporto de Joinville fechar. Quem tem de pegar avião precisa ir até Curitiba ou Navegantes. Quem tem como destino a mais populosa cidade catarinense tem de encarar uma indesejável viagem de ônibus. A situação seria diferente com três letrinhas: ILS, um equipamento que facilita os pousos em condições climáticas adversas.
O sistema que custa aproximadamente R$ 3,5 milhões – ou quase quatro dias de arrecadação de ICMS na cidade – ajudaria a viabilizar o aeroporto, diz o presidente da Acij, Carlos Schneider. O empresário diz que sem ele não adianta ampliar a pista.
Não é o que pensa a Infraero, que diz que o equipamento só vem para a cidade após a expansão da pista, que não deve ser iniciada antes de 2012. No Estado, o único aeroporto com o equipamento é o Hercílio Luz, de Florianópolis.
Segundo o coordenador técnico em pilotagem de aeronaves da Universidade Tuiuti, Marcos Galvão de Souza, o ILS permite que se tenha mais precisão na hora do pouso (veja ao lado como funciona). “É como se ele tivesse uma espécie de rampa de aproximação e o avião escorregasse por ela até a cabeceira. Há também uma linha que não deixa ele se afastar do centro da pista”, diz.
Hoje, a principal ajuda para os pilotos é o VOR. “É como uma roda de bicicleta onde os raios servem de indicação”, exemplifica Souza.
Como o pouso com ILS é mais preciso, dificilmente o piloto precisa arremeter e repetir a operação. Com o VOR a manobra é mais comum porque é necessário se aproximar mais da pista para poder vê-la. Mesmo com as diferenças, o especialista garante que os dois são seguros. “A diferença está na precisão, pois com um deles é possível chegar mais baixo para pousar em condições climáticas desfavoráveis”.
Só o perfil que é parecido
Aeroportos de cidades com perfil parecido com Joinville já estão recebendo o ILS ou têm planos para recebê-lo nos próximos anos. Em Uberlândia (MG) , uma cidade com 620 mil habitantes e um PIB de R$ 10,3 bilhões, aproximadamente o mesmo de Joinville, está recebendo o equipamento.
Uma empresa deve ser contratada no próximo mês pela Infraero para instalar o equipamento no aeroporto. A previsão é que ele esteja funcionando no final do primeiro semestre de 2010. Nos nove primeiros meses do ano passaram 399,1 mil passageiros pelo terminal, 5,7% a mais que no mesmo período do ano passado. As primeiras negociações para instalar o ILS começaram em 2007.
Outra cidade em que praticamente está definida a instalação do sistema que facilita os pousos é Londrina, que tem 500 mil habitantes e um PIB correspondente a dois terços do de Joinville.
Os terrenos onde vão ser instalados o equipamento já foram desapropriados. A próxima fase é a licitação para a compra do equipamento. A previsão é que ele seja instalado até 2011. No ano, já passaram 397,3 mil pessoas pelo aeroporto local,5,7% a mais do que em 2008.
Hora de dar o devido valor
Uma cidade com 500 mil habitantes e um PIB que beira os R$ 11 bilhões merece um aeroporto decente, certo? Era isso que deveria ocorrer em Joinville, mas não está acontecendo. A resposta é evidente: o terminal foi deixado de lado. Os problemas sempre existiram e nada foi feito. Já houve voos para Porto Alegre, Guarulhos e Rio de Janeiro e eles foram retirados. Por que? Falta de demanda. Mau tempo sempre foi problema. Só agora que isto foi percebido? Por que cidades como Uberlândia e Londrina estão ganhando o tão sonhado ILS? Não é por que são melhores do que Joinville. É porque elas estão dando valor aos seus aeroportos. Os terminais das duas cidades recebem mais do que o dobro do movimento de Joinville, e há perspectivas de crescimento. É a lógica do capitalismo: o investimento só vai onde há possibilidade de lucro. Não é um bom motivo para dar mais valor ao aeroporto de Joinville?
Fonte: Jornal A Notícia via Fórum Contato Radar - Foto: nossajoinville.com.br
O sistema que custa aproximadamente R$ 3,5 milhões – ou quase quatro dias de arrecadação de ICMS na cidade – ajudaria a viabilizar o aeroporto, diz o presidente da Acij, Carlos Schneider. O empresário diz que sem ele não adianta ampliar a pista.
Não é o que pensa a Infraero, que diz que o equipamento só vem para a cidade após a expansão da pista, que não deve ser iniciada antes de 2012. No Estado, o único aeroporto com o equipamento é o Hercílio Luz, de Florianópolis.
Segundo o coordenador técnico em pilotagem de aeronaves da Universidade Tuiuti, Marcos Galvão de Souza, o ILS permite que se tenha mais precisão na hora do pouso (veja ao lado como funciona). “É como se ele tivesse uma espécie de rampa de aproximação e o avião escorregasse por ela até a cabeceira. Há também uma linha que não deixa ele se afastar do centro da pista”, diz.
Hoje, a principal ajuda para os pilotos é o VOR. “É como uma roda de bicicleta onde os raios servem de indicação”, exemplifica Souza.
Como o pouso com ILS é mais preciso, dificilmente o piloto precisa arremeter e repetir a operação. Com o VOR a manobra é mais comum porque é necessário se aproximar mais da pista para poder vê-la. Mesmo com as diferenças, o especialista garante que os dois são seguros. “A diferença está na precisão, pois com um deles é possível chegar mais baixo para pousar em condições climáticas desfavoráveis”.
Só o perfil que é parecido
Aeroportos de cidades com perfil parecido com Joinville já estão recebendo o ILS ou têm planos para recebê-lo nos próximos anos. Em Uberlândia (MG) , uma cidade com 620 mil habitantes e um PIB de R$ 10,3 bilhões, aproximadamente o mesmo de Joinville, está recebendo o equipamento.
Uma empresa deve ser contratada no próximo mês pela Infraero para instalar o equipamento no aeroporto. A previsão é que ele esteja funcionando no final do primeiro semestre de 2010. Nos nove primeiros meses do ano passaram 399,1 mil passageiros pelo terminal, 5,7% a mais que no mesmo período do ano passado. As primeiras negociações para instalar o ILS começaram em 2007.
Outra cidade em que praticamente está definida a instalação do sistema que facilita os pousos é Londrina, que tem 500 mil habitantes e um PIB correspondente a dois terços do de Joinville.
Os terrenos onde vão ser instalados o equipamento já foram desapropriados. A próxima fase é a licitação para a compra do equipamento. A previsão é que ele seja instalado até 2011. No ano, já passaram 397,3 mil pessoas pelo aeroporto local,5,7% a mais do que em 2008.
Hora de dar o devido valor
Uma cidade com 500 mil habitantes e um PIB que beira os R$ 11 bilhões merece um aeroporto decente, certo? Era isso que deveria ocorrer em Joinville, mas não está acontecendo. A resposta é evidente: o terminal foi deixado de lado. Os problemas sempre existiram e nada foi feito. Já houve voos para Porto Alegre, Guarulhos e Rio de Janeiro e eles foram retirados. Por que? Falta de demanda. Mau tempo sempre foi problema. Só agora que isto foi percebido? Por que cidades como Uberlândia e Londrina estão ganhando o tão sonhado ILS? Não é por que são melhores do que Joinville. É porque elas estão dando valor aos seus aeroportos. Os terminais das duas cidades recebem mais do que o dobro do movimento de Joinville, e há perspectivas de crescimento. É a lógica do capitalismo: o investimento só vai onde há possibilidade de lucro. Não é um bom motivo para dar mais valor ao aeroporto de Joinville?
Fonte: Jornal A Notícia via Fórum Contato Radar - Foto: nossajoinville.com.br
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