sexta-feira, 13 de março de 2009

Rede de tráfico de drogas no Aeroporto de Cumbica movimentou mais de US$ 15 milhões em três anos

A rede de tráfico de drogas que funcionava no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, faturou mais de US$ 15 milhões em menos de três anos, segundo a Polícia Federal (PF). Na última terça-feira, 32 pessoas foram presas pela PF acusadas de integrar o esquema, que envolvia uma auditora da Receita Federal, um servidor da Infraero e funcionários de companhias aéreas e de empresas terceirizadas responsáveis pela segurança do aeroporto, além de traficantes e aliciadores. O grupo mandava cocaína para Europa e África do Sul dentro de malas que não passavam pela fiscalização de Cumbica.

A Polícia Federal também começou a rastrear dezenas de contas bancárias ligadas à rede. A investigação ainda descobriu que dois traficantes nigerianos comandavam um esquema de corrupção no Terminal de Cargas de Cumbica. A dupla montou empresas de exportação e mandava carregamentos de 50 kg de cocaína, em média, com a certeza de que nada seria fiscalizado.

Os nigerianos tinham a ajuda de despachantes, que foram presos durante a operação da última terça-feira. O valor cobrado para passar a cocaína chegava a trinta mil dólares por carga. Os mesmos traficantes que despachavam a cocaína contratavam jovens e mulheres que viajavam como passageiros comuns. A missão deles: trazer o dinheiro obtido com a venda da droga fora do Brasil.

Desde o ano passado, a Polícia Federal apreendeu no aeroporto US$ 3,5 milhões da rede criminosa que operava em Cumbica. Ao longo das investigações, dois traficantes brasileiros também foram presos em São Paulo com pacotes de dinheiro e muitos celulares e rádios usados para se comunicar com os colaborares no aeroporto. Na casa de um deles foram encontrados revólveres, pistolas, caixas e mais caixas de munição e até uma metralhadora capaz de derrubar avião.

Além de carros e motos apreendidos, mais de cem contas bancárias no Brasil começaram a ser rastreadas. A lavagem de dinheiro envolvia a compra de fazendas de gado, postos de gasolina, lojas de carros, locadoras de veículos e até farmácias.

Fontes: Bom Dia São Paulo (TV Globo) / O Globo - Foto: foiassim.com

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