Sarkozy e Lula durante os desfiles de 7 de setembro; encontro serviu de impulso para o diálogo militar entre França e Brasil
O plano do governo brasileiro para aquisição de equipamento e tecnologia militar enfrenta críticas de analistas que acreditam que o investimento irá gerar uma corrida armamentista na América do Sul. No entanto, a compra caças, helicópteros e submarinos, disputada pelos mercados americano, francês e sueco, é necessária e benéfica não só para o País, mas para toda a região. É o que defende Salvador Raza, diretor do Centro de Tecnologia Relações Internacionais e Segurança (Cetris) e professor da National Defense University, em Washington - centro acadêmico fundado pelo Departamento de Defesa dos EUA.
Para o especialista, os novos armamentos irão gerar um efeito em cadeia nos países sul-americanos, transformando a arquitetura de defesa e aumentando a segurança e eficiência da região inteira. Pelo fato de não haver alianças militares sólidas entre os países, não há competitividade que possa gerar algum tipo de tensão entre vizinhos.
Além disso, explica Raza, as nações dispõem de freios políticos e econômicos que inviabilizam que se justifique internamente a aquisição de largas quantidades de equipamento militar, com o objetivo exclusivo de se igualar ao país ao lado.
"O que temos são reações dos outros países ao plano de compra brasileiro. Eles estão se reajustando a um novo desenho de defesa da região que é sistêmico. Não é um contra o outro, mas é uma nova arquitetura. Isso ocorre regularmente em ciclos históricos e é bom, pois leva a região a um novo patamar em termos de defesa segura", avalia Raza.
"As discussões no Brasil ainda são sobre os equipamentos, que foi justamente o erro venezuelano. É um assunto emocionante, empolgante, mas é o que chamamos de 'assunto de tenente', que analisa se a asa do avião é maior ou menor, por exemplo. Não é isso. O debate principal é sobre a integração desses equipamentos em doutrinas, sistemas de comando e estratégias, e isso ainda foi pouco abordado", defende Raza.
O caso da Venezuela, citado pelo especialista como exemplo de projeto mal conduzido, é o que os profissionais da área militar chamam de "booster frio" - uma injeção de recursos materiais que não altera em igual proporção a capacidade de combatência do país.
Segundo Raza, o investimento dos venezuelanos em armas acabou não se transformando em poder efetivo, além de ter aumentado o custo de manutenção dos novos equipamentos.
No entanto, o diretor do Cetris entende que o país está no caminho certo e não acha que possa haver um "Booster Frio" brasileiro. "Acredito que temos gente competente no País para fazer o projeto de força. O problema é que está muito demorado e já somos cobrados por isso. Estamos em um processo contratual, as Forças Armadas do Brasil estavam muito fracas em termos de equipamento. O material já era obsoleto, havia a necessidade de reciclagem", diz Raza.
Fonte: Marcos Chavarria (Terra) - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Para o especialista, os novos armamentos irão gerar um efeito em cadeia nos países sul-americanos, transformando a arquitetura de defesa e aumentando a segurança e eficiência da região inteira. Pelo fato de não haver alianças militares sólidas entre os países, não há competitividade que possa gerar algum tipo de tensão entre vizinhos.
Além disso, explica Raza, as nações dispõem de freios políticos e econômicos que inviabilizam que se justifique internamente a aquisição de largas quantidades de equipamento militar, com o objetivo exclusivo de se igualar ao país ao lado.
"O que temos são reações dos outros países ao plano de compra brasileiro. Eles estão se reajustando a um novo desenho de defesa da região que é sistêmico. Não é um contra o outro, mas é uma nova arquitetura. Isso ocorre regularmente em ciclos históricos e é bom, pois leva a região a um novo patamar em termos de defesa segura", avalia Raza.
"As discussões no Brasil ainda são sobre os equipamentos, que foi justamente o erro venezuelano. É um assunto emocionante, empolgante, mas é o que chamamos de 'assunto de tenente', que analisa se a asa do avião é maior ou menor, por exemplo. Não é isso. O debate principal é sobre a integração desses equipamentos em doutrinas, sistemas de comando e estratégias, e isso ainda foi pouco abordado", defende Raza.
O caso da Venezuela, citado pelo especialista como exemplo de projeto mal conduzido, é o que os profissionais da área militar chamam de "booster frio" - uma injeção de recursos materiais que não altera em igual proporção a capacidade de combatência do país.
Segundo Raza, o investimento dos venezuelanos em armas acabou não se transformando em poder efetivo, além de ter aumentado o custo de manutenção dos novos equipamentos.
No entanto, o diretor do Cetris entende que o país está no caminho certo e não acha que possa haver um "Booster Frio" brasileiro. "Acredito que temos gente competente no País para fazer o projeto de força. O problema é que está muito demorado e já somos cobrados por isso. Estamos em um processo contratual, as Forças Armadas do Brasil estavam muito fracas em termos de equipamento. O material já era obsoleto, havia a necessidade de reciclagem", diz Raza.
Fonte: Marcos Chavarria (Terra) - Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
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